Desporto

Taça de Portugal FC Porto vence ‘clássico’ na Taça frente a Sporting ‘apagado’

O FC Porto colocou-se em vantagem nas meias-finais da Taça de Portugal, ao vencer em casa o Sporting, por 1-0, em jogo da primeira mão, disputado no Estádio do Dragão.
Um golo do brasileiro Soares, aos 60 minutos, deu o triunfo ao FC Porto no terceiro ‘clássico’ da época entre as duas equipas e o primeiro com golos, depois dos ‘nulos’ registados no jogo do campeonato e nas meias-finais da Taça da Liga, da qual o Sporting sairia vencedor no desempate por penáltis.
O FC Porto, 16 vezes vencedor da Taça de Portugal, procura alcançar a sua 30.ª final quando visitar o Sporting, em jogo previsto para 18 de abril, enquanto os ‘leões’, com o mesmo número de troféus, tentam chegar à sua 28.ª final.
Na outra meia-final, cuja primeira mão está agendada para 28 de fevereiro, o Desportivo das Aves, da I Liga, enfrenta o Caldas, equipa do Campeonato de Portugal (terceiro escalão).
Quinto round (clássico) do ano, terceiro entre as duas equipas, primeiro knock-out. Na verdade, um «KOzinho» técnico, num combate que terá mais um, decisivo, assalto, a 18 de abril.
O punho fechado não permite ao FC Porto pensar que tem a final da Taça na mão. Ainda assim, 1-0 é vantagem e Sérgio Conceição até já confessou há dias que adora esse placard.
Sérgio também falou por estes dias sobre Soares. Foi ele que valeu esta noite. O brasileiro até já tinha atirado para o fundo da baliza na meia-final da Taça da Liga, mas aí não contou e a decisão sorriu ao Sporting. Agora, tentou de cabeça e o resultado foi um tiquinho diferente. Primeiro clássico a tombar para um grande nesta temporada. Podem fazer a contagem e levantar o braço do vencedor desta noite, que aplicou mais um golpe aqui e outro ali, perante um adversário, resiliente, a aguentar-se e a querer levar o combate aos limites da resistência.
Deixemos o boxe para voltarmos ao futebol. Esta noite, Conceição fez entrar apenas Soares, em relação ao jogo frente ao Sp. Braga, mas surpreendeu ao deixar Aboubakar de fora dos convocados, tal como os reforços Waris e Paulinho. Jorge Jesus quis surpreender ainda mais: sem William Carvalho, também fora dos eleitos, optou por um pouco usual sistema de 3-4-3, que só havia sido testado em Camp Nou diante do todo-poderoso Barcelona.
Ora, Marega não é Messi, mas, mesmo assim, o Sporting aceitou o domínio portista durante quase toda a primeira parte.
Com os laterais bem projetados para o ataque (quem tem Ricardo e Telles pode isso e muito mais), o FC Porto deu muitas dores de cabeça pelos flancos. Foi, porém, de bola parada que o falso alarme de golo ecoou nas bancadas do Dragão: aos 28’, um livre frontal soberbo de Sérgio Oliveira embateu no poste.
Para lá disso, Brahimi (21’) e Herrera (31’) apareceram na cara de Patrício, mas não tiveram arte para finalizar, tal como Soares (7’), que cabeceou por cima. Do lado contrário a meia distância de Bruno Fernandes (25’) e Ristovski (41’) deram os únicos rugidos de um leão demasiado dócil no primeiro tempo.
Houve Gelson, recuperado, que traz qualidade nas transições ofensivas, mas pouco mais numa equipa que tinha dificuldades em sair da pressão. Do lado contrário, havia muito Ricardo: que jogão do lateral-direito, a apresentar credenciais para estar no Mundial da Rússia.
Ainda assim, ao intervalo, o domínio portista não se traduzia numa estatística retumbante: 5-4 em remates, 3-2 em cantos, 51%-49% em posse de bola. Vantagem tangencial para os dragões nos números.
Veio melhor o Sporting para a segunda parte. Doumbia, desaparecido durante 45 minutos, surgiu a atirar rente ao poste de Casillas (48’). Aos 59’ Bruno Fernandes fez, num livre com veneno, a bola passar bem perto da baliza azul e branca. Terminado o interlúdio de reação leonina voltaria o dragão à carga quando os ponteiros assinalavam a hora de jogo. Mais letal do que nunca.
Soares subiu aos céus e apareceu entre Piccini e Ristovski a cabecear para o 1-0 colocando um estádio em festa. Soares, esse mesmo que há sensivelmente um ano tinha uma estreia abençoada de azul e branco, resolvendo com um bis um clássico frente ao Sporting para a Liga (2-1). Soares, esse mesmo que parecia de costas voltadas com Sérgio Conceição e com as malas quase feitas.
Ele estava à porta, como disse Conceição, em recente conferência de imprensa. Esta noite decidiu entrar. Quem lhe abriu a porta, foi outro Sérgio; Oliveira: que cruzamento perfeito (!) a sublinhar mais uma excelente exibição – a segunda titularidade consecutiva pela primeira vez nesta época.
Cinco minutos depois do golo, lá estava Soares a tentar o 2-0. Salvo por São Patrício, padroeiro de todo o Sporting, que sairia aos pés de Brahimi aos 80’ para evitar de novo o segundo portista.
Bruno Fernandes e Gelson tentavam remar contra a maré, mas a velocidade e poderio ofensivo dos pesos-pesados portistas jamais permitia aos leões baixarem a guarda. Até que em cima dos 90’ Ricardo Pereira quase estragava a exibição de luxo ao permitir que Rúben Ribeiro lhe roubasse a bola nas costas na área. Aí, valeu San Iker, no seu jogo 100 pelo FC Porto. Na verdade, o empate seria castigo demasiado pesado para a equipa que mais fez por vencer.
Num jogo difícil, como sempre são os clássicos, nota ainda para boa atuação da equipa de arbitragem liderada por João Pinheiro, que expulsou bem Acuña, por acumulação de amarelos, já no final.
Venceu, bem, o FC Porto, que leva vantagem para a segunda mão em Alvalade. Quanto ao Sporting, depois da derrota no Estoril, no domingo, voltou a perder. Desta vez, não por culpa de um “tiquinho” de vento. Só ares. Soares, aliás. De cada vez que se abre ou fecha uma porta, é natural que haja alguma corrente de ar.

