Saúde & Bem-estar

Procrastinanção – qual a sua origem?

Procrastinação! Muita gente vive adiando tarefas e empurrando situações para frente sem solucioná-las.  É um padrão de comportamento,  geralmente associado a diversos  fatores.   Auto-sabotagem, insegurança, medo, preguiça… percebe? A causa da procrastinação, geralmente, está conectada com esses sentimentos nada positivos. 

Os exercícios físicos? Deixa pra segunda-feira. O meu projeto pessoal? Só quando tudo estiver mais tranquilo. Guardar dinheiro? Estou precisando comprar aquela roupa linda que eu vi na vitrine. O curso que tanto quero fazer? Deixa para o ano que vem. E assim,  vamos seguindo este ritmo auto-sabotador, sem concretizar aquilo que está em nossa essência, deixando de lado as possibilidades  de  realizações e conquistas, simplesmente por não dar o primeiro passo.

Esses dias eu vi um GIF em uma rede social –  GIF é um formato de imagem que pode compactar várias cenas e com isso exibir movimentos – de uma menina por volta de seis anos de idade, tentando pegar impulso com o próprio corpo  para pular em cima de uma cadeira. Me parece que ela treinava para ser uma ginasta. Ela era tão pequenina… por isso talvez a dificuldade. Acontece que ela tentou por várias vezes subir nessa cadeira e caía sempre, aliás, se esborrachava no chão  e, mesmo assim, com as mãos na cabeça e respirando fundo, ela tentava de novo e, mais uma vez, caía no chão. Acho que esse GIF mostra umas 15 tentativas da menininha. E eu refleti praticamente o dia todo sobre essas imagens e as projetei na minha própria vida.  Comecei a perceber o quanto eu desisto nas  minhas primeiras tentativas  e o quanto eu já paralisei  por medo. Medo porque,  analogicamente exemplificando, eu já tenha me esborrachado no chão em outras situações.  Mas também percebi que, em alguns âmbitos da minha vida, eu agi como essa  menina tão resiliente e colhi bons resultados por ter insistido.

Essa simples reflexão me mostrou que  somos capazes de conseguir “subir em qualquer cadeira” que quisermos se insistirmos, se perdermos o medo de falhar. O máximo que pode acontecer é a gente se esborrachar no chão.  Então,  a gente se levanta e tenta de novo.

Acho que a partir deste exercício de pensamento  há a possibilidade de um melhor manejo deste padrão que é o da procrastinação. Acredito que alguns dos nossos  comportamentos  se originam de sentimentos profundos que mal temos consciência deles. Ou seja, pouco conhecemos sobre nós mesmos. Por que procrastinamos? Já parou para pensar nisso? Talvez a busca por essa resposta nos permita  ter outra lente diante dos olhos e comecemos finalmente a agir mais e nos esforçar para fazer as coisas acontecerem. Prestar atenção em  nossos pensamentos, nos questionar mais diante de certos hábitos que acabam se tornando prejudiciais  é uma das premissas para melhor compreensão de nós mesmos e o início da mudança de padrões tão enraizados.

Lembrando, em contrapartida, que há dias  em que não estamos com energia para fazer determinada coisa e precisamos apenas  de descanso,  de uma pausa para que tudo volte ao seu lugar e tenhamos mais gana para continuar com o nosso objetivo. A pausa é muito bem-vinda sim. A procrastinação é um comportamento padrão, que pode estar presente no nosso  dia-a-dia e não tem relação nenhuma com o descanso merecido. E se nos afeta, temos que começar a prestar mais atenção.

Sendo o autoconhecimento  a chave para a mudança de padrões de comportamento, nosso  trabalho consiste em observar, questionar  e compreender o real motivo pelo qual  não queremos  desatar  o nó da procrastinação. A partir disso e em algum ponto deste processo, é hora de  encarar o problema olho no olho  e começar  do começo, um pouquinho de cada vez, sem pressão, dia após dia e,  se acontecer de se esborrachar no chão, levantar  e tentar outra vez. Em algum momento iremos conseguir  ficar em pé na cadeira da vida e sentiremos a sensação  de vitória, mais deliciosa do que nunca, como no final do GIF em que a menina, sorridente e orgulhosa,  comemora a difícil e suada conquista, finalmente em pé em cima da cadeira!

Adriana Marques

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