Saúde & Bem-estar

Perigo escondido

UNHAS GEL -MILENIO STADIUM

 

A beleza “obriga-nos”, muitas vezes, a alguns sacrifícios. É claro que não devemos procurar procedimentos estéticos por nos sentirmos pressionados pela sociedade ou pelos padrões de beleza impostos atualmente, mas sim por uma questão de bem-estar. Se é algo que nos faz sentir bem, que nos torna mais confiantes e, quiçá, nos eleve a autoestima… então, porque não? Obviamente que existem tratamentos ou procedimentos mais acessíveis que outros… mas uma vez por outra não vem o mal ao mundo de gastarmos um pouco mais para nos mimarmos.

Bem, mas o artigo desta semana é dedicado a uma prática bastante comum a nível mundial: as unhas de gel ou verniz gel. Se têm por hábito fazer as unhas recorrendo a este tipo de manicure ou se estão a pensar fazê-lo num futuro próximo, talvez queiram ler e ficar a par das conclusões de um estudo recente!

Antes de mais, sabemos que tanto a manicure com gel como com verniz gel são técnicas procuradas sobretudo por conseguirem prolongar por uma maior período de tempo o bom aspeto das unhas, quando comparado com o verniz de unhas comum. As principais diferenças entre as duas residem no facto do verniz gel ser mais simples e rápido de aplicar, mais barato e não desgasta tanto a unha, já que não pressupõe a utilização de broca.
Por outro lado, ambas as técnicas implicam que a unha seja exposta a uma lâmpada ultravioleta durante apenas alguns segundos – os “secadores de unhas” utilizados pelas manicures usam, por norma, um espetro particular de luz UV, de 340 a 395nm (comprimento de onda), como forma de secar os produtos químicos utilizados neste tipo de manicure. E é exatamente sobre este ponto que foi feito o estudo de que vos falava.

Morte celular e mutações de ADN

Levada a cabo por investigadores da Universidade da Califórnia, esta investigação, publicada na revista científica “Nature Communications” há cerca de duas semanas, chegou à conclusão que utilização prolongada dos secadores emissores de luz ultravioleta provoca “20% a 30% de morte celular numa sessão de 20 minutos”.
Para além disso, os investigadores concluíram ainda que “três exposições consecutivas de 20 minutos causaram a morte de entre 65% a 70% das células expostas”.

E apesar de isto já ser mau o suficiente… ainda consegue ficar pior: é que, segundo perceberam os investigadores, a exposição contínua à luz ultravioleta é capaz de causar também danos nas mitocôndrias (uma parte da célula importante para a sua respiração e nas trocas de energia) e no ADN das células, que não são reparados com o tempo, o que leva a “mutações com padrões que podem ser vistos no cancro da pele”.

A curiosidade… levou ao estudo

A ideia para o estudo surgiu-lhe na sala de espera do dentista. Ludmil Alexandrov, docente de bioengenharia e de medicina celular e molecular na Universidade da Califórnia em San Diego e um dos responsáveis por este estudo, estava na sala de espera do dentista. Na revista que lia, deparou-se com o caso de uma jovem participante num concurso de beleza que havia sido diagnosticada com cancro da pele num dedo da mão. Como lhe pareceu algo pouco comum e até um pouco estranho, decidiu começar a pesquisar em jornais médicos sobre o assunto: e qual não foi o seu espanto quando encontrou casos semelhantes, entre eles de esteticistas. Em comum parecia haver o uso regular de verniz gel e de unhas de gel. “E o que vimos era que havia zero compreensão molecular sobre o que estes aparelhos fazem às células humanas”, explicou Alexandrov, realidade que lhe deu o “empurrão” para seguir em frente com a investigação.

O que se segue

Será necessário avançar com um estudo epidemiológico a longo prazo para que se possa estabelecer uma relação direta entre a exposição a estes secadores de unhas e um aumento do risco do cancro de pele. No entanto, conforme afirmam os investigadores, as alterações identificadas nas células apresentam, pelo menos, esse potencial.

As alternativas

Atualmente não existe qualquer restrição ao uso deste tipo de aparelhos, apesar de não ser a primeira vez que surgem alertas para o seu potencial efeito nocivo para a saúde das pessoas.

Ainda assim, se preferem não arriscar podem optar por utilizar um aparelho com luz LED (que emite menos radiação UV) e adotar outros comportamentos preventivos como o uso de protetor solar nas mãos durante o procedimento ou de luvas protetoras anti UV.

Inês Barbosa/MS

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