Vítor M. Silva

Reino Unido turn left!

 

 

Hoje, 5 de julho, devem ser conhecidos os resultados das eleições no Reino Unido, com uma viragem à esquerda, depois de 14 anos no poder dos Conservadores. O atual primeiro-ministro, Rishi Sunak, perde as eleições de forma estrondosa. Sunak decidiu como estratégia de risco convocar eleições antecipadas (estas só iriam realizar-se em janeiro de 2025) para fazer face ao seu problemático mandato depois das constantes sondagens lhe darem a derrota consecutivamente, chegando aos 20% de desvantagem.

Com a vitória do Partido Trabalhista, termina uma década e meia de governo conservador, dando lugar a um governo de centro-esquerda, liderado por Keir Starmer. Sem dúvida que a ideia de deportar imigrantes requerentes de asilo, na sua maioria do Ruanda, que se faziam transportar em barcos para o Reino Unido, foi uma decisão nada popular e que terá ditado a perda de muitos apoiantes, assim como o ainda mal explicado Brexit. Na realidade, o Partido Trabalhista tem liderado as sondagens desde 2021, o que cria uma pressão e um desgaste sufocantes para quem governa.

Tudo isto advém dos escândalos que levaram ao fim de Boris Johnson como primeiro-ministro e, depois, ao mandato surrealista de apenas cerca de um mês de Liz Truss, e quem não se lembra da terrível agenda fiscal com que brindou os britânicos, deixando os mercados inquietos, instáveis e ruinosos?!

Keir Starmer quer respeitar o contributo, e bem, de quem queira recomeçar a sua vida no Reino Unido, independentemente de onde começou esta, anteriormente, e dar oportunidades para progredir com justiça a todos. A crise que se instalou prejudicou os trabalhadores e os mais vulneráveis.

Agora, com este novo rumo de políticas de centro-esquerda, estou certo de que vai acontecer uma retoma de caminhos de sucesso económico. O Partido Trabalhista dará ao país, enquanto governo, segurança nacional, fronteiras seguras e estabilidade económica. Os Conservadores estavam a descredibilizar completamente a imagem do Reino Unido no mundo. Finalmente, o país com laços tão estreitos com Portugal e, já agora, com o Canadá, pode prosperar com esta lufada de ar fresco que se chama Keir Starmer.

Tenho em Tony Blair uma referência política pessoal e esta frase da sua autoria com que termino o artigo desta semana é bem um “Mandamento” da política.

“O socialismo para mim nunca foi sobre nacionalização ou o poder do estado, não apenas sobre economia ou mesmo política. É um propósito moral para a vida, um conjunto de valores, uma crença na sociedade, na cooperação, em alcançar juntos o que não podemos alcançar sozinhos. É como eu tento viver a minha vida, como você tenta viver a sua — as verdades simples — eu não valho mais do que ninguém, eu sou o guardião do meu irmão, eu não vou andar do outro lado. Nós não somos simplesmente pessoas colocadas isoladas umas das outras, cara a cara com a eternidade, mas membros da mesma família, mesma comunidade, mesma raça humana. Este é o meu socialismo e a ironia de todos os nossos longos anos em oposição é que esses valores são compartilhados pela vasta maioria do povo britânico.” – Tony Blair

Vítor M. Silva/MS

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