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A deputada brasileira Joice Hasselmann, ex-l\u00edder do Governo de Jair Bolsonaro no congresso, denunciou na quarta-feira a atua\u00e7\u00e3o de um grupo difusor de “fake news” (not\u00edcias falsas) ligado ao atual Presidente e que funcionaria na sede da Presid\u00eancia.<\/strong><\/p>\n Joice Hasselmann prestou depoimentos na Comiss\u00e3o Parlamentar Mista de Inqu\u00e9rito (CPMI) \u00e0s “fake news”, instaurada pelo Congresso brasileiro, e declarou a exist\u00eancia de um grupo que, segundo a deputada, ficou conhecido como “gabinete do \u00f3dio”, tendo como mentores o vereador Carlos Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro, ambos filhos do atual chefe de Estado do Brasil.<\/p>\n Auxiliada por apresenta\u00e7\u00f5es gr\u00e1ficas em formato “powerpoint”, a ex-aliada de Bolsonaro apresentou o que acredita ser um esquema de cria\u00e7\u00e3o e difus\u00e3o de not\u00edcias falsas na internet, que vigora no Pal\u00e1cio do Planalto, sede da Presid\u00eancia da Rep\u00fablica, em Bras\u00edlia.<\/p>\n “Qualquer pessoa que eventualmente discorde [da fam\u00edlia Bolsonaro] entra como inimigo da mil\u00edcia”, disse, acrescentando que o grupo atua com uma estrat\u00e9gia bem definida e organizada, come\u00e7ando com uma lista de pessoas consideradas “traidoras” e que s\u00e3o escolhidas como alvo dos ataques cibern\u00e9ticos.<\/p>\n “Escolhe-se um alvo. Combina-se um ataque e h\u00e1, inclusive, um calend\u00e1rio de quem ataca e quando. E, quando esse alvo est\u00e1 escolhido, entram as pessoas e os rob\u00f4s. \u00c9 por isso que, em quest\u00e3o de minutos, temos uma informa\u00e7\u00e3o espalhada para o Brasil inteiro”, afirmou.<\/p>\n Como provas, a deputada exibiu partes de conversas na aplica\u00e7\u00e3o de mensagens Whatsapp atribu\u00eddas ao “gabinete do \u00f3dio”, com orienta\u00e7\u00f5es sobre os procedimentos a serem tomados.<\/p>\n Joice Hasselmann divulgou ainda os valores usados na divulga\u00e7\u00e3o de not\u00edcias falsas: de acordo com a ex-l\u00edder do Governo no Congresso, custam cerca de 500 mil reais (107 mil euros) aos cofres p\u00fablicos.<\/p>\n Al\u00e9m disso, disse que recebeu a informa\u00e7\u00e3o de que o vereador Carlos Bolsonaro prop\u00f4s a cria\u00e7\u00e3o de uma “Abin paralela” no Governo, que funcionaria como um \u00f3rg\u00e3o clandestino, nos moldes da Ag\u00eancia Brasileira de Intelig\u00eancia do Brasil (Abin), que incluiria a instala\u00e7\u00e3o de escutas telef\u00f3nicas.<\/p>\n “Essas informa\u00e7\u00f5es foram-me passadas. \u00c9 \u00f3bvio que vou preservar a fonte. Eu n\u00e3o fa\u00e7o parte desse grupo, demorei para conseguir essas informa\u00e7\u00f5es, porque \u00e9 muito sigiloso, mas at\u00e9 algumas pessoas que fazem parte entendem que todos os limites foram estourados”, referiu a deputada.<\/p>\n Hasselmann era uma das principais aliadas do Presidente brasileiro dentro do Partido Social Liberal (PSL). Foi destitu\u00edda do cargo de representante do Governo no Congresso por Bolsonaro quando uma crise dentro do partido do Presidente se tornou p\u00fablica.<\/p>\n Ap\u00f3s a crise interna do PSL, Jair Bolsonaro assinou, no m\u00eas passado, a sua desfilia\u00e7\u00e3o do partido, forma\u00e7\u00e3o pol\u00edtica pela qual concorreu \u00e0s presidenciais do ano passado, e anunciou a cria\u00e7\u00e3o do Alian\u00e7a pelo Brasil.<\/p>\n Ap\u00f3s conflitos com a fam\u00edlia Bolsonaro, Joice Hasselmann chegou mesmo a ser v\u00edtima de viol\u00eancia atrav\u00e9s da internet (‘ciberbullying’) por parte de Eduardo Bolsonaro.<\/p>\n Leia mais no JN<\/strong><\/span><\/p>\n<\/div>\n