{"id":80296,"date":"2021-05-28T11:12:32","date_gmt":"2021-05-28T15:12:32","guid":{"rendered":"http:\/\/mileniostadium.com\/?p=80296"},"modified":"2021-05-28T11:12:32","modified_gmt":"2021-05-28T15:12:32","slug":"lisbon-bakery","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/mileniostadium.com\/temas-de-capa\/lisbon-bakery\/","title":{"rendered":"Lisbon Bakery"},"content":{"rendered":"

O Sr. Francisco da Silva, conhecido por Chico Padeiro, nasceu em Sarrazola, em Aveiro, e a sua esposa Maria Rosa, em Cacia, tamb\u00e9m no mesmo distrito. Entretanto foram viver para Lisboa e l\u00e1 o Sr. Francisco trabalhou numa padaria. Por isso, quando c\u00e1 chegou, aplicou os conhecimentos adquiridos e abriu a Padaria Lisboa (Lisbon Bakery), na Augusta Avenue. P<\/span>aul DaSilva, filho deste casal pioneiro e empreendedor, partilha connosco as suas recorda\u00e7\u00f5es.<\/span><\/b><\/p>\n

\"Lisbon
Cr\u00e9ditos: DR<\/figcaption><\/figure>\n

Quando surgiu a Padaria Lisboa (Lisbon Bakery)?<\/b><\/span><\/p>\n

A padaria nasceu antes de mim. Eu nasci em 1964 e a padaria j\u00e1 existia. Os meus pais abriram portas no final dos anos 50. <\/span>O meu pai, conhecido por Chico Padeiro, veio no barco que chegou em 1953 \u2013 ele veio com o pai do Charles Sousa.<\/span><\/p>\n

Muitos portugueses imigraram depois dele e quando vinham, tinham emprego ali. Tanto na padaria dos meus pais, quanto no neg\u00f3cio de importa\u00e7\u00f5es do pai do Charles Sousa<\/a>, por exemplo. Acho que isso fazia destes locais especiais: dar emprego aos nossos.<\/span><\/p>\n

Como era o ambiente na padaria? Que mem\u00f3rias tem?<\/b><\/span><\/p>\n

Eu e a minha m\u00e3e faz\u00edamos pasteis de nata todos os s\u00e1bados de manh\u00e3. Tenho essa memoria bem presente. O meu pai fazia a massa, que \u00e9 essencial para que o pastel de nata seja bom, enquanto eu e a minha m\u00e3e faz\u00edamos o recheio. As minhas irm\u00e3s tomavam conta o balc\u00e3o. Tenho saudades desse ambiente familiar. Todos os domingos, depois da missa, lembro-me de ver gente atr\u00e1s de gente a querer entrar na padaria para fazer a sua encomenda. Muita gente se encontrava ali tamb\u00e9m para conversar. A rua Augusta<\/a> nessa altura era praticamente dos portugueses \u2013 ouvia-se portugu\u00eas em todos os cantos. Eu ficava muito surpreendido quando algu\u00e9m entrava na padaria e falava ingl\u00eas, porque era realmente muito raro isso acontecer.<\/span><\/p>\n

O meu pai naquela altura j\u00e1 fazia entregas, muito antes destas modas dos \u201cdelivery\u201d. Eu ia com o meu pai distribuir as encomendas, ele parava o carro e eu ia \u00e0s portas deixar o saco, enquanto ele apontava no caderno tudo direitinho. O meu pai aceitava cr\u00e9dito antes de existirem cart\u00f5es de cr\u00e9dito (risos). Os meus pais conheciam os clientes pelo nome, sabiam o que eles gostavam e o que queriam… <\/span><\/p>\n

Que saudades deixam esses tempos?<\/b><\/span><\/p>\n

Era uma \u00e9poca diferente, bem mais simples. Havia uma sensa\u00e7\u00e3o de comunidade \u00fanica, uma paix\u00e3o e orgulho pelo que se fazia. Tenho saudades dessa sensa\u00e7\u00e3o de comunidade t\u00e3o unida. <\/span><\/p>\n

Em 1977 eles venderam a padaria. Foram para os Estados Unidos poucos anos e depois resolveram voltar e abrir um neg\u00f3cio pequeno. Hoje em dia tenho pena de n\u00e3o ter continuado com a padaria deles. Acho que era algo que eles queriam: que eu desse continuidade…<\/span><\/p>\n

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Mas eu quando era novo via o meu pai sair de casa para trabalhar \u00e0s 9pm at\u00e9 \u00e0s 9am, e n\u00e3o era algo que me deixasse entusiasmado (risos). <\/span>No entanto, eu sinto que agora, aos 57 anos, me tornei no meu pai. Tudo o que ele fazia que me deixava doido, eu agora sou igual. Vou a uma padaria e analiso tudo: o p\u00e3o, as natas, etc. Sou exatamente como ele.<\/span><\/p>\n

Catarina Bal\u00e7a\/MS<\/span><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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