{"id":35500,"date":"2019-05-02T22:48:30","date_gmt":"2019-05-03T02:48:30","guid":{"rendered":"http:\/\/mileniostadium.com\/?p=35500"},"modified":"2019-05-02T22:48:51","modified_gmt":"2019-05-03T02:48:51","slug":"a-radio-fala-e-para-receber-a-mensagem-e-somente-necessario-ouvir","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/mileniostadium.com\/temas-de-capa\/a-radio-fala-e-para-receber-a-mensagem-e-somente-necessario-ouvir\/","title":{"rendered":"A R\u00e1dio \u201cFala\u201d e, para receber a mensagem, \u00e9 somente necess\u00e1rio Ouvir."},"content":{"rendered":"

\u201cA R\u00e1dio renasce, ressuscita, desenvolve novas formas sempre que anunciam a sua morte. A sua crescente portabilidade como media, amplifica a forma como as metamorfoses de comunica\u00e7\u00e3o se desenvolvem. Afinal, o que s\u00e3o podcasts sen\u00e3o r\u00e1dio? Ou como se poderia desenvolver um projeto como o Tosta Mista escutado em todos os cantos do mundo? Em Portugal, a tend\u00eancia de reposi\u00e7\u00e3o no panorama audiovisual cresce e os players sabem que podem contar com as novas tecnologias incorporadas no todo da r\u00e1dio para os seus projetos e iniciativas! Gaga? S\u00f3 a Lady!\u201d \u00c1lvaro Costa<\/cite><\/p><\/blockquote>\n

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As primeiras experi\u00eancias de radiodifus\u00e3o, feitas por Marconi em 1894, abriram caminho para as in\u00fameras emiss\u00f5es r\u00e1dio dos nossos tempos. Teriam os artistas e os promotores no tempo de Marconi aqui uma casa \u00e0s ordens? <\/strong><\/p>\n

Com a evolu\u00e7\u00e3o tecnol\u00f3gica e com o aparecimento de v\u00e1rias plataformas de divulga\u00e7\u00e3o de m\u00fasica, a r\u00e1dio – e sobretudo a recomenda\u00e7\u00e3o dos seus animadores – t\u00eam ainda um papel importante na \u201cvida dos artistas\u201d. Na antiga r\u00e1dio n\u00e3o havia uma playlist, mas sim animadores loucos por m\u00fasica. Eram eles que iam divulgando as m\u00fasicas novas que iam surgindo e os ouvintes e artistas agradeciam.<\/p>\n

A r\u00e1dio chega a Portugal num per\u00edodo em que a cultura progride lentamente. Come\u00e7a a expandir-se, mas s\u00f3 nas classes altas, isto porque na altura era muito dispendioso a compra de um aparelho radiof\u00f3nico. Mais tarde, a radiodifus\u00e3o chega aos locais menos desenvolvidos do pa\u00eds, onde a maioria da popula\u00e7\u00e3o era camponesa e analfabeta e \u00e9 no meio destas pessoas que em Portugal a r\u00e1dio come\u00e7a a ter relev\u00e2ncia, sublinhando o seu papel de companhia e a sua utilidade. Para as pessoas n\u00e3o-letradas a r\u00e1dio era um fen\u00f3meno, pois mesmo n\u00e3o sabendo ler nem escrever conseguiam acompanhar as not\u00edcias e acompanhar os acontecimentos que marcavam o dia-a-dia da \u00e9poca atrav\u00e9s destes aparelhos. Ouvir r\u00e1dio era de tal modo uma rotina nos h\u00e1bitos de casa de cada um, que acabava por nem se notar a sua presen\u00e7a.<\/p>\n

A m\u00fasica e a r\u00e1dio andaram sempre de m\u00e3os dadas e os top\u2019s alimentavam a ind\u00fastria musical. Eram de tal modo marcantes que hoje \u00e9 poss\u00edvel saber qual a m\u00fasica estava no top das emissoras no dia que voc\u00ea nasceu. O site Playback.fm reuniu as can\u00e7\u00f5es mais tocadas desde 1946.<\/p>\n

Nos tempos recentes, a verdade \u00e9 que ainda continuamos a entrar todos os dias no carro e ligamos o r\u00e1dio. E l\u00e1 vamos, a escutar. \u00c9 o som da r\u00e1dio que nos acompanha durante toda a viagem. A primeira m\u00fasica que ouvimos \u00e9 aquela que andar\u00e1 connosco, todo o dia, a tocar na nossa cabe\u00e7a e a sair em forma de assobio. Ser\u00e1 uma playlist pessoal? Ou um meio de promo\u00e7\u00e3o n\u00e3o pensada da m\u00fasica? \u00c9, simplesmente, a magia da r\u00e1dio.<\/p>\n

