{"id":115227,"date":"2024-06-28T11:04:36","date_gmt":"2024-06-28T15:04:36","guid":{"rendered":"https:\/\/mileniostadium.com\/?p=115227"},"modified":"2024-06-28T11:04:36","modified_gmt":"2024-06-28T15:04:36","slug":"desafiarmo-nos-a-nos-proprios-exigir-a-nossa-vida","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/mileniostadium.com\/editorial\/desafiarmo-nos-a-nos-proprios-exigir-a-nossa-vida\/","title":{"rendered":"Desafiarmo-nos a n\u00f3s pr\u00f3prios, Exigir a nossa vida"},"content":{"rendered":"

 <\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

 <\/p>\n

Vivemos numa sociedade regida pelo sucesso e que nos aponta numa dire\u00e7\u00e3o em que o conceito de fracasso \u00e9 inaceit\u00e1vel.<\/strong><\/p>\n

Esta no\u00e7\u00e3o desafia a nossa vida quotidiana ao inserir nas nossas mentes que as derrotas e os erros da vida s\u00e3o um colapso das nossas percep\u00e7\u00f5es impostas de defici\u00eancias mentais que s\u00e3o barreiras \u00e0s nossas grandes realiza\u00e7\u00f5es finais. Assim, durante a maior parte da nossa vida, tentamos provar a n\u00f3s pr\u00f3prios e aos potenciais espectadores da nossa vida, que o sucesso foi alcan\u00e7ado. Para provar os nossos pontos de vista, levamos as nossas ideias e percep\u00e7\u00f5es desde o nascimento at\u00e9 \u00e0 morte, envolvendo-nos numa mir\u00edade de atividades e aventuras que nos dar\u00e3o raz\u00e3o. No s\u00e1bado, 22 de junho de 2024, assisti a um evento na Casa do Benfica de Toronto. A circunst\u00e2ncia era assistir a um jogo de futebol (ganho por Portugal, por 3-0, contra a Turquia) e, simultaneamente, partilhar uma refei\u00e7\u00e3o com amigos e todos os outros espectadores na sala. Embora assistir \u00e0 vit\u00f3ria da equipa portuguesa tenha sido agrad\u00e1vel, a minha realiza\u00e7\u00e3o mental n\u00e3o foi o jogo de futebol. O jogo tornou-se secund\u00e1rio assim que entrei na sala devido a um sentimento de n\u00e3o pertencer \u00e0quele lugar. Senti-me deslocado e fora de contexto e perguntei-me por que raz\u00e3o o meu percurso de vida me tinha conduzido e por que raz\u00e3o me tinha levado a este lugar, neste dia, para ter o privil\u00e9gio de partilhar a sala com aqueles que ali estavam sentados. Com vergonha, encontrei um lugar ao lado de algu\u00e9m que me acolheu como amigo, mesmo que n\u00e3o nos tiv\u00e9ssemos relacionado muito antes.<\/p>\n

Olhando \u00e0 volta da sala, observando rostos jovens e idosos de diferentes lugares e de diferentes origens lus\u00f3fonas, a imers\u00e3o pessoal come\u00e7ou quando olhei nos olhos de todos e percebi que todos estavam ali para apoiar espiritualmente de longe e enviar mensagens dos Deuses que, de alguma forma m\u00edstica, os jogadores podiam ouvir e ganhar for\u00e7a com as suas vozes. O canto do Hino Nacional foi respeitado com as vozes mais altas vindas dos cantos mais profundos do cora\u00e7\u00e3o. A emo\u00e7\u00e3o nunca diminuiu, aliada ao esp\u00edrito de voluntariado daqueles que queriam garantir que os disc\u00edpulos da sele\u00e7\u00e3o portuguesa de futebol n\u00e3o ficassem desiludidos. E assim, a minha desloca\u00e7\u00e3o mental foi diminuindo lentamente, \u00e0 medida que compreendia que o sucesso vem das pessoas nesta sala, sob a forma de seres espirituais que acreditam em si pr\u00f3prios e confiam que a derrota n\u00e3o \u00e9 sobre n\u00f3s pr\u00f3prios, mas sobre a realiza\u00e7\u00e3o daqueles que t\u00eam um papel a desempenhar nas nossas vidas. A minha amiga Maria fez quest\u00e3o de reconhecer que talvez a minha vida fosse mais preenchida se eu me divertir mais com \u201cpessoas normais e estivesse em ambientes sociais em restaurantes de classe m\u00e9dia\u201d. Os caminhos levam-nos onde muitas vezes as odisseias da nossa vida nos conduzem, muitas vezes sem percebermos porqu\u00ea. A Maria tem raz\u00e3o quando diz que, perceptivamente, me afastei de uma sociedade em que estou totalmente imerso e emocionalmente investido, mas a imers\u00e3o harmoniosa da minha vida n\u00e3o projeta esta verdade, uma vez que o medo e os auto julgamentos repostos criaram condi\u00e7\u00f5es em que \u00e9 mais f\u00e1cil esconder-me.<\/p>\n

