Saúde & Bem-estar

Saúde tatuada na pele

Acho que todos podemos concordar que as tatuagens são uma moda – e, como em tudo, há quem as ame e quem as odeie. O importante mesmo é cada um respeitar os gostos de cada um, verdade?

Mas e se vos dissesse que existem tatuagens que podem ser verdadeiras aliadas da nossa saúde e bem-estar? Não acreditam? Então continuem a ler…

Numa parceria entre investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e da Universidade de Carnegie Mellon (CMU) em Pittsburgh foram desenvolvidas tatuagens eletrónicas, ultrafinas e temporárias que podem facilmente ser transferidas para a pele apenas com o uso de água, tal e qual como fazíamos na nossa infância com as tatuagens que vinham de brinde com os pacotes de Bollycao! Portanto, podem estar descansados… Não há agulhas à mistura!

O projeto chamado Strechtonics é uma das iniciativas de larga escala do Programa Carnegie Mellon Portugal e Mahmoud Tavakoli, gestor científico do projeto e diretor do Laboratório “Soft and Printed Microelectronic” (SPM-UC), diz que o processo de impressão e transferência destas tatuagens é bastante simples: “projeta-se o circuito no computador e depois de 10 minutos temos o nosso circuito impresso. A maior vantagem de produzir em 2D é o baixo custo do equipamento e poder produzir-se em grandes quantidades. Basicamente só é necessária uma impressora e tintas auto-condutivas”.

Assim, este grupo de investigação recorre à impressão a tinta (inkjet) para produzir estas tatuagens, o que reduz (e muito) os custos dos dispositivos e também simplifica todo o processo de produção dos mesmos.

Apesar da impressão de circuitos 2D não ser de todo uma inovação, o que acontecia é que este tipo de tecnologia perdia funcionalidade e capacidade de condutividade a partir do momento em que era esticada.

Mas, afinal, para que servem estas tatuagens tão futuristas?

Bem, este tipo de tecnologia, mais conhecida como tecnologia “wearable”, pode ser vista como uma forma de mais facilmente monitorizar diversos parâmetros relacionados com a saúde de determinado indivíduo: atividade muscular e/ou cerebral, temperatura corporal, níveis de açúcar no sangue, respiração, emoções e batimentos cardíacos são apenas alguns exemplos.

No futuro, é esperado que “seja possível inserir estas tatuagens dentro da pele e do corpo humano. Por exemplo, para pessoas com lesões na medula espinal que não conseguem andar, criar uma forma de conseguir aplicar estas tatuagens na medula de forma a estimulá-la e reativar os nervos para que funcionem outra vez”, assume Tavakoli. Incrível, não?

Também aqui parece que a imaginação é o limite: para além do controlo de variáveis da saúde humana, este tipo de tecnologia poderá, no futuro, ser aplicada em superfícies 3D como, por exemplo, o controlo tátil do painel do automóvel.

Pelo menos aqui não há o risco de arrependimento, certo?

Inês Barbosa

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