O que é a osteoartrose?
A osteoartrose, ou simplesmente artrose, pode ser definida como uma doença articular resultante da falência de vários processos de reparação face a múltiplas agressões e lesões sofridas pela articulação. Isto é, ocorre quando a cartilagem que reveste a extremidade dos ossos se desgasta ao longo do tempo. A cartilagem é um tecido firme e lubrificado que permite o movimento suave, sem fricção, das articulações. Na osteoartrose esta superfície torna-se irregular e áspera, aumentando a fricção, podendo evoluir até ao ponto em que os próprios ossos se movem em contacto direto. Quando tal acontece surge a dor articular, a rigidez e a limitação da função da articulação.
Apesar de poder afetar qualquer articulação do corpo, atinge mais frequentemente as mãos, joelhos, ancas, ombros e coluna vertebral.
A população em risco é constituída, sobretudo, por pessoas idosas, em particular do sexo feminino, com obesidade, que têm as articulações sujeitas a sobrecarga devido à profissão ou por motivos desportivos, que têm alterações anatómicas que afetam a normal biomecânica articular e os que sofrem de outras doenças articulares e ósseas, incluindo traumatismos.
É a forma mais comum de artrite, afetando milhões de pessoas em todo o mundo.
Como é feito o diagnóstico?
A articulação deve ser cuidadosamente avaliada, nomeadamente os movimentos que provocam dor, manobras de alívio, deformidades visíveis ou palpáveis, bem como a presença de sinais inflamatórios. O RX permite o diagnóstico, podendo ser complementado pela tomografia computorizada ou ressonância magnética.
Que tratamento existe?
Uma vez presente, ela evolui gradualmente e não existe uma verdadeira cura. A manutenção de uma vida ativa, controlo do peso corporal e alguns tratamentos complementares podem atrasar a sua evolução, melhorar a dor e a função da articulação. A boa notícia é que, agora, é possível combater este problema sem recorrer a medicamentos sintéticos. A associação de duas substâncias naturais, glucosamina e condroitina, tem precisamente o mesmo efeito de alívio da dor que os medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios.
Na verdade, alguns estudos mostraram que a glucosamina tem um efeito ainda melhor do que os AINEs, o tipo de anti-inflamatório mais usado no tratamento da osteoartrose. Contudo, o que é realmente interessante é que a glucosamina é o único tratamento que, até ao momento, conseguiu travar a progressão da osteoartrose. Alguns especialistas consideram até que a glucosamina pode recuperar parte da cartilagem degradada. Contrariamente aos medicamentos sintéticos, que apenas aliviam a dor, a glucosamina favorece a formação de cartilagem saudável pelo próprio organismo.
A glucosamina é extraída do marisco, normalmente do camarão. A casca dos crustáceos contém certas moléculas de açúcar, biologicamente ativas, que servem de “constituintes” naturais na cartilagem. São conhecidas por glucosaminoglicanos e são usadas na formação de tecido cartilagíneo no organismo. A glucosamina, com o seu teor de glucosaminoglicanos, é uma espécie de kit de reparação da deterioração já ocorrida na cartilagem articular. Há quem defenda que pode recuperar a cartilagem degradada, mas a única documentação atualmente disponível apenas indica que pode travar a progressão da deterioração.
Recentemente, a ciência tem-se concentrado no selénio, um oligoelemento essencial que, ao que tudo indica, tem importância na fase inicial da osteoartrose. Num estudo americano, com 940 participantes, investigadores concluíram que as pessoas com os níveis mais elevados de selénio apresentavam uma redução de 40% do risco de desenvolver osteoartrose do joelho, quando comparando com as pessoas que tinham níveis mais baixos. Dado o baixo teor de selénio nos solos europeus, os cereais cultivados em Portugal são, também eles, pobres em selénio.
O efeito positivo do sulfato de glucosamina parece ser especialmente percetível na osteoartrose do joelho, a articulação mais frequentemente afetada. Em estudos publicados, em que um grande número de doentes tomou sulfato de glucosamina ou comprimidos inertes com placebo inativo, os do grupo de sulfato de glucosamina apresentaram manifestos sinais de melhoria.
MS
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