{"id":20194,"date":"2018-11-01T17:46:53","date_gmt":"2018-11-01T21:46:53","guid":{"rendered":"http:\/\/mileniostadium.com\/?p=20194"},"modified":"2018-11-01T17:46:53","modified_gmt":"2018-11-01T21:46:53","slug":"escritora-recomendada-pelo-plano-nacional-de-leitura-visita-toronto","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/mileniostadium.com\/local\/comunidade\/escritora-recomendada-pelo-plano-nacional-de-leitura-visita-toronto\/","title":{"rendered":"Escritora recomendada pelo Plano Nacional de Leitura visita Toronto"},"content":{"rendered":"

Ros\u00e1rio Al\u00e7ada Ara\u00fajo tem 20 livros publicados<\/strong><\/p>\n

Ros\u00e1rio Al\u00e7ada Ara\u00fajo tem 45 anos e j\u00e1 publicou 20 livros. Apesar de ter estudado direito, a vida trocou-lhe as voltas e foi numa temporada em Londres que se reaproximou da literatura infantil. A partir da\u00ed dedicou-se em exclusivo a esta \u00e1rea e \u201cO baloi\u00e7o azul\u201d \u00e9 o seu \u00faltimo trabalho.<\/p>\n

Algumas das suas obras s\u00e3o recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura em Portugal e esta semana a escritora visitou v\u00e1rias escolas em Toronto e em Otava a convite do Instituto Cam\u00f5es.<\/p>\n

O Mil\u00e9nio Stadium quis saber um pouco mais acerca desta escritora nascida em Lisboa e que adora escrever para os mais jovens.<\/p>\n

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Mil\u00e9nio Stadium: Quando \u00e9 que a escrita surgiu na sua vida?<\/strong><\/p>\n

Ros\u00e1rio Al\u00e7ada Ara\u00fajo:<\/strong> Acho que surgiu relativamente cedo porque escrevi o primeiro livro com 29 anos. Hoje j\u00e1 s\u00e3o cerca de 20, j\u00e1 lhes perdi a conta (risos).<\/p>\n

Quando era crian\u00e7a na minha escola dava-se muita aten\u00e7\u00e3o \u00e0 leitura e \u00e0s composi\u00e7\u00f5es e eu gosto de pensar que nessa altura j\u00e1 me estava a preparar para ser escritora. E pelo caminho tamb\u00e9m tive v\u00e1rias professoras que contribu\u00edram para que a escrita tivesse este papel na minha vida.<\/p>\n

MS: E porqu\u00ea a literatura infantil? Em que \u00e9 que se inspira?<\/strong><\/p>\n

RAA:<\/strong> Eu sempre gostei de ler livros para crian\u00e7as, ali\u00e1s ainda hoje gosto. Acho que um bom livro para crian\u00e7as \u00e9 bom para qualquer idade. Embora eu leia outros g\u00e9neros, penso que a literatura infantil \u00e9 o meu g\u00e9nero liter\u00e1rio preferido. \u00c9 muito comum me perguntarem porque \u00e9 que eu n\u00e3o escrevo para adultos, mas a verdade \u00e9 que tenho muita facilidade em escrever para crian\u00e7as.<\/p>\n

Inspiro-me muito na minha inf\u00e2ncia, na realidade, nos lugares e nas viv\u00eancias. Um escritor tem de estar sempre atento a nomes e a frases que ouve. E inspiro-me na pr\u00f3pria l\u00edngua portuguesa.<\/p>\n

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MS: \u00a0O seu novo livro \u00e9 \u201cO baloi\u00e7o azul\u201d. Qual \u00e9 o tema deste livro?<\/strong><\/p>\n

RAA: <\/strong>O ponto de partida da obra \u00e9 precisamente um baloi\u00e7o azul onde eu passava muitas tardes no quintal da minha av\u00f3 na Covilh\u00e3 (Castelo Branco). Apesar de ter nascido em Lisboa passava sempre as f\u00e9rias na terra da minha m\u00e3e. No natal, na p\u00e1scoa e nas f\u00e9rias grandes era sempre uma aventura passar os dias fora de Lisboa em s\u00edtios que eu sentia que faziam parte das minhas ra\u00edzes. Crescer em Lisboa foi bom porque no meu pr\u00e9dio os meus vizinhos tinham filhos da minha idade e isso foi importante. Algumas pessoas queixam-se e dizem que vivem isolados na cidade, mas eu n\u00e3o senti nada.<\/p>\n

H\u00e1 lugares que descrevo nos livros, como por exemplo a Serra da Estrela e a praia de Moledo, no Minho, que influenciaram e influenciam a minha escrita.<\/p>\n

MS: A cole\u00e7\u00e3o \u201cO mundo \u00e0 minha volta\u201d faz parte do Plano Nacional de Leitura. Que mundo \u00e9 este que inspirou esta cole\u00e7\u00e3o?<\/strong><\/p>\n

RAA: <\/strong>Tenho muitos livros no Plano Nacional de Leitura e fico contente por isso porque funciona como um cart\u00e3o de visita, na medida em que chama a aten\u00e7\u00e3o dos professores e dos pais. Tudo o que contribui para que os meus livros cheguem a mais leitores deixa-me contente.<\/p>\n

O mundo \u00e0 minha volta tem muitos mist\u00e9rios e desafios e devemos tentar viv\u00ea-lo da melhor maneira poss\u00edvel. Eu tive uma inf\u00e2ncia muito boa, rodeada de fam\u00edlia, primos, amor, carinho e natureza. E \u00e9 isso que tento passar para os meus livros e espero que os meus leitores sonhem com as minhas obras.<\/p>\n

