Saúde & Bem-estar

Doença de Alzheimer: Descoberta abre caminho para prevenção e tratamento

Créditos: DR.

A doença de Alzheimer, uma das condições neurológicas mais devastadoras, afeta milhões de pessoas em todo o mundo, sobretudo a população envelhecida. A demência, com destaque para a doença de Alzheimer, é uma das principais causas de incapacidade e perda de qualidade de vida. Nos últimos anos, a investigação científica tem avançado a passos largos no sentido de compreender os mecanismos subjacentes a esta patologia e, mais importante ainda, encontrar formas de prevenção e tratamento eficazes. Recentemente, um grupo de investigação da NOVA Medical School, denominado “Tráfego Neuronal no Envelhecimento”, fez uma descoberta significativa que pode abrir novas portas para o tratamento da doença de Alzheimer.

Este grupo de cientistas, do centro de investigação da Universidade Nova de Lisboa, centrou-se no estudo de um processo vital para o funcionamento do sistema nervoso: o tráfego neuronal. As células nervosas, ou neurónios, são responsáveis pela transmissão de sinais elétricos e químicos através do cérebro. Para garantir que este processo ocorra corretamente, as células nervosas dependem de um complexo sistema de transporte interno, semelhante a uma rede de estradas dentro do neurónio, que permite que proteínas e outras moléculas essenciais sejam transportadas para as zonas certas da célula. Este tráfego interno, no entanto, pode ser prejudicado pelo envelhecimento e, especialmente, por doenças neurodegenerativas como o Alzheimer.

A descoberta feita pelo grupo da NOVA Medical School está relacionada precisamente com a forma como o tráfego de proteínas no interior dos neurónios pode ser alterado na doença de Alzheimer. A investigação revelou que a alteração no transporte intracelular de proteínas essenciais para o funcionamento neuronal pode contribuir para a formação das placas amiloides, um dos principais marcadores da doença de Alzheimer. Essas placas formam-se quando proteínas chamadas beta-amiloides se agregam de forma anómala, interferindo com a comunicação entre os neurónios e, eventualmente, levando à sua morte.

O estudo demonstrou que a redução na eficiência do tráfego neuronal pode promover a acumulação dessas placas, acelerando o processo neurodegenerativo. A equipa da NOVA Medical School conseguiu identificar quais os mecanismos moleculares específicos envolvidos nesse processo e como eles estão ligados ao envelhecimento celular. Mais importante ainda, os investigadores descobriram que a melhoria do tráfego neuronal pode, potencialmente, retardar ou até mesmo reverter os efeitos da doença de Alzheimer.

Esta descoberta abre novas possibilidades para o desenvolvimento de terapias que visem impedir ou mesmo reverter as alterações patológicas associadas ao Alzheimer. Em vez de se focarem apenas na eliminação das placas amiloides, como muitos tratamentos em investigação, os investigadores da NOVA Medical School sugerem que pode ser mais eficaz melhorar a “infraestrutura” do neurónio, garantindo que ele consiga transportar corretamente as proteínas e moléculas necessárias para o seu funcionamento.

Além disso, a descoberta tem implicações importantes na prevenção da doença. Se for possível detetar precocemente a disfunção do tráfego neuronal, pode ser possível intervir antes que a doença de Alzheimer se desenvolva na sua forma mais grave. A investigação em terapias preventivas, que possam proteger o sistema nervoso e restaurar o tráfego neuronal, pode ser uma das chaves para retardar o início da doença ou até mesmo evitá-la.

Embora ainda haja muito trabalho a fazer, a descoberta do grupo da NOVA Medical School oferece uma nova esperança para os pacientes e suas famílias. Com mais investigação e o desenvolvimento de novas terapias, é possível que, no futuro, a ciência possa oferecer melhores soluções para combater esta doença debilitante, trazendo esperança para milhões de pessoas em todo o mundo.

MS

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