Mundo

São Tomé e Rússia assinam acordo de cooperação militar. Marcelo defende unidade da CPLP

 

São Tomé e Príncipe assinou com a Rússia um acordo técnico militar que prevê formação, utilização de armas e equipamentos militar e visitas de aviões, navios de guerra e embarcações russas ao arquipélago, disse à Lusa fonte governamental.

Fonte do Ministério da Defesa e Administração Interna de São Tomé e Príncipe confirmou à Lusa a assinatura do acordo “por tempo indeterminado”, anunciada pela agência de notícias oficial russa Sputnik.

Segundo esta agência russa, o acordo foi assinado em São Petersburgo em 24 de abril e começou a ser implementado em 5 de maio.

A também russa TASS tinha noticiado uma reunião, nesse dia, em Moscovo, do responsável do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolay Patrushev, com o ministro da Defesa de São Tomé e Príncipe, Jorge Amado, para discutir “questões de interesse mútuo”.

Segundo a imprensa russa, as duas partes acordaram cooperar nos domínios da formação conjunta de tropas, recrutamento de forças armadas, utilização de armas e equipamento militar, logística, intercâmbio de experiências e informações no quadro da luta contra a ideologia do extremismo e do terrorismo internacional, educação e formação de pessoal.

Além disso, o acordo entre os dois países prevê a participação em exercícios militares e a presença neles como observadores, visitas da aviação militar, bem como visitas de navios de guerra e embarcações.

A Sputnik cita o acordo referindo que a cooperação militar entre os países “contribui para fortalecer a paz e a estabilidade internacional”.

Marcelo defende unidade da CPLP

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou, esta quinta-feira, desconhecer o acordo de cooperação militar assinado entre São Tomé e Príncipe e a Federação Russa e defendeu que é importante salvaguardar a unidade da CPLP.

“Agora, como no futuro, Portugal desempenhará o papel que entende competir-lhe, em conjunto, em paridade de posições com os outros membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), para salvaguardar a unidade da CPLP”, afirmou o chefe de Estado, em resposta aos jornalistas, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, onde discursou no 1.º Fórum das Ordens Profissionais.

“Não conheço esse acordo, acho que foi celebrado agora recentemente, mas não tenho ainda conhecimento dele”, respondeu Marcelo Rebelo de Sousa. “Vou querer conhecer”, acrescentou.

Depois, questionado sobre o impacto deste acordo na CPLP, o Presidente da República recordou que “quando começou a invasão pela Federação Russa da Ucrânia [em 2022] houve votações nas Nações Unidas e nalgumas das votações a CPLP dividiu-se, e dividiu-se muito”. “Houve uma ou outra votação em que o número de países da CPLP que alinhou com a Ucrânia e com a condenação da invasão foi inferior ao número de países que estiveram ausentes ou se abstiveram. Isso mudou, mudou, foi mudando no tempo”, referiu.

Segundo o chefe de Estado, “nessa mudança naturalmente Portugal teve um papel a desempenhar” e continuará a procurar “salvaguardar a unidade da CPLP”. “Há diversidade de pontos de vista, como nós sabemos e na altura eu reconheci, mas é importante que haja, mesmo na diversidade, aspetos centrais em que a convergência possa estar presente”, reforçou.

CPLP diz que não há dramas

O secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) afirmou que não há dramas quanto ao acordo militar entre São Tomé e Príncipe e a Rússia, sublinhando que é preciso respeitar a soberania dos Estados.

Zacarias da Costa falava na capital de São Tomé e Príncipe após um encontro com o primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, e depois de uma reunião alargada com membros do Governo na sede do executivo. “A CPLP não sou eu, a CPLP são os nove países que formam essa comunidade, tendo em conta que nós respeitamos as decisões soberanas de cada Governo, naturalmente temos de respeitar as decisões soberanas das autoridades de São Tomé e Príncipe”, sublinhou Zacarias da Costa.

Questionado sobre a sua visão sobre o acordo, o secretário executivo da CPLP considerou que “não há dramas”. “Há questões que são transversais a todos os países, a questão do terrorismo, da droga, temos que encontrar soluções para poder lidar com esses desafios que são comuns, portanto eu não vejo nenhum problema”, vincou o secretário executivo da CPLP.

Redes Sociais - Comentários

Artigos relacionados

Back to top button

 

O Facebook/Instagram bloqueou os orgão de comunicação social no Canadá.

Quer receber a edição semanal e as newsletters editoriais no seu e-mail?

 

Mais próximo. Mais dinâmico. Mais atual.
www.mileniostadium.com
O mesmo de sempre, mas melhor!

 

SUBSCREVER