Jogo disputado no Estádio do Dragão, no Porto.
FC Porto – Sporting, 1-0.
Ao intervalo: 0-0.
Marcador:
1-0, Soares, 60 minutos.
Equipas: – FC Porto: Casillas, Ricardo, Reyes, Felipe, Alex Telles, Sérgio Oliveira, Herrera, Corona (Otávio, 71), Brahimi (Hernâni, 80), Marega e Soares (Gonçalo Paciência, 83). (Suplentes: José Sá, Maxi Pereira, Osorio, Óliver Torres, Otávio, Hernâni e Gonçalo Paciência).
Treinador: Sérgio Conceição.
– Sporting: Rui Patrício, Piccini, Coates, Mathieu, Fábio Coentrão (Fredy Montero, 84), Battaglia (Bruno César, 86), Bruno Fernandes, Ristovski (Rúben Ribeiro, 74), Acuña, Gelson Martins e Doumbia.
(Suplentes: Salin, André Pinto, Rúben Ribeiro, Bruno César, Bryan Ruiz, Fredy Montero e João Palhinha).
Treinador: Jorge Jesus.
Árbitro: João Pinheiro (AF Braga).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Fábio Coentrão (25), Felipe (25), Piccini (27), Battaglia (43), Coates (54), Acuña (67 e 90+1) e Hernâni (86). Cartão vermelho, por acumulação de amarelos, para Acuña (90+1). Assistência: 32.855 espetadores.
Resultados das meias-finais da Taça de Portugal de futebol:
Primeira mão:
Quarta-feira, 7 de fevereiro:
FC Porto (I) – Sporting (I), 1-0
Quarta-feira, 28 de fevereiro:
Caldas (II) – Desportivo das Aves (I), 15:15
Segunda mão:
Quarta-feira, 18 de abril:
Sporting (I) – FC Porto (I)
Desportivo das Aves (I) – Caldas (II)

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