{"id":2983,"date":"2017-10-04T10:30:39","date_gmt":"2017-10-04T14:30:39","guid":{"rendered":"http:\/\/mileniostadium.com\/?p=2983"},"modified":"2017-10-20T14:31:03","modified_gmt":"2017-10-20T18:31:03","slug":"blade-runner-antes-de-2049-houve-um-flop-em-1982-que-se-tornou-filme-de-culto","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/mileniostadium.com\/vida-vidas\/entretenimento\/blade-runner-antes-de-2049-houve-um-flop-em-1982-que-se-tornou-filme-de-culto\/","title":{"rendered":"“Blade Runner”: Antes de “2049” houve um “flop” em 1982 que se tornou filme de culto"},"content":{"rendered":"

“Blade Runner 2049” \u00e9 o mais recente e improv\u00e1vel cap\u00edtulo da incr\u00edvel hist\u00f3ria \u00e0 volta de “Blade Runner: Perigo Iminente”, que passou de fracasso comercial que desconcertou quase todos a obra-prima que antecipou um futuro que se confunde cada vez mais com o presente.<\/p>\n

Da adapta\u00e7\u00e3o muito livre do livro “Do Androids Dream of Electric Sheep?”, de Philip K. Dick, publicado em 1968, surgiu um “film noir” futurista que surge sistematicamente nas listas dos melhores t\u00edtulos da hist\u00f3ria do cinema: “Blade Runner: Perigo Iminente”.<\/p>\n

Os primeiros planos do filme de Ridley Scott, com as chamas industriais e a banda sonora de Vangelis, anunciam a vis\u00e3o pessimista de um futuro representada pela decadente Los Angeles em 2019, aqui uma cidade escura, polu\u00edda e labir\u00edntica.<\/p>\n

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Nela descobrimos o anti-her\u00f3i, Rick Deckard (Harrison Ford), um antigo pol\u00edcia ca\u00e7ador de recompensas contratado para perseguir replicantes, andr\u00f3ides t\u00e3o pr\u00f3ximos da exist\u00eancia humana que tinham de ser “reformados”.<\/p>\n

A est\u00e9tica de “Blade Runner” influenciou outros filmes, s\u00e9ries, videojogos e bandas desenhadas. At\u00e9 o design de carros. E muito se escreveu sobre os seus temas, da religi\u00e3o ao meio-ambiente, da imigra\u00e7\u00e3o \u00e0 globaliza\u00e7\u00e3o, da engenharia gen\u00e9tica \u00e0 clonagem, acima de tudo da solid\u00e3o e desumaniza\u00e7\u00e3o da sociedade e o que definia um ser humano ou significava estar vivo.<\/p>\n

N\u00e3o \u00e9 s\u00f3 um filme, na verdade nunca foi apenas isso, mas quanto mais muitas das suas tend\u00eancias e temas se tornaram realidade, mais a experi\u00eancia de o ver se aproxima da transcend\u00eancia.<\/p>\n

A ironia \u00e9 que todo este legado, que se tornou t\u00e3o forte que culmina, 35 anos mais tarde, na exist\u00eancia da sequela “2049”, n\u00e3o devia existir: o primeiro “Blade Runner” foi um semi-flop comercial.<\/p>\n

No ver\u00e3o de 1982, os espectadores preferiram “Star Trek II” e principalmente “E.T. – O Extraterrestre”. A incompreens\u00e3o estendeu-se aos cr\u00edticos, divididos sobre o que significava tudo aquilo.<\/p>\n

As rea\u00e7\u00f5es de uns e outros foram principalmente de frustra\u00e7\u00e3o pois Ridley Scott vinha do sucesso de “Alien, o Oitavo Passageiro” (1979) e principalmente porque Harrison Ford j\u00e1 era a estrela de “Star Wars” e “Os Salteadores da Arca Perdida”.<\/p>\n

Apesar de mais bem-recebido na Europa, mesmo quando chegou \u00e0 \u00e9poca dos pr\u00e9mios, “Blade Runner” ficou-se pelas nomea\u00e7\u00f5es para as categorias t\u00e9cnicas mais \u00f3bvias.<\/p>\n

S\u00f3 que o filme n\u00e3o morreu e logo nos primeiros anos aumentaram os admiradores gra\u00e7as \u00e0 exibi\u00e7\u00e3o na televis\u00e3o e ao VHS. Ao mesmo tempo surgiu toda uma mitologia em redor da exist\u00eancia de uma vers\u00e3o original (o chamado “workprint”), sem a narra\u00e7\u00e3o de Harrison Ford imposta pelo est\u00fadio ap\u00f3s as rea\u00e7\u00f5es negativas nas sess\u00f5es de teste.<\/p>\n

A descoberta do “workprint” e as rea\u00e7\u00f5es positivas das sess\u00f5es esgotadas em alguns cinemas e um festival entre 1990 e 1991, quando foi exibido erradamente como “a vers\u00e3o do realizador”, convenceram o est\u00fadio a aceitar financiar o restauro de uma “vers\u00e3o definitiva” com aprova\u00e7\u00e3o de Ridley Scott, que chegou \u00e0s salas para festejar o 10\u00ba anivers\u00e1rio e fez disparar o culto: “Blade Runner” deixou de ser um “segredo” de artistas e acad\u00e9micos.<\/p>\n

Finalmente ‘redescoberto’, reavaliado e compreendido, ainda havia uma pessoa insatisfeita com “Blade Runner”: Ridley Scott, que preparou um “Final Cut”, a primeira vers\u00e3o em que teve controlo art\u00edstico total, que chegou aos cinemas por altura do 25\u00ba anivers\u00e1rio em 2007.<\/p>\n

Seguiu-se uma gloriosa edi\u00e7\u00e3o em DVD com cinco discos, que parecia o fim da hist\u00f3ria do m\u00edtico filme. N\u00e3o era: a partir de 5 de outubro vamos reencontrar Rick Deckard e Harrison Ford em “2049”…<\/p>\n

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