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MS: A Ros\u00e1rio est\u00e1 pela primeira vez no Canad\u00e1, mas j\u00e1 visitou escolas no mundo inteiro.<\/strong><\/p>\n

RAA: <\/strong>J\u00e1 tive em muitas escolas e as crian\u00e7as fazem-me sempre perguntas surpreendentes que me deixam a pensar. J\u00e1 visitei a Alemanha, a Su\u00ed\u00e7a, o Luxemburgo, a Argentina e a Austr\u00e1lia.<\/p>\n

Hoje uma crian\u00e7a perguntou-me em Toronto se costumava ler os meus livros e na realidade \u00e0s vezes passo muito tempo sem os reler, como leitora, se \u00e9 que isso \u00e9 poss\u00edvel.<\/p>\n

MS: Quais s\u00e3o os temas que retrata nos seus livros?<\/strong><\/p>\n

RAA: <\/strong>\u201cA Hist\u00f3ria da pequena estrela\u201d trata da procura de um caminho pessoal; \u201cA caixa das saudades\u201d, como o pr\u00f3prio nome indica, trata das saudades e da forma como devemos lidar com elas; \u201cA Rosinha, o mar e os sonhos\u201d trata da import\u00e2ncia de sonhar; \u201cHist\u00f3rias de um leque m\u00e1gico\u201d fala da import\u00e2ncia das hist\u00f3rias; \u201cO menino escritor\u201d fala sobre a escrita e a import\u00e2ncia de brincar com a imagina\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

MS: Acabou de referir \u201cA caixa das saudades\u201d. Saudade \u00e9 palavra portuguesa que n\u00e3o tem tradu\u00e7\u00e3o em nenhuma l\u00edngua e que \u00e9 muito especial para os emigrantes. O que \u00e9 que guardamos nesta caixa?<\/strong><\/p>\n

RAA: <\/strong>Na nossa caixa de saudades, porque \u00e0s vezes temos coisas na mem\u00f3ria das quais n\u00e3o temos saudades, guardamos as coisas boas. N\u00e3o quero desvendar muito sobre o livro, mas posso dizer que fala sobre o meu av\u00f4 paterno. As pessoas associam a saudade \u00e0 tristeza, mas \u00e0s vezes pode significar alegria porque \u00e9 sinal que sentimos falta de algo que nos fez feliz. Ningu\u00e9m nos tira o facto de termos passado bons momentos com pessoas que nos marcaram.<\/p>\n

MS: Foi em Londres que se aproximou do mundo infantil.<\/strong><\/p>\n

RAA:<\/strong> Formei-me em direito e cheguei a exercer cinco anos em Lisboa. Depois fui para Londres onde tirei um mestrado em Sociologia da Comunica\u00e7\u00e3o. E foi em Inglaterra que me reaproximei da literatura infantil. Dei por mim a ler livros infantis em livrarias e em bibliotecas com quase 30 anos.<\/p>\n

MS: As crian\u00e7as ainda a surpreendem?<\/strong><\/p>\n

RAA:<\/strong> Sem d\u00favida e eu gosto muito de tentar ver as coisas atrav\u00e9s do seu olhar. Elas surpreendem-me porque dizem o que pensam sem filtros e porque olham para as coisas de uma forma totalmente nova, sem preconceitos e sem v\u00edcios.<\/p>\n

MS: Como \u00e9 que surgiu o convite para vir a Toronto e a Otava visitar v\u00e1rias escolas onde se ensina o portugu\u00eas?<\/strong><\/p>\n

RAA: <\/strong>Foi atrav\u00e9s do Instituto Cam\u00f5es, na altura ainda era a Dr.\u00aa Ana Ribeiro. O novo coordenador do Instituto Cam\u00f5es para o Canad\u00e1, o Dr. Jos\u00e9 Pedro Ferreira, acabou por dar continuidade \u00e0 organiza\u00e7\u00e3o desta visita e c\u00e1 estou eu.<\/p>\n

Encontrei alunos muito interessados e fiquei muito impressionada porque falam muito bem portugu\u00eas embora estejamos t\u00e3o longe de Portugal. Acho que os livros em portugu\u00eas cultivam a l\u00edngua de Cam\u00f5es, acho que \u00e9 um dois em um.<\/p>\n

MS: A Biblioteca P\u00fablica de Toronto tem o maior acervo de e-books do mundo, ao todo s\u00e3o mais de 20 milh\u00f5es de livros que est\u00e3o digitalizados. Alguns deles est\u00e3o dispon\u00edveis em portugu\u00eas. Gostava que os seus livros integrassem este acervo?<\/strong><\/p>\n

RAA: <\/strong>Claro que sim, em Portugal eles est\u00e3o espalhados pela rede de bibliotecas escolares e municipais, em vers\u00e3o f\u00edsica e digital. Seria um grande orgulho fazer parte do imagin\u00e1rio dos portugueses que vivem no Canad\u00e1.<\/p>\n

MS: Qual \u00e9 o tema do seu pr\u00f3ximo livro?<\/strong><\/p>\n

RAA:<\/strong> Tudo o que posso dizer \u00e9 que vai ser muito diferente de todos os outros. Normalmente escrevo contos e este vai ser um romance infanto-juvenil com pendor hist\u00f3rico.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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