Os sinais da natureza e o dia que virou noite
Essa semana algo atípico aconteceu nos céus do Brasil, principalmente na cidade de São Paulo. Entre três e quatro horas da tarde, no país tropical que mais parece ter sido esquecido por Deus, houve um episódio assustador: o dia se tornou noite bruscamente. Muitos meteorologistas tentaram explicar o efeito, e, ao que tudo indica, o que ajudou a provocar o fenômeno foram as queimadas ocorridas nas florestas da Amazônia. Hoje, o mundo olha aflito por ela!
Depois da chanceler alemã Angela Merkel, foi a vez de Ola Elvestuen, Ministro do Clima e do Meio Ambiente norueguês, cancelar verbas direcionadas para o “Fundo Amazônia”. Tudo porque o Brasil quebrou um acordo firmado com a Noruega e Alemanha, quando suspendeu a diretoria e o comitê técnico do Fundo para a Amazônia.
O presidente brasileiro fez chacota dizendo que a chanceler “deveria usar o dinheiro bloqueado pelos alemães para reflorestar o próprio país”.
Comecei o texto ilustrando com esses fatos que mais parecem nuvens densas e escuras cobrindo o país que possui em seu território o pulmão do planeta, para alertar que o mundo precisa urgentemente olhar para o meio ambiente, que vem agonizando e dando sinais de que precisa de ajuda.
O ser humano tem uma tendência de se sentir à parte do planeta Terra, como se fosse o principal ser vivo existente e esquece que, na verdade, somos parte integrante deste ecossistema. A nossa vida só existe porque todos os animais, plantas, água, terra, fogo, e até mesmo, microorganismos estão aqui conosco.
Precisamos começar a dimensionar que se continuarmos nesse processo egocêntrico e de consumo, como se todos os recursos fossem infinitos, exterminaremos nossa própria existência.
Passou da hora de seguirmos exemplos como o de Greta Thunberg, a jovem ativista ambiental, que deixou de viajar de avião por conta da alta emissão de carbono nos céus, passou da hora de governantes do mundo todo arregaçarem as mangas mentais e começarem a elaborar planos de ação no combate às queimadas, na proteção de florestas e animais, na reciclagem de materiais, no investimento e uso de biodegradáveis para que animais marinhos não morram por causa do lixo que jogamos nos mares. É chegado o momento da sociedade compreender que reciclar lixo é básico, e que diminuir o consumo de carne é vital para que haja uma mudança importante no aquecimento global; de pensarem em permacultura e agroflorestas ao invés da agricultura tradicional, repleta de agrotóxicos, de dar condições dignas para a vida de animais de abate, entre tantas outras medidas que só colaborarão para o equilíbrio entre pessoas e planeta.
Caso contrário, fenômenos ainda mais estranhos e piores ocorrerão. São sinais da mãe natureza, que como nossas mães humanas , repletas de amor, nos avisam, antes de nos dar um castigo.
Precisamos saber ouvir e sentir esses sinais e não fingir que nada acontece, nos iludindo que tudo vai se resolver como num passe de mágica.
E antes que você classifique esse artigo como um tanto quanto político, quero deixar uma frase que guardo no âmago do meu ser: “Nem tudo é política, mas a política está em tudo”.
Adriana Marques
Redes Sociais - Comentários