Queimaduras
No nosso dia a dia estamos expostos a um sem número de perigos, é verdade, mas as queimaduras podem acontecer em diferentes contextos e por isso o melhor mesmo é estarmos preparados e saber como agir – e é precisamente nessa altura que muitas pessoas cometem erros que, ao invés de contribuírem para evitar lesões de maior grau, acabam mesmo por piorar todo o cenário.
Ora, vocês até podem estar a pensar: “mas nem é assim tão comum eu ter uma queimadura”… Pois fiquem sabendo que – e como diz a minha querida avózinha – elas acontecem quando menos esperamos!
Ora na maior parte dos casos – aqueles em que, por exemplo, nos esquecemos que o tacho está quente e pegamos nele sem luva ou pega – o mais importante será sempre colocar a área do corpo lesionada debaixo de água fria, para evitar que a queimadura atinja as camadas mais profundas da pele.
Ainda assim, a abordagem pode variar consoante o tipo de queimadura – até porque elas podem resultar não só do contacto com calor mas também com o frio extremo, substâncias químicas, eletricidade ou radiações – e por isso mesmo é importante conhecermos melhor os diferentes graus.
Vamos então saber mais sobre cada tipo de queimadura, dividindo-as em três níveis de gravidade!
Queimaduras de primeiro grau
São as queimaduras que oferecem menor risco ou menos graves, que causam vermelhidão, calor e dor. São o tipo de queimadura mais comum – que acontece, por exemplo, quando tocamos em algo que está muito quente – e ao afetar apenas a camada superficial da pele normalmente não deixa cicatriz nem gera complicações de maior.
Neste tipo de lesão devem, primeiro que tudo, colocar a zona afetada debaixo de água fria durante, pelo menos, 15 minutos. Depois mantenham um pano limpo, húmido e frio na região durante as primeiras 24 horas. Por outro lado não devem colocar qualquer produto a não ser uma boa pomada cicatrizante ou hidratante.
Queimaduras de segundo grau
De gravidade moderada, este tipo de queimadura provoca dor intensa, inchaço e podem surgir bolhas, já que as camadas intermédias da pele são afetadas.
Assim, aconselha-se que para além de, à semelhança das queimaduras de primeiro grau, se coloque a lesão debaixo de água fria, se lave a mesma com água fria e sabão de pH neutro, evitando esfregar com muita força. Depois é importante cobrir a queimadura, durante as primeiras 48 horas, com uma gaze molhada ou com uma quantidade generosa de vaselina e depois prender com uma ligadura, trocando-a sempre que for necessário. Não devem aplicar qualquer produto nem furar as bolhas, pois podem aumentar o risco de infeção.
Apesar da dor normalmente melhorar após três dias, podem passar-se três semanas até que a queimadura desapareça totalmente. Ainda que raramente deixem cicatriz, as queimaduras de segundo grau podem deixar a pele mais clara na zona afetada.
Queimaduras de terceiro grau
Este tipo de queimadura deve ser avaliada o mais rapidamente possível por um médico de forma a evitar complicações mais graves, como por exemplo a destruição de nervos ou músculos.
Apesar de poder não provocar dor, a queimadura de terceiro grau é bastante grave e pode inclusivamente colocar a vida em risco – isto porque as camadas mais profundas da pele, incluindo vasos sanguíneos, nervos e músculo são afetadas. Na realidade, em casos extremamente graves, estas queimaduras podem provocar falha em vários órgãos. Por isso mesmo a primeira coisa que se deve fazer é chamar uma ambulância ou ir de imediato para o hospital.
No entretanto a região queimada deve ser arrefecida com soro fisiológico durante cerca de 10 minutos e posteriormente colocar sobre ela, com muito cuidado, uma gaze esterilizada embebida em soro fisiológico ou um pano limpo (ou um lençol que não largue pêlos, caso a área queimada seja muito extensa).
O que não devem fazer!
Esqueçam o café em pó, a pasta de dentes ou a manteiga (esta última… até me arrepio só de pensar!) pois aplicar este tipo de produtos numa lesão pode mesmo causar ainda mais irritação na pele e aumentar o risco de infecção e/ou dificultar o processo de cicatrização. Para além disso não devem retirar roupa ou qualquer objeto que esteja colado à queimadura já que tal pode aumentar a lesão e o risco de infecção e ainda atrasar a cicatrização. Finalmente, também não devem aplicar gelo numa queimadura, já que o frio excessivo pode causar novas lesões.
Inês Barbosa/MS
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