O Mil\u00e9nio Stadium desta semana questiona as for\u00e7as motrizes na explora\u00e7\u00e3o e significado dos desafios aventureiros e a realiza\u00e7\u00e3o pessoal que eles trazem. H\u00e1 muitos anos que sou um praticante de desafios \u00e0 mente e ao corpo para uma melhor qualidade de vida. Muitos perguntam-se porqu\u00ea e o que traz o desconforto ao corpo f\u00edsico. O sofrimento f\u00edsico \u00e9 uma condi\u00e7\u00e3o que pode ser atenuada pela realiza\u00e7\u00e3o pessoal como um conceito que fala consigo atrav\u00e9s de experi\u00eancias gratificantes, infundindo paix\u00e3o na sua vida, ultrapassando obst\u00e1culos e alcan\u00e7ando os seus objetivos.<\/p>\n

Todos os dias abra\u00e7amos os nossos desafios, mentais e f\u00edsicos, como eu fiz na Casa do Benfica, e \u00e9 isso que nos torna pessoas melhores. \u00c9 preciso coragem e vontade de sacrif\u00edcio para escalar o Monte Kilimanjaro, caminhar at\u00e9 Santiago ou conquistar as montanhas e os campos de gelo da Patag\u00f3nia em nome da gratifica\u00e7\u00e3o pessoal e espiritual, expondo caracter\u00edsticas pessoais que s\u00e3o s\u00f3 nossas.<\/p>\n

A autodescoberta e o crescimento t\u00eam de ser cont\u00ednuos, e sei que tenho muitas montanhas para escalar para evitar cair nas crateras do fracasso e n\u00e3o saber como encontrar quem sou. A todos os homens e mulheres da Casa do Benfica nesse s\u00e1bado, obrigado por me terem deixado estar convosco e por terem criado mais uma montanha para eu escalar. Ressuscitaram a minha f\u00e9 no que \u00e9 a paix\u00e3o e a cren\u00e7a.
\nContinuem a desafiar-se e a exigir resultados.<\/p>\n\n\t\t

<\/div>\n\t\t
\n\t\n

Challenging ourselves, demanding our lives<\/h3>\n

We live in a society governed by success and pointing us in a direction where the concept of failure is unacceptable.<\/strong><\/p>\n

This notion challenges our everyday life by inserting in our minds that life\u2019s defeats and missteps are a breakdown of our imposed perceptions of mental deficiencies which are barriers to our ultimate grand achievements. Thus, for most of our lives we try to prove to ourselves and would-be life spectators watching us, that success has been achieved. To prove our points, we carry our ideas and perceptions from birth to death engaging in a myriad of activities and adventures which will prove us right. On Saturday June 22, 2024, I attended an event at Casa do Benfica de Toronto. The circumstance was to watch a soccer game (won by Portugal 3-0 against Turkey) and simultaneously share a meal with friends and all the other spectators in the room. Although watching the Portuguese team win was nice, my mental fulfillment was not the soccer game. The match became secondary as soon as I entered the room because of a feeling of not belonging there. I felt out of place and out of context and wondered why my path in life had led me and why it took me to this place on this day to have the privilege of sharing the room with those sitting there. Sheepishly I found a seat beside someone who welcomed me as a friend even if we didn\u2019t connect much before.<\/p>\n

