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Falamos com Dino D’Santiago uma conversa sobre música e cultura lusófona

Dino D’Santiago é um dos nomes mais ativos na música contemporânea em Portugal e reconhecido pela sua capacidade única de unir diferentes estilos musicais e por ter um compromisso com questões sociais e culturais. Nascido no Algarve, filho de pais cabo-verdianos, Dino D’Santiago cresceu no meio de uma rica mistura de influências culturais que moldaram a sua identidade artística. 

Desde cedo, envolveu-se nos movimentos de música urbana, combinando elementos de soul, hip-hop  com o Batuku e Funaná, géneros musicais tradicionais de Cabo Verde. Dino D’Santiago, cujo nome verdadeiro é Claudino Pereira, nasceu em 1982 em Quarteira, no Algarve. Desde jovem, Dino mostrou interesse pela música, influenciado pelo ambiente musical vibrante da sua comunidade e pelas tradições culturais dos seus pais. A ligação com Cabo Verde, através das histórias, música e danças tradicionais, desempenhou um papel importante na sua formação artística. A carreira de Dino D’Santiago começou a ganhar destaque em 2003, quando participou na primeira edição do programa de talentos “Operação Triunfo” em Portugal. Embora não tenha vencido o concurso, a participação deu-lhe visibilidade nacional e abriu portas para colaborações com outros artistas. 

Dino passou os anos seguintes a desenvolver o seu estilo, com os ritmos tradicionais de Cabo Verde e as influências urbanas contemporâneas. O lançamento do álbum “Mundu Nôbu” em 2018 marcou um ponto de viragem na carreira de Dino D’Santiago. Este álbum, que significa “Novo Mundo” em crioulo cabo-verdiano, foi amplamente aclamado pela crítica e pelo público. “Mundu Nôbu” é a celebração das raízes cabo-verdianas de Dino, misturando ritmos tradicionais como o Batuku e o Funaná com elementos modernos de soul, R&B e hip-hop. Na primeira edição dos Prémios Play em 2019, Dino D’Santiago foi reconhecido nas categorias de Melhor Artista Solo, Melhor Álbum e Prémio da Crítica por “Mundu Nôbu”. Este sucesso não foi limitado a Portugal; também nos Cabo Verde Music Awards,  venceu na categoria de Melhor Ritmo Internacional e foi nomeado Homem do Ano na área da música pela GQ Portugal. 

Em 2020, Dino lançou o álbum “Kriola”, que consolidou ainda mais sua posição na cena musical internacional. “Kriola” foi bem recebido por críticos de renome, incluindo a Rolling Stone, Complex e Folha de São Paulo. 

O álbum rendeu a Dino o prêmio MTV EMA na categoria de Best Portuguese Act e três prêmios Play Vodafone em Portugal, incluindo Melhor Álbum, Melhor Canção e Melhor Artista Masculino. A paternidade, mudanças na vida pessoal e o contexto da pandemia global influenciaram profundamente Dino D’Santiago na criação do álbum “BADIU” de 2021. Este trabalho é descrito como um esforço comunitário, com múltiplas influências mas sem barreiras, mostrando a essência do Batuku:  cru e profundamente enraizado na experiência africana. “BADIU” é uma homenagem às gerações de cabo-verdianos, oferecendo uma reconciliação com sua herança africana e celebrando a resiliência e a alegria da nação crioula. 

Além da sua carreira musical, Dino D’Santiago é o fundador do projeto Lisboa Criola, que  promove a diversidade cultural e a inclusão através da música e das artes. Em 2021, foi reconhecido como uma das 100 pessoas afrodescendentes mais influentes pela MIPAD (Most Influential People of African Descent). Em 2022, Dino D’Santiago expandiu suas contribuições culturais ao ser jurado no programa “The Voice” da RTP e também assumiu a curadoria do evento Jardins de Verão na Fundação Calouste Gulbenkian, que apresentou 30 concertos de artistas das periferias de Lisboa. Este evento foi destacado pela revista Time Out como o acontecimento do ano, reforçando o papel de Dino como um promotor de novos talentos e da diversidade cultural. Em 2023, Dino D’Santiago foi eleito pelo jornal Expresso como uma das 50 figuras que podem vir a definir o futuro de Portugal. O seu ativismo social é uma parte integral da sua identidade; ele participa de vários projetos que promovem a equidade e a igualdade social. O governo português reconheceu  as suas contribuições culturais ao conceder-lhe a Medalha de Mérito Cultural. 

A revista Forbes destacou Dino como uma das “Vozes da Lusofonia 2023” pelo seu papel como ativista e promotor do diálogo cultural entre os povos de língua portuguesa. Dino D’Santiago é mais do que um músico talentoso; ele está comprometido com a promoção da, inclusão e igualdade. A sua música, de tradições cabo-verdianas com influências contemporâneas, faz dançar o público em todo o mundo, celebrando a lusofonia. Em cada disco e concerto, Dino continua a quebrar barreiras e a redefinir o cenário musical e cultural, garantindo o seu lugar como uma das figuras mais influentes de sua geração.

Paulo Perdiz/MS

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