{"id":68450,"date":"2020-10-07T09:45:23","date_gmt":"2020-10-07T13:45:23","guid":{"rendered":"http:\/\/mileniostadium.com\/?p=68450"},"modified":"2020-10-07T09:45:23","modified_gmt":"2020-10-07T13:45:23","slug":"venda-de-casas-devera-cair-20-ate-final-do-ano","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/mileniostadium.com\/portugal\/venda-de-casas-devera-cair-20-ate-final-do-ano\/","title":{"rendered":"Venda de casas dever\u00e1 cair 20% at\u00e9 final do ano"},"content":{"rendered":"
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Os profissionais ligados \u00e0s transa\u00e7\u00f5es imobili\u00e1rias consideram que a evolu\u00e7\u00e3o da pandemia vai condicionar o mercado Foto: Igor Martins \/ Global Imagens<\/figcaption><\/figure>\n

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Pandemia tirou o f\u00f4lego ao imobili\u00e1rio portugu\u00eas. Estimativas apontam para uma quebra nas vendas da ordem dos cinco mil milh\u00f5es de euros face aos 25,5 mil milh\u00f5es registados em 2019. Ainda assim, os pre\u00e7os das casas n\u00e3o caem. H\u00e1 escassez de oferta e uma elevada procura. O cr\u00e9dito tamb\u00e9m est\u00e1 barato.<\/strong><\/p>\n

Os quase dois meses de confinamento que vigoraram no pa\u00eds devido \u00e0 pandemia foram um trav\u00e3o para um mercado que ia de vento em popa. Neste ano, a venda de casas em Portugal poder\u00e1 cair 20%, o que significar\u00e1 menos cinco mil milh\u00f5es de euros de volume de transa\u00e7\u00f5es face aos 25,5 mil milh\u00f5es registados em 2019. A estimativa deve-se ao adiamento das opera\u00e7\u00f5es durante os primeiros meses da covid-19 e \u00e0 limita\u00e7\u00e3o das viagens que “t\u00eam impossibilitado alguns neg\u00f3cios com compradores\/investidores internacionais”, diz Patr\u00edcia Brand\u00e3o, respons\u00e1vel da \u00e1rea residencial da JLL. Como sublinha, “devido ao sentimento de incerteza em rela\u00e7\u00e3o ao futuro e tamb\u00e9m pelo facto de esta ser uma crise sem precedentes, houve investidores que adotaram uma postura de “esperar para ver”, o que fez com que algumas transa\u00e7\u00f5es no segmento residencial fossem adiadas”.<\/p>\n

Lu\u00eds Lima, presidente da Associa\u00e7\u00e3o dos Profissionais e Empresas de Media\u00e7\u00e3o Imobili\u00e1ria de Portugal (APEMIP), admite que \u00e9 “expect\u00e1vel uma quebra” no mercado residencial, embora n\u00e3o queira para j\u00e1 avan\u00e7ar com previs\u00f5es. Contudo, vai lembrando que essa retra\u00e7\u00e3o “j\u00e1 se sentiu no 2.o trimestre, que refletiu o per\u00edodo de desconfinamento”.<\/p>\n

Entre abril e junho, as transa\u00e7\u00f5es ca\u00edram 21,6% em n\u00famero e 15,2% em valor, face ao mesmo per\u00edodo de 2019. Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal, tamb\u00e9m reconhece que se dever\u00e1 registar uma quebra no n\u00famero e volume, mas real\u00e7a que o mercado “est\u00e1 a demonstrar uma grande resili\u00eancia e a recuperar do per\u00edodo de estado de alarme”. Patr\u00edcia Brand\u00e3o sublinha que “os sinais de recupera\u00e7\u00e3o j\u00e1 s\u00e3o vis\u00edveis”, sendo que o “\u00faltimo trimestre do ano e a evolu\u00e7\u00e3o da situa\u00e7\u00e3o sanit\u00e1ria ser\u00e3o decisivos” para o resultado de 2020.<\/p>\n

Contrariamente ao que muitos esperariam, a crise sanit\u00e1ria n\u00e3o provocou, pelo menos para j\u00e1, uma queda nos pre\u00e7os das casas. Para Ricardo Guimar\u00e3es, diretor da Confidencial Imobili\u00e1rio, h\u00e1 v\u00e1rias raz\u00f5es que explicam esta situa\u00e7\u00e3o. Como frisa, “bastar\u00e1 o an\u00fancio de que j\u00e1 h\u00e1 uma vacina para o mercado antecipar um crescimento”. As previs\u00f5es apontam para “uma recupera\u00e7\u00e3o em 2022, e se o propriet\u00e1rio n\u00e3o tem necessidade de liquidez n\u00e3o se vai deixar empurrar para descontos”.<\/p>\n

Lu\u00eds Lima sublinha que n\u00e3o h\u00e1 “no panorama atual nenhum motivo para que haja uma desvaloriza\u00e7\u00e3o do patrim\u00f3nio \u00e0 semelhan\u00e7a do que aconteceu no per\u00edodo da troika”. Segundo o presidente da APEMIP, desta vez, “n\u00e3o h\u00e1 excesso de oferta e a exposi\u00e7\u00e3o ao cr\u00e9dito \u00e9 muito menor”. Nos casos em que se verifique uma corre\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os \u00e9 porque “j\u00e1 estariam a ser comercializados acima do valor de mercado”.<\/p>\n

Para Ricardo Sousa, a resist\u00eancia dos pre\u00e7os deve-se \u00e0 escassez de oferta, a uma Banca que se mant\u00e9m ativa no financiamento \u00e0s fam\u00edlias para a compra de habita\u00e7\u00e3o, \u00e0 valoriza\u00e7\u00e3o da casa, ao refor\u00e7o da l\u00f3gica do imobili\u00e1rio como produto de investimento seguro e ao sentimento de confian\u00e7a dos propriet\u00e1rios.<\/p>\n

A avalia\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria das casas tamb\u00e9m se mant\u00e9m em alta. Em agosto, atingiu os 1128\u20ac por metro quadrado, mais 1\u20ac do que no m\u00eas anterior, confirmando que o valor das casas continua a aumentar. No contexto da pandemia, parece “evidente um abrandamento no n\u00famero de transa\u00e7\u00f5es de habita\u00e7\u00e3o e um aumento do tempo de exposi\u00e7\u00e3o ao mercado, mas verifica-se que continua a existir procura”, sublinha Paulo Barros Trindade, presidente da Associa\u00e7\u00e3o Nacional dos Peritos Avaliadores de Im\u00f3veis. Na sua opini\u00e3o, a manuten\u00e7\u00e3o da procura e dos pre\u00e7os da habita\u00e7\u00e3o deve-se \u00e0s “taxas de juro muito baixas e ao facto de a maioria da popula\u00e7\u00e3o n\u00e3o ter sentido os efeitos da crise econ\u00f3mica” criada pela covid. Mas, alerta, “os pr\u00f3ximos meses poder\u00e3o mudar esta tend\u00eancia, caso o desemprego continue a aumentar”.<\/p>\n

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