Portugal

Nuno Melo diz que investir nas Forças Armadas é uma questão de inteligência

Nuno Melo na chegada do submarino Arpão à Base Naval de Lisboa. ANTÓNIO COTRIM/LUSA

O ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, defendeu esta quarta-feira que investir nas Forças Armadas no contexto atual “é uma questão de inteligência e lucidez pragmática”, salientando que “à cabeça de tudo” tem que estar a valorização dos militares.

“Investir nas Forças Armadas é, parece óbvio, aqui chegados, uma questão de inteligência e de lucidez pragmática e é também isso que pode dar algum sentido à minha passagem, que pode ser mais curta ou mais longa, não sei, o futuro o dirá, pelo Ministério da Defesa”, considerou Nuno Melo.

O governante centrista falava na cerimónia de chegada do submarino Arpão, que atracou hoje na Base Naval de Lisboa, situada em Almada, distrito de Setúbal, depois de ter cumprido uma missão de vigilância da NATO no Atlântico Norte e ter sido o primeiro submarino português a navegar debaixo do gelo do Ártico.

Nuno Melo enalteceu o feito da guarnição de cerca de trinta militares, que após 78 dias de missão foram condecorados, e salientou que “neste século XXI, junto às fronteiras da União Europeia no perímetro da NATO”, o mundo assistiu “ao começo de uma guerra que é inaceitável, que nasce da invasão da Ucrânia pela Rússia, com propósitos que são de conquista, de violência medieval, numa violação do direito internacional a que acresce e se junta o agravamento de conflitos no Médio Oriente e à ascensão de novas potências que desafiam o que é a tradicional ordem mundial”.

“Que ninguém duvide: as alterações geopolíticas e globais testam todos os dias a solidez dos aliados democráticos e livres. Neste contexto, assinalados os 75 anos da NATO, devemos ter memória e sentido das prioridades começando por esta evidencia: a NATO venceu a chamada Guerra Fria sem disparar armas porque foi, ao longo do tempo, política e operacionalmente forte”, realçou o ministro.

Em declarações aos jornalistas, após a cerimónia, Nuno Melo foi questionado sobre as declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, de que Portugal precisa de recuperar o atraso para cumprir a meta de gastos de 2% do PIB em Defesa até 2030 e vai apresentar um plano na cimeira da organização, em julho, em Washington.

Melo não detalhou o plano em causa sublinhando apenas que Portugal dará “passos para faseadamente, tendo em conta as condições orçamentais, honrar esse compromisso junto da NATO”. Contudo, “à cabeça” do investimento em Defesa, salientou o governante, têm que estar os militares.

“Porque sem os militares em todos os ramos os submarinos não navegam, os aviões não levantam voo, o Exército também não consegue operar os seus equipamentos. A prioridade tem que ser dar melhores condições, relevantes para o recrutamento e retenção nas Forças Armadas aos militares, e esse será o primeiro passo e depois tudo o resto”, afirmou.

Nuno Melo recordou que desde 2009 que os militares não têm atualizações salariais e “enquanto outras áreas também de soberania, mas não só, ao longo do tempo, bem ou mal, perceberam essas atualizações e com justiça reivindicam o que acham que é de direito, as Forças Armadas por maioria de razão têm também o direito de dizer ‘agora chegou o nosso tempo'”.

O ministro afirmou que vai apresentar “em tempo breve” as medidas que planeia implementar para valorizar a carreira militar depois de momentos antes, perante os militares que o ouviam, ter insistido na ideia de que “é tempo de se colocarem as Forças Armadas no centro das preocupações do poder político e do povo português”.

“Sempre com respeito pelas possibilidades orçamentais”, o ministro garantiu que vai lutar “pelas respostas possíveis que permitam a dignificação das Forças Armadas, a valorização dos antigos combatentes, a atualização dos incentivos ao recrutamento e retenção de militares, a capacitação produtiva e tecnológica da indústria na área da Defesa ou o reforço estratégico das missões internacionais”, entre outros objetivos.

JN/M

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