A tradição permanece na família de Eduardo Ginjo
Maio de 69, foi o mês e o ano da chegada de Eduardo Ginjo ao Canadá. Veio sozinho, mas em pouco tempo tinha a esposa consigo. A esperança de uma vida melhor alimentava o casal e deu-lhes força para superarem as dificuldades. Passado pouco tempo de ter chegado a um país novo, Eduardo teve que passar por uma cirurgia que o fez parar de trabalhar e por isso tiveram mais esse contratempo para superar – juntos. E superaram.
Relativamente às memórias do Natal desse tempo Eduardo explica por que era diferente daquele que vivemos hoje: “não tínhamos o que há hoje. Quer dizer até havia, mas não havia dinheiro. A mulher também não trabalhava, foi complicado no início. Tempos difíceis.” E a memória do primeiro inverno passado em Toronto, traz o frio provocado pela neve até aos joelhos enquanto trabalhava na construção. O trabalho pesado – “era tudo à força de braços. Hoje já é mais leve.”
“Não tínhamos o que há hoje. Quer dizer até havia, mas não havia dinheiro. A mulher também não trabalhava, foi complicado no início. Tempos difíceis.” Eduardo Ginjo • emigrante de Miranda do Douro
Mas a história de vida de emigrante de Eduardo Ginjo não começou no Canadá. Antes Eduardo tinha vivido e trabalhado em França, ainda solteiro. Depois de casado voltou já com a esposa – “até que família da minha mulher que já aqui vivia, perguntou se nós não queríamos vir para o Canadá. Fizeram-me uma carta de chamada, mas nunca foi aprovada. Então vim como turista. Não sei como seria se tivesse continuado em França ou até em Portugal, mas olhe… a vida aqui tem corrido mais ou menos.“
No primeiro Natal e em todos os outros já por aqui vividos, Eduardo Ginjo fez sempre questão de ter um Natal à moda portuguesa. Com o bacalhau e o polvo. “Sabe que sou de Sendim, Miranda do Douro, perto de Bragança, e lá até o que se comia mais era o polvo. E aqui também. Nós ainda hoje comemos polvo.” A tradição permanece na família Ginjo.
Madalena Balça/MS
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