Saúde & Bem-estar

Injeções de botox para perder peso provocam surto de botulismo na Europa

Obese Male with Blue Shirt Black Pants Suspenders Backside
Backside of a large man wearing a bright solid blue shirt and suspenders with black trousers. in a crowd of people .

 

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças emitiu um alerta para um “surto” de botulismo na Europa, associado a um tratamento com botox para perder peso realizado na Turquia. DGS diz que não foram identificados casos em Portugal.

Entre fevereiro e março, foram reportados 67 casos de botulismo em pacientes que recorreram a dois hospitais privados turcos para tratar a obesidade com recurso a injeções intragástricas da toxina botulínica, informou esta terça-feira o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC).

A maior parte dos doentes são da Turquia (53), mas também foram reportados casos na Alemanha (12), na Áustria (1) e na Suíça (1).

“A informação disponível indica que todos os pacientes fizeram intervenções médicas destinadas a ajudá-los a perder peso”, refere o ECDC, em comunicado.

Dos 63 casos conhecidos, 60 estão ligados a um hospital privado de Istambul, enquanto outros três estão associados a um hospital privado em Izmir, na Turquia.

Os sintomas variaram entre leves e graves e vários doentes foram hospitalizados, alguns dos quais em unidades de cuidados intensivos, tendo sido tratados com a antitoxina botulínica, acrescenta o ECDC.

Dois últimos casos em Portugal associados à alimentação

Questionada pelo JN, a Direção-Geral da Saúde (DGS) referiu que, no âmbito deste alerta, e com a informação disponível até à data, não foram identificadas situações semelhantes em Portugal.

“Os dois últimos casos de botulismo notificados em Portugal (verão de 2022 – caso importado – e janeiro de 2023) estão relacionados com uma eventual exposição alimentar. Não estão, por isso, relacionados com o contexto descrito no atual alerta”, esclareceu a DGS.

E explicou que, perante o alerta internacional, está a divulgar a informação junto da rede nacional de autoridades de saúde.

“Essa disseminação de informação permite afinar a avaliação de risco. Na eventualidade de ocorrerem situações similares ou casos em Portugal, esta avaliação pode motivar a emissão de uma orientação específica para os profissionais de saúde ou ainda eventual informação para o público em geral, recorrendo-se, inclusivamente aos órgãos de comunicação social”, adiantou a DGS.

Tratamento mais barato na Turquia

De acordo com o diário espanhol “El País”, este tratamento com toxina botulínica para perder peso custa em Espanha cerca de oito mil euros e na Turquia fica por dois mil euros. Consiste numa injeção daquela toxina no sistema digestivo para relaxar os músculos abdominais e dar uma sensação de saciedade permanente para diminuir a ingestão de alimentos.

Produzida pela bactéria Clostridium botulinum, a toxina botulínica causa a doença botulismo, que afeta o sistema nervoso, causado paralisia dos músculos, insuficiência respiratória e até a morte.

O tipo de botulismo mais frequente é o alimentar, causado por ingestão de alimentos contaminados pela toxina, nomeadamente conservas e produtos de fumeiro.

No campo da estética, esta toxina, mais conhecida por “botox”, é usada em pequenas doses para reduzir as rugas, por exemplo.

Produtos não estavam aprovados para tratar obesidade

No comunicado, o ECDC pede às pessoas que estiveram em Istambul ou Izmir a fazer tratamentos com injeções intragástricas com a toxina botulínica que procurem aconselhamento médico, especialmente se tiverem sintomas como fraqueza, dificuldades respiratórias e/ ou a engolir.

E recomenda fortemente aos cidadãos europeus que evitem estes tratamentos para a obesidade na Turquia, uma vez que estão associados a um risco significativo de desenvolver botulismo.

O ECDC acrescenta que neste momento, ainda não é claro se este evento está relacionado com o procedimento naqueles dois hospitais ou se é um problema com o produto administrado.

As investigações encetadas pelas autoridades turcas revelaram que os produtos administrados estão licenciados, mas não estão aprovados para o tratamento da obesidade com injeção intragástrica, refere o centro europeu. Adiantando que os serviços dos dois hospitais envolvidos nestes procedimentos foram suspensos e que as investigações continuam.

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