A floresta laurissilva na Madeira tem \u201cproblemas\u201d, mas as autoridades regionais est\u00e3o \u201cmuito confort\u00e1veis\u201d com a sua gest\u00e3o, disse hoje o vice-presidente do Instituto das Florestas e Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza, Paulo Oliveira.<\/p>\n
\u201cN\u00e3o nos revemos, nem a Comiss\u00e3o Nacional da UNESCO se rev\u00ea no relat\u00f3rio da IUCN – Uni\u00e3o Internacional para a Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza\u201d, afirmou o respons\u00e1vel, no \u00e2mbito de uma reuni\u00e3o da Rede de Patrim\u00f3nio Mundial de Portugal, que decorre no Funchal.<\/p>\n
A IUCN apresentou um relat\u00f3rio, no in\u00edcio do ano, onde baixa a classifica\u00e7\u00e3o do estado de conserva\u00e7\u00e3o da laurissilva, que \u00e9 patrim\u00f3nio natural da humanidade desde 1999, para \u201cpreocupa\u00e7\u00f5es significativas\u201d, numa escala com quatro n\u00edveis: bom; bom, com preocupa\u00e7\u00f5es; preocupa\u00e7\u00f5es significativas; e cr\u00edtico.<\/p>\n
As autoridades regionais referem que a UNESCO – entidade respons\u00e1vel pela atribui\u00e7\u00e3o do estatuto – n\u00e3o encomendou qualquer relat\u00f3rio, vincando tamb\u00e9m que n\u00e3o foram auscultadas pela Uni\u00e3o Internacional para a Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza.<\/p>\n
\u201cExistem problemas, sim senhor, mas o nosso argumento \u00e9 que devemos manter a classifica\u00e7\u00e3o de estado de conserva\u00e7\u00e3o bom, com algumas preocupa\u00e7\u00f5es\u201d, disse Paulo Oliveira, real\u00e7ando que o relat\u00f3rio resultou de um \u201cerro de metodologia\u201d da IUCN e n\u00e3o de um erro de gest\u00e3o da floresta madeirense.<\/p>\n
\u201cEstamos muito confort\u00e1veis com a gest\u00e3o da laurissilva\u201d, sublinhou, indicando que todos os problemas \u201cest\u00e3o a ser tidos em aten\u00e7\u00e3o\u201d, nomeadamente ao n\u00edvel das esp\u00e9cies invasoras e da press\u00e3o tur\u00edstica.<\/p>\n
A laurissilva, uma floresta h\u00famida com caracter\u00edsticas subtropicais, ocupa 15.000 hectares (20% do total da ilha). A sua origem remonta ao Terci\u00e1rio, sendo que as \u00faltimas glacia\u00e7\u00f5es levaram ao desaparecimento no continente europeu, sobrevivendo apenas nos arquip\u00e9lagos atl\u00e2nticos da Madeira, A\u00e7ores e Can\u00e1rias.<\/p>\n
Paulo Oliveira indicou, por outro lado, que a reuni\u00e3o da Rede de Patrim\u00f3nio de Portugal trouxe ao Funchal os gestores dos 15 s\u00edtios detentores do galard\u00e3o da UNESCO, onde a floresta end\u00e9mica da Madeira \u00e9 o \u00fanico com o estatuto de patrim\u00f3nio natural.<\/p>\n
\u201cA rede foi criada h\u00e1 cinco anos e pretende uma gest\u00e3o integrada dos bens, embora sejam diferentes uns dos outros\u201d, explicou, sublinhando que o \u201ctrabalho de sinergia\u201d assenta sobretudo ao n\u00edvel da divulga\u00e7\u00e3o e promo\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
No in\u00edcio de cada ano, a Rede de Patrim\u00f3nio Mundial de Portugal define um plano de a\u00e7\u00e3o e, depois, re\u00fane tr\u00eas vezes para avaliar a sua implementa\u00e7\u00e3o em cada um dos 15 s\u00edtios.<\/p>\n