Marcelo afirmou que, enquanto “garante da paz”, as Forças Armadas devem estar “fortes, unidas e motivadas”; se assim não for, referiu que a paz, a segurança e a democracia – que descreveu como “sonhos do 25 de abril” – ficarão “mais fracas”.
Marcelo pediu, perante os deputados, um “consenso nacional continuado e efetivo” que crie “condições” para o reforço das Forças Armadas,
. “Se não quisermos criar essas condições, não nos podemos queixar que um dia descubramos que lhes estamos a exigir missões difíceis de cumprir por falta de recursos”, alertou.
“Se não o fizermos a tempo, outros o exigirão por nós”, insistiu Marcelo, numa referência implícita ao Chega. “Depois, não nos queixemos de frustrações, desilusões, contestações ou afastamentos”, completou.
Sem paz, os preços subirão
O presidente argumentou ainda que pugnar pelo reforço das Forças Armadas “não é ser-se de Direita ou de Esquerda, conservador ou progressista, moderado ou radical”. É, pelo contrário, “ser-se simplesmente patriota, em liberdade e democracia”, defendeu.
“Não podemos clamar por maior envolvimento em ações externas, ou querer [as Forças Armadas] ainda mais presentes nos apoios internos, e pensar que longe vão as guerras ou que há muito mais onde gastar o dinheiro”, alertou Marcelo.
“Se a paz não existir, a insegurança atingirá também as nossas vidas”, frisou ainda o presidente, dando o exemplo do aumento dos preços da energia e dos bens básicos.
Na parte inicial do discurso, Marcelo lembrou Jorge Sampaio “com muita saudade”, nesta que foi a primeira sessão solene do 25 de abril sem o antigo presidente.
Sem individualizar, o chefe de Estado também enalteceu todos os capitães de abril, “pense-se o que se pensar sobre o que eles foram antes e depois” do “gesto refundador” que praticaram em 1974. Recorde-se que este é também o primeiro 25 de abril sem Otelo Saraiva de Carvalho, figura proeminente da Revolução que morreu em julho de 2021.
O discurso de Marcelo foi aplaudido por PS, PSD e pela maioria dos deputados da IL, mas não pelas bancadas de PCP, BE e Chega.
JN/MS
Redes Sociais - Comentários