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Crise dos Refugiados: Mayors e Chairs da GTHA pedem ação imediata aos governos federal e provincial

crise refugiados

 

Os presidentes das Câmaras Municipais da Grande Toronto e Hamilton Área (GTHA) apelam a uma ação imediata dos governos federal e provincial para responder à crescente crise dos refugiados que afeta toda a região.

“Durante décadas, os municípios da GTHA ofereceram uma comunidade acolhedora para refugiados e requerentes de asilo. Somos conhecidos como um lugar seguro onde todos são tratados com dignidade e respeito.

Agradecemos a todos os parceiros comunitários que se juntaram à mesa para apoiar os refugiados e os requerentes de asilo que chegam à GTHA. No entanto, apesar dos nossos melhores esforços, o aumento do número de pessoas que chegam às nossas comunidades tem colocado uma pressão significativa sobre os nossos recursos.

Atualmente, existem mais de 4.000 requerentes de asilo e refugiados a necessitar de apoio em toda a GTHA. Expandimos os nossos serviços para apoiar os refugiados e os requerentes de asilo enquanto se estabelecem no Canadá. Ativámos os sistemas de abrigos de emergência; prestámos serviços e apoios abrangentes para ajudar os recém-chegados a instalarem-se na GTHA.

Mas o nosso sistema coletivo está acima da sua capacidade. Simplesmente não podemos fornecer abrigo e recursos, sem o apoio adicional dos nossos parceiros provinciais e federais. Sem financiamento e recursos adicionais, a nossa capacidade de servir as populações vulneráveis existentes é gravemente prejudicada.
O dinheiro federal anunciado era um financiamento regular e não refletia o aumento do número de refugiados que chegam à nossa comunidade, nem se aplica a todos os municípios que enfrentam estas pressões. Temos sido claros com os representantes federais e provinciais que precisamos do seu apoio imediato e a longo prazo, incluindo uma estratégia e um programa para a chegada contínua de refugiados e requerentes de asilo.
O primeiro passo começa imediatamente: planear para aqueles que estão sem abrigo nas nossas comunidades, incluindo aqueles que têm de ser deslocados das residências pós-secundárias. Nas próximas semanas, precisamos de mais capital e dólares operacionais para apoiar a expansão do nosso sistema de abrigos e aumentar os recursos para habitação de aluguer a preços acessíveis. Precisamos de um plano para resolver o défice financeiro, atualmente suportado pelos municípios e pelos seus contribuintes imobiliários, a fim de prestar o tão necessário apoio.

Aguardamos com expetativa a oportunidade de trabalhar com o governo federal e provincial nas próximas etapas para garantir que a GTHA continue a ser um local acolhedor e de apoio para os recém-chegados.”

 

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Murro no estômago

A sensação foi de incredulidade, um “não posso estar a ver bem…” assolou a minha mente, mas rapidamente percebi que era o murro no estômago, forte e inesperado, que estava a toldar-me a perceção da realidade.
Tal como todos os que circulam nas ruas da grande área de Toronto, estou habituada a ver a decadência humana nas estações de metro, nas ruas, debaixo de pontes, junto aos semáforos (à espera da moedinha)… estou habituada a ver, mas não a olhar. Porque a miséria, a degradação, o desnorte, incomodam. Fico sempre a pensar que história de vida está por detrás de cada ser humano que chega a este ponto, fico indignada com a sociedade em que me incluo, que permite que tal aconteça e condeno a indiferença que nos contamina e nos faz andar para a frente, seguindo com a nossa vida como se nada estivesse a acontecer, mesmo ali ao nosso lado.

Sei dos números que enchem páginas de jornais (como esta edição do Milénio), sei que a pobreza aumenta e tem deixado muitos em verdadeiros becos sem saída, sei da situação de quem chega e, sem apoio, fica à deriva. Imagino a angústia. Dos próprios, claro, mas também de quem quer ajudar, mas não tem meios para fazer mais. Sei disso tudo, mas mesmo assim não consegui evitar o murro certeiro no centro de mim, quando naquela manhã de domingo uma simples e agradável ida a um parque infantil se transformou numa perturbante e inusitada confrontação com a realidade.

Uma mulher, com os seus poucos pertences, tinha procurado abrigo debaixo de uma estrutura construída para as crianças exercitarem a sua capacidade de subir, de trepar, ganhando força e resiliência para mais tarde enfrentarem a vida, que nos desafia e coloca obstáculos que temos que contornar ou superar. Aquele é um lugar de sorrisos, de gargalhadas, de pequenos gritos de excitação, mas naquele dia tudo parecia emudecido perante tal cenário.

Dividida entre a vontade de dar a mão, a sensação de impotência e o respeito pela privacidade optei por sair em silêncio, com um nó na garganta e uma sensação de culpa que me acompanha até hoje.

Madalena Balça/MS

 

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