{"id":7398,"date":"2017-12-21T20:33:11","date_gmt":"2017-12-22T01:33:11","guid":{"rendered":"http:\/\/mileniostadium.com\/?p=7398"},"modified":"2017-12-21T20:33:11","modified_gmt":"2017-12-22T01:33:11","slug":"o-natal-no-coracao","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/mileniostadium.com\/vida-vidas\/entretenimento\/lifestyle\/o-natal-no-coracao\/","title":{"rendered":"O Natal no cora\u00e7\u00e3o!"},"content":{"rendered":"<figure id=\"attachment_6381\" aria-describedby=\"caption-attachment-6381\" style=\"width: 172px\" class=\"wp-caption alignleft\"><img decoding=\"async\" class=\" wp-image-6381\" src=\"https:\/\/mileniostadium.com\/wp-content\/uploads\/2017\/11\/Luis-Barreira-jornal-300x221.jpg\" alt=\"\" width=\"172\" height=\"127\" srcset=\"https:\/\/mileniostadium.com\/wp-content\/uploads\/2017\/11\/Luis-Barreira-jornal-300x221.jpg 300w, https:\/\/mileniostadium.com\/wp-content\/uploads\/2017\/11\/Luis-Barreira-jornal.jpg 477w\" sizes=\"(max-width: 172px) 100vw, 172px\" \/><figcaption id=\"caption-attachment-6381\" class=\"wp-caption-text\">Luis Barreira<br \/>Correspondente em Portugal<\/figcaption><\/figure>\n<p>Mais um Natal!<br \/>\nEsta \u00e9 a express\u00e3o que muitos da minha idade utilizam para simbolizar o facto de nos mantermos vivos e conscientes ao ultrapassarmos mais uma etapa da vida.<br \/>\nMas, cada Natal, n\u00e3o \u00e9 mais um Natal!<br \/>\nN\u00f3s, os mais velhos, que somos capazes de recordar muitas das quadras natal\u00edcias que percorremos, desde a inf\u00e2ncia at\u00e9 aos nossos dias, sabemos que cada Natal \u00e9 \u00fanico. Do prazer das grandes reuni\u00f5es da fam\u00edlia e da ansiedade pelas prendas que nos eram oferecidas, enquanto crian\u00e7as, at\u00e9 ao sentimento de satisfa\u00e7\u00e3o e felicidade, enquanto adultos, ao ver a fam\u00edlia reunida \u00e0 mesma mesa, contemplando os rostos expectantes de filhos e netos que aguardam as oferendas, cada Natal foi sempre diferente, quer pela aus\u00eancia daqueles que entretanto foram partindo, quer pela carga de emo\u00e7\u00f5es que cada Natal provocou.<br \/>\nN\u00e3o h\u00e1 momento na vida familiar mais simb\u00f3lico e enternecedor que a \u00e9poca natal\u00edcia! E n\u00e3o \u00e9 a quantidade ou o valor intr\u00ednseco das prendas recebidas ou oferecidas que atribui esse valor excepcional ao Natal. \u00c9 o acto de dar o que cada um pode oferecer que o distingue!<br \/>\nQuantos de n\u00f3s, enquanto crian\u00e7as, n\u00e3o rejubil\u00e1mos com um simples brinquedo de madeira, um carrinho de lata, uma boneca de trapos, uns sapatos novos ou uma gaita de bei\u00e7os? Quantas fam\u00edlias modestas acarinham especialmente no Natal os seus filhos e netos com prendas humildes, deixando-os felizes e agradecidos? S\u00f3 se explica porque o acto de dar \u00e9, essencialmente, um acto de amor!<br \/>\nRaz\u00f5es porque o Natal \u00e9, ou deveria ser, um momento muito especial para toda a civiliza\u00e7\u00e3o crist\u00e3, associando a espiritualidade dos crentes na celebra\u00e7\u00e3o do nascimento de Cristo, ao reagrupamento familiar e \u00e0 d\u00e1diva de amor.<br \/>\nNo entanto, a minha gera\u00e7\u00e3o tem consci\u00eancia de que vive num mundo substancialmente diferente daquele que a viu nascer. A d\u00e1diva de amor tornou-se de tal forma num objecto comercial que, utilizando a pr\u00f3pria linguagem dos sentimemtos, como ofere\u00e7a: um perfume \u201ccom amor\u201d, uma camisa \u201cwith love\u201d ou uma mala \u201cavec amour\u201d, acaba por confundir a veracidade dos afectos insertos no acto da oferta, tornando-nos um ve\u00edculo das estrat\u00e9gias das vendas comerciais.<br \/>\nMas, se por um lado se corre um risco de transforma\u00e7\u00e3o das mentalidades, cada vez mais escravizadas a objectivos comerciais, correndo o risco da completa desvirtualiza\u00e7\u00e3o do verdadeiro esp\u00edrito do Natal, a publicidade mercantil acaba por ser igualmente um \u201csino\u201d que nos desperta para a \u00e9poca e para todas as suas manifesta\u00e7\u00f5es espirituais. Manter a magia do Natal \u00e9, tamb\u00e9m, resistir \u00e0 perniciosa influ\u00eancia da publicidade, procurando que prevale\u00e7a o sentimento da d\u00e1diva e n\u00e3o a conformidade \u00e0 influ\u00eancia publicit\u00e1ria.<br \/>\nSem querer sair do mundo dos sentimentos, mas com o olhar atento \u00e0s\u201ccoisas\u201d, o Natal de 2017 ser\u00e1, para a maioria dos portugueses e do ponto de vista econ\u00f3mico, um pouco melhor do que o anterior, embora o ano tenha sido tr\u00e1gico para muitas das nossas fam\u00edlias, vitimadas pelos inc\u00eandios que se registaram no Pa\u00eds. E, a esse prop\u00f3sito e porque o esp\u00edrito de Natal deve perdurar para al\u00e9m de uns poucos dias de calend\u00e1rio, queria sublinhar a not\u00e1vel onda de solidariedade que se desenvolveu entre todos os portugueses, no Pa\u00eds e no estrangeiro, para com todas as v\u00edtimas dos inc\u00eandios deste ver\u00e3o.<br \/>\nN\u00e3o foram renas que puxaram os tren\u00f3s de ofertas desta boa gente portuguesa para com os seus concidad\u00e3os em dificuldades. Foram toneladas e toneladas de materiais, mobilias, roupas, g\u00e9neros aliment\u00edcios, comida para o gado, brinquedos, electrodom\u00e9sticos e tantas outras coisas necess\u00e1rias, transportadas em \u201ccomboios\u201d de cami\u00f5es TIR.<br \/>\nOs sorrisos e as palavras de retribui\u00e7\u00e3o de toda essa gente para com os seus dadores e a felicidade estampada no rosto de todos aqueles que contribu\u00edram para minimizar o desgosto de quem tudo perdeu, deixou-me uma certeza: apesar das vicissitudes que tem passado, dos trilhos para onde tem sido empurrado por alguns fariseus e da fragilidade e incompet\u00eancia de algumas das suas institui\u00e7\u00f5es, este povo tem o Natal no cora\u00e7\u00e3o!<\/p>\n<p>Feliz Natal para todos v\u00f3s.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<p>Mais um Natal! 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