![\"\"](\"https:\/\/mileniostadium.com\/wp-content\/uploads\/2019\/08\/how-to-help-children-with-homework-426-1563355098.jpg\")
<\/p>\nA hist\u00f3ria que vos vou contar podia ser uma hist\u00f3ria de fic\u00e7\u00e3o, mas n\u00e3o \u00e9.<\/b><\/p>\n
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\u00c9 <\/span>uma hist\u00f3ria real passada comigo todos os anos, a cada come\u00e7o de um novo ano letivo. Quando o Francisco (nome ficcionado do meu filho por quest\u00f5es de privacidade) entrou para a primeira classe, eu comecei a ter um ataque de nervos, pelo menos um m\u00eas antes. As borboletas no est\u00f4mago, as noites mal dormidas e a ansiedade tomaram conta de mim.<\/p>\n As d\u00favidas e preocupa\u00e7\u00f5es come\u00e7aram a aparecer: \u201cSer\u00e1 que vai gostar?\u201d, \u201cSer\u00e1 que vai ter muitos amigos?\u201d, \u201cSer\u00e1 que os outros meninos v\u00e3o trat\u00e1-lo bem?\u201d Enfim, o ataque de nervos tomou posse. <\/span><\/p>\n Na tentativa de responder \u00e0s minhas d\u00favidas eu ia perguntando ao Francisco: \u201cEst\u00e1s contente por ir come\u00e7ar a escola?\u201d, \u201cAchas que vais gostar?\u201d e a tudo ele respondia que sim sem perceber muito bem o porqu\u00ea de tantas quest\u00f5es.<\/span><\/p>\n O ano letivo terminou, tudo correu muito bem e a\u00ed eu pensei que o pior j\u00e1 tinha passado e n\u00e3o se ia voltar a repetir o epis\u00f3dio de \u201cloucura\u201d do in\u00edcio do ano. <\/span><\/p>\n N\u00e3o foi bem assim\u2026<\/span><\/p>\n As preocupa\u00e7\u00f5es voltaram, a cada in\u00edcio de ano letivo, e eram cada vez mais complexas. A verdade \u00e9 que, na minha cabe\u00e7a, a quest\u00e3o da seguran\u00e7a, do bullying, do conhecimento de novas realidades, da internet, e tudo o que ela representa, eram quest\u00f5es que tomavam conta do meu pensamento e, \u00e0 medida que o Francisco ia crescendo, tamb\u00e9m as minhas preocupa\u00e7\u00f5es aumentavam. <\/span><\/p>\n Come\u00e7ando com a quest\u00e3o da seguran\u00e7a, eu sempre achei que as escolas eram lugares seguros e, de facto, s\u00e3o, mas eu lembrava-me sempre das recomenda\u00e7\u00f5es da minha av\u00f3 para n\u00e3o aceitar nada de estranhos e n\u00e3o ir a lugar nenhum com quem n\u00e3o conhecesse.<\/span><\/p>\n Eu transmitia estas recomenda\u00e7\u00f5es ao meu filho todos os dias e ele, a achar que eu estava um pouco paranoica respondia-me sempre que n\u00e3o me preocupasse porque ningu\u00e9m d\u00e1 nada a ningu\u00e9m e que tamb\u00e9m n\u00e3o o levariam pois era muito falador e ningu\u00e9m o aturava sen\u00e3o eu…<\/span><\/p>\n Entre brincadeiras e gra\u00e7olas ia tentando saber se na escola algu\u00e9m o tinha feito sentir mal, se algum menino tinha gozado com ele, etc. Claro que, mais uma vez, estas preocupa\u00e7\u00f5es eram s\u00f3 minhas. Apesar de eu saber que os professores s\u00e3o pessoas altamente qualificadas e atentas a qualquer situa\u00e7\u00e3o menos normal mas, ainda assim, ia sempre advertindo o meu filho para me contar tudo o que se passava e estava sempre atenta a sinais menos positivos. <\/span><\/p>\n T<\/span>amb\u00e9m a internet era motivo de preocupa\u00e7\u00e3o para mim. \u00c9 verdade que ele hoje tem uma quantidade de informa\u00e7\u00e3o ao seu dispor que eu n\u00e3o tinha quando andava na escola. Tamb\u00e9m \u00e9 verdade que para efeitos do seu desempenho acad\u00e9mico, a internet \u00e9 uma grande ajuda, mas \u00e9 necess\u00e1rio estar muito atenta aos perigos escondidos e \u00e0s \u201ccontrainforma\u00e7\u00f5es\u201d que da\u00ed adv\u00eam.<\/p>\n Penso que nunca vou deixar de sentir as borboletas no est\u00f4mago a cada ano que se inicia mas tamb\u00e9m acho que se n\u00f3s, pais, informarmos os nossos filhos dos perigos envolventes em vez de os escondermos, se estivermos atentos aos programas que veem, \u00e0s pesquisas que fazem na internet, aos jogos que jogam, etc., eles crescem conscientes e informados o que, para mim, como m\u00e3e, \u00e9 o mais importante.<\/span><\/p>\n Desejo a todos os estudantes um excelente ano letivo e a todas as m\u00e3es \u00e0 beira de um ataque de nervos, como eu, posso garantir que, quer seja a primeira vez quer seja a d\u00e9cima primeira vez que um filho vai para a escola, os medos e as ansiedades v\u00e3o estar sempre presentes, mas com o tempo aprendemos a lidar com a situa\u00e7\u00e3o.<\/span><\/p>\n Maria Gaspar<\/b><\/p>\n