{"id":98715,"date":"2022-07-18T09:44:34","date_gmt":"2022-07-18T13:44:34","guid":{"rendered":"https:\/\/mileniostadium.com\/?p=98715"},"modified":"2022-07-18T09:44:34","modified_gmt":"2022-07-18T13:44:34","slug":"cristina-fernandes-uma-luso-canadiana-que-da-cartas-no-mundo-da-publicidade","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/mileniostadium.com\/local\/gta\/cristina-fernandes-uma-luso-canadiana-que-da-cartas-no-mundo-da-publicidade\/","title":{"rendered":"Cristina Fernandes: Uma luso-canadiana que d\u00e1 cartas no mundo da publicidade"},"content":{"rendered":"

\"cristina<\/a><\/p>\n

 <\/p>\n

Cristina Fernandes abriu em 2004 a Listen Harder<\/a> com uma s\u00f3cia. O objetivo era criar uma empresa de publicidade independente especializada em publicidade musical que fosse capaz de ajudar os artistas canadianos a lan\u00e7arem-se na cena musical e quem sabe sonharem com uma carreira internacional. A luso-canadiana est\u00e1 habituada a trabalhar com artistas dos mais variados g\u00e9neros, tanto jovens desconhecidos como os mais populares que somam pr\u00e9mios e reconhece que os dois grupos trazem desafios diferentes.<\/strong><\/p>\n

Questionada pelo Mil\u00e9nio Stadium sobre o talento dos artistas canadianos, Fernandes n\u00e3o tem d\u00favidas de que existe muita qualidade no mercado, mas avisa que isso n\u00e3o significa que todos v\u00e3o ser os pr\u00f3ximos \u201cThe Weeknd ou Justin Bieber\u201d porque \u00e9 necess\u00e1ria uma conjuga\u00e7\u00e3o de fatores desde \u201ctalento, trabalho \u00e1rduo e sorte\u201d.
\nPara quem est\u00e1 no setor h\u00e1 quase 20 anos fica aqui a dica: \u201cperseveran\u00e7a e dedica\u00e7\u00e3o\u201d porque o sucesso pode n\u00e3o estar j\u00e1 ao virar da esquina. Recentemente Cristina Fernandes foi um dos nomes apontados na lista do Mil\u00e9nio Stadium como uma das influencers da comunidade luso-canadiana.<\/p>\n

Mil\u00e9nio Stadium: Como \u00e9 que surgiu a ideia para criar a Listen Harder e porqu\u00ea este nome?<\/strong>
\nCristina Fernandes:<\/strong> A Listen Harder foi oficialmente estabelecida em 2004 com a minha melhor amiga e parceira de neg\u00f3cios Jen Cymek. Na altura, ela estava na York University e estagiou na empresa de promo\u00e7\u00e3o com a qual eu estava a contratar e foi assim que nos conhecemos. Alguns anos antes de Listen Harder, eu estava a fazer uma promo\u00e7\u00e3o de r\u00e1dio independente para uma editora indie e eles perguntaram-me se eu podia ajudar com a publicidade nacional para a sua lista. Percebi logo que gostava de fazer publicidade porque como publicit\u00e1rios trabalhamos de perto com o artista o seu lado mais criativo. Quando comecei a trabalhar com os Alexisonfire, no in\u00edcio de 2003, contratava talentos indie e o meu nome empresarial era Cristina Fernandes Publicity. A primeira editora dos Alexisonfire, Distort Records, tinha a tag line \u201cListen Harder\u201d desde que assinaram uma grande quantidade de m\u00fasica pesada. Achei que era um grande jogo de palavras. O termo foi cunhado por Mitch Joel, que na altura era co-propriet\u00e1rio da editora, pelo que lhe perguntei se n\u00e3o se importava que eu o usasse como nome de empresa e ele disse para irmos em frente, e por isso vou ser eternamente grata porque n\u00e3o consigo imaginar um nome melhor.<\/p>\n

MS: J\u00e1 teve a oportunidade de trabalhar com artistas Juno, Grammy e Platina. Diria que \u00e9 mais desafiante trabalhar com jovens talentos do que com os mais velhos?<\/strong>
\nCF:<\/strong> Essa \u00e9 uma grande quest\u00e3o e a resposta honesta \u00e9: depende. Pode ser um desafio trabalhar com alguns artistas mais jovens ou novos, porque podem ter expectativas irrealistas sobre o tipo de imprensa que deveriam estar a receber. Para os artistas menos conhecidos, plantar sementes \u00e9 fundamental. A cria\u00e7\u00e3o de bases leva tempo, muitas vezes anos e muitos lan\u00e7amentos musicais para construir um \u201cperfil medi\u00e1tico\u201d. Penso que \u00e9 importante ter uma conversa com um novo artista para que compreendam que n\u00e3o se pode simplesmente colocar uma m\u00fasica no Spotify e esperar que seja apresentada numa revista de m\u00fasica. Por outro lado, um artista mais novo pode ser mais entusiasta e aberto a fazer imprensa que os artistas mais antigos n\u00e3o querem fazer.
\nAqueles mais experientes e estabelecidos s\u00e3o mais f\u00e1ceis de angariar imprensa e normalmente t\u00eam uma equipa de gest\u00e3o que facilita o meu trabalho e coordena entrevistas. Eles t\u00eam tamb\u00e9m experi\u00eancia de navega\u00e7\u00e3o em entrevistas e apari\u00e7\u00f5es nos meios de comunica\u00e7\u00e3o. Mas por vezes h\u00e1 artistas que podem ter sido grandes \u201cno passado\u201d e t\u00eam expectativas irrealistas sobre o quanto os media se preocupam com eles agora. Isso pode ser um desafio porque nas suas mentes ainda s\u00e3o estrelas de rock e t\u00eam uma grande base de f\u00e3s, mas isso n\u00e3o significa que os jornalistas especialistas em m\u00fasica se preocupem em escrever sobre eles.
\nCom grupos como os Cancer Bats, com o qual trabalhamos de perto h\u00e1 cerca de 18 anos, tem sido sempre muito a ideia de \u201cfa\u00e7a voc\u00ea mesmo\u201d, mas grupos que costumavam trabalhar com grandes gravadoras e que agora est\u00e3o a lan\u00e7ar m\u00fasica independente, estavam habituados a ter tudo feito e agora n\u00e3o t\u00eam a mesma perce\u00e7\u00e3o sobre como gerir o seu neg\u00f3cio. Isso tamb\u00e9m pode ser um desafio se estiver a fazer imprensa para um artista que tem um grande ego e ainda n\u00e3o faz ideia do que est\u00e1 envolvido no lan\u00e7amento de um disco.<\/p>\n