Ok!!! A TV tem mais facilidade em captar e manter a aten\u00e7\u00e3o, mas a r\u00e1dio tem algo que faz com maestria: o despertar da imagina\u00e7\u00e3o de quem est\u00e1 a ouvir. A r\u00e1dio transformou-se e tornou-se port\u00e1til. Num car\u00e1ter social, a linguagem radiof\u00f3nica \u00e9 muito mais direta, persuasiva e intimista sendo mesmo considerada a \u201coitava arte\u201d. Desenvolveu como nunca as suas potencialidades, tornou-se centro das aten\u00e7\u00f5es de artistas e promotores, passando de uma r\u00e1dio\/necessidade a uma r\u00e1dio\/entretenimento e promo\u00e7\u00e3o. Ainda hoje \u00e9 quase obrigat\u00f3rio um artista conseguir que a sua m\u00fasica passe numa r\u00e1dio, mesmo com tantas outras possibilidades de que hoje dispomos. A influ\u00eancia de uma r\u00e1dio com uma linguagem direcionada e que aposta numa playlist \u00e9 a forma de estar mais perto do seu p\u00fablico-alvo. Torna-se assim quase uma \u201cencomenda\u201d por parte das editoras que necessitam de uma rampa de lan\u00e7amento para um determinado artista. Pensar a contribui\u00e7\u00e3o da r\u00e1dio para a proje\u00e7\u00e3o de um artista \u00e9 pensar em promo\u00e7\u00e3o com um amplo e flex\u00edvel alcance, ou seja, um desempenho eficaz e a baixos custos quando comparado com outros media. Em tempo real sente-se o comportamento dos ouvintes. \u00c9 poss\u00edvel conhecer melhor os mesmos e, como tal, direcionar os artistas \u00e0 partida mais relevantes. Possibilita uma maior precis\u00e3o na defini\u00e7\u00e3o das tabelas de top de vendas, facilitando o encontro de expectativas entre os espet\u00e1culos e o grande p\u00fablico. A venda de discos, essa, quase que desapareceu. Um artista atualmente precisa \u00e9 de concertos e a r\u00e1dio, consegue fornecer ferramentas de an\u00e1lise concretas, que permitem maior efic\u00e1cia na escolha dos artistas para os grandes eventos. Os que lideram as ondas hertzianas por vezes fazem os f\u00e3s mais cultos da r\u00e1dio sentirem at\u00e9 uma nostalgia dos programas de autor. Quase que parece existir um casulo obrigat\u00f3rio de playlists. Ser\u00e1 a playlist inimiga da r\u00e1dio? Hoje em dia as pessoas que ligam uma r\u00e1dio esperam ouvir o que est\u00e1 na moda de uma forma quase regular. Ouvem-se muitas vezes os poucos temas de que se gosta muito. A playlist permite n\u00e3o perder horas \u00e0 procura de discos numa discoteca e a elaborar alinhamentos definidos pelos gestores de antena, programadores, editoras e at\u00e9 promotores. Os ouvintes sem se aperceberem est\u00e3o, em grande medida, a ser orientados pela ind\u00fastria das editoras discogr\u00e1ficas.<\/p>\n

Hoje, depois do world wide web ter consolidado o lado comercial e, cada vez mais, massivo, a quest\u00e3o da r\u00e1dio reveste-se ainda de maior import\u00e2ncia. Os cada vez mais multifacetados artistas ir\u00e3o sempre ganhar se continuarem a passar nas r\u00e1dios adaptando-se e evoluindo no mundo empresarial. A r\u00e1dio ir\u00e1 continuar a auxili\u00e1-los na promo\u00e7\u00e3o dos mesmos, mesmo que emissoras mais tradicionais demonstrem dificuldade em reconhecer esta tend\u00eancia.<\/p>\n

A modernidade reconfigura a l\u00f3gica radiof\u00f3nica e imp\u00f5em novos desafios existindo mais continuidade do que o fim da r\u00e1dio\u2026 mesmo lutando com o padr\u00e3o digital. A velhinha r\u00e1dio at\u00e9 tem um dia mundial, celebra-se a 13 de fevereiro. Uma data institu\u00edda pela UNESCO em 2011 e que continua a ser celebrada anualmente por todo o mundo. Os artistas v\u00e3o continuar a orgulhar-se de ouvir a sua m\u00fasica a passar na r\u00e1dio. A sintonia nunca acabar\u00e1.<\/p>\n

Paulo Perdiz<\/strong><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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