Looking around the room observing young and old faces from different places and different Lusophone backgrounds, personal immersion began as I looked into the eyes of all and realized that all were there to spiritually support from faraway and message from the Gods that somehow mystically the players could hear them and gain strength for their voices. The singing of the National Anthem was respected with the loudest voices coming from the deepest corners of the heart. The excitement never abated combined with the spirit of volunteerism from those who wanted to ensure that the disciples of the Portuguese soccer team weren\u2019t disappointed. And so, my mental displacement waned slowly as I understood that success comes from people in this room in the form of spiritual beings believing in themselves and trusting that defeat is not about ourselves but about fulfillment from those who have a part in filling our lives. My friend Maria made a point of recognizing that perhaps my life would be more fulfilled if I enjoyed myself more with \u201cregular folk and being in social settings at blue collar restaurants.\u201d Paths take us where often our life\u2019s odysseys lead us, often not understanding why. Maria is right that perceptively I have gone astray from a society that I am fully immersed in and emotionally invested in, but the harmonious immersion of my life has not projected this truth as fear and repossessed self-judgements created conditions where hiding is easier. This week\u2019s Milenio Stadium questions the driving forces in the exploration and meaning of adventurous challenges and the personal fulfillment they bring. For many years I have been a practitioner of challenging mind and body for a better quality of life. Many wonder why and what making your physical body suffer with discomfort brings. Physical hardship is a condition that can be lessened by personal fulfillment as a concept that speaks to you as through rewarding experiences by infusing passion in your life, overcoming obstacles and achieving your goals.<\/p>\n

Each day we embrace our challenges, mental and physical, as I did at Casa do Benfica, and that\u2019s what makes us better people. It takes courage and willingness to sacrifice when climbing Mount Kilimanjaro, trekking to Santiago or conquering the mountains and ice fields of Patagonia in the name of personal and spiritual gratification, exposing personal traits that are yours alone.<\/p>\n

Self-discovery and growth have to be continuous, and I know I have a lot of mountains to climb to prevent falling into the craters of failure and not knowing how to find who I am. To all the men and women at Casa do Benfica that Saturday, thank you for having allowed me to be with you and creating another mountain for me to climb. You resurrected my faith in what passion and belief is about.
\nKeep challenging yourself and demand results.<\/p>\n

Manuel DaCosta<\/a>\/MS<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

    Vivemos numa sociedade regida pelo sucesso e que nos aponta numa dire\u00e7\u00e3o em que o conceito de fracasso \u00e9 inaceit\u00e1vel. Esta no\u00e7\u00e3o desafia a nossa vida quotidiana ao inserir nas nossas mentes que as derrotas e os erros da vida s\u00e3o um colapso das nossas percep\u00e7\u00f5es impostas de defici\u00eancias mentais que s\u00e3o barreiras …<\/p>\n","protected":false},"author":27,"featured_media":115228,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[4502],"tags":[4116],"jetpack_sharing_enabled":true,"jetpack_featured_media_url":"https:\/\/mileniostadium.com\/wp-content\/uploads\/2024\/06\/20220716_103717.jpg","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/mileniostadium.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/115227"}],"collection":[{"href":"https:\/\/mileniostadium.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/mileniostadium.com\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/mileniostadium.com\/wp-json\/wp\/v2\/users\/27"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/mileniostadium.com\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=115227"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/mileniostadium.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/115227\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":115229,"href":"https:\/\/mileniostadium.com\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/115227\/revisions\/115229"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/mileniostadium.com\/wp-json\/wp\/v2\/media\/115228"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/mileniostadium.com\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=115227"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/mileniostadium.com\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=115227"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/mileniostadium.com\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=115227"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}