MS: Qual \u00e9 a sua opini\u00e3o sobre a m\u00fasica canadiana em geral e como \u00e9 que acha que os artistas se podem afirmar na cena internacional?<\/strong>
\nCF:<\/strong> H\u00e1 tanto talento incr\u00edvel neste pa\u00eds em todos os g\u00e9neros musicais. Infelizmente, nunca conseguiremos ouvir a maioria deles, porque \u00e9 assim que a ind\u00fastria \u00e9. \u00c9 necess\u00e1ria uma combina\u00e7\u00e3o de talento, trabalho \u00e1rduo e sorte. O cantor de R&B de Toronto Dylan Sinclair \u00e9 um dos artistas mais jovens e novos que estamos a representar. Ele tem uma grande equipa e \u00e9 extremamente talentoso. Acredito que ele pode ser o pr\u00f3ximo Daniel Caesar e tem todos os elementos para se tornar uma estrela internacional. Isso significa que ele vai explodir em grande como o The Weeknd ou o Justin Bieber? Nunca ningu\u00e9m poder\u00e1 responder realmente a essa pergunta. Outro ponto \u00e9 que pode ser um desafio para os artistas dom\u00e9sticos entrarem nos mercados mundiais. Pode ser um artista certificado em ouro ou platina no seu pa\u00eds de origem com v\u00e1rios \u00eaxitos radiof\u00f3nicos e ainda ter dificuldades em chamar a aten\u00e7\u00e3o para a sua m\u00fasica noutros pa\u00edses. \u00c9 realmente necess\u00e1rio perseveran\u00e7a e dedica\u00e7\u00e3o ao seu of\u00edcio.<\/p>\n

MS: A maioria dos m\u00fasicos hoje est\u00e1 em plataformas de streaming de m\u00fasica como o Spotify que n\u00e3o pagam propriamente bem. Acha que no futuro os artistas v\u00e3o ser mais bem recompensados pelo seu trabalho?<\/strong>
\nCF:<\/strong> N\u00e3o tenho muita conhecimento nesse lado do neg\u00f3cio da m\u00fasica, mas sei que houve muitos artistas em dificuldades durante a pandemia que s\u00f3 ganhavam dinheiro quando estavam em digress\u00e3o. Adoraria ver um mundo onde artistas mais pequenos e talentosos que trabalham arduamente mas n\u00e3o ganham muito dinheiro com fontes de rendimento como as vendas de discos e os direitos de autor de airplay fossem compensados de forma mais adequada pela sua m\u00fasica.<\/p>\n

MS: Qual deles \u00e9 mais importante na ind\u00fastria musical – talento ou trabalho \u00e1rduo?<\/strong>
\nCF:<\/strong> Acredito que se trata sempre primeiro do talento, mas como sabemos, existem muitos artistas talentosos neste mundo de que nunca ouviremos falar. Ter pessoas boas e experientes que entendem como promover a m\u00fasica pode ajudar a lev\u00e1-los ao pr\u00f3ximo n\u00edvel, mas tudo come\u00e7a com o qu\u00e3o boa \u00e9 a sua m\u00fasica, o qu\u00e3o talentosos e motivados eles s\u00e3o e definitivamente o qu\u00e3o arduamente trabalham para isso.<\/p>\n

MS: A Cristina Fernandes foi uma das influencers escolhidas recentemente pelo Mil\u00e9nio Stadium. O que \u00e9 significa para si esta nomea\u00e7\u00e3o? <\/strong>
\nCF:<\/strong> Fiquei honrada e francamente surpreendida por ser uma das escolhidas. Nasci em Portugal e ver a minha cara inclu\u00edda ao lado de pessoas como Shawn Mendes e o meu amigo Sid Seixeiro, que respeito imensamente, foi bastante louco. Sinceramente, n\u00e3o me vejo como uma influencer, mas o meu sonho sempre foi trabalhar na ind\u00fastria musical e n\u00e3o tinha nenhum modelo para seguir. A minha m\u00e3e pensava que eu era louca e queria que eu fosse advogada (risos). Estou muito orgulhosa do trabalho que a Listen Harder realizou at\u00e9 agora e se inspira outros jovens portugueses a perseguir o seu sonho de trabalhar na ind\u00fastria da m\u00fasica isso deixa-me muito feliz. Atualmente o meu filho est\u00e1 a terminar a escola e trabalha em part-time para n\u00f3s, mas seria \u00f3timo t\u00ea-lo a trabalhar connosco um dia a tempo inteiro.<\/p>\n

Joana Leal<\/a>\/MS<\/p>\n

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