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Gato Egípcio

 

gato egipcio - milenio stadium - 2022-04-29

 

Acredito que já tenham tido oportunidade de perceber que o gato é um dos ícones mais marcantes da cultura do Antigo Egito. A imagem que acompanha este texto talvez vos ajude a relembrar. Não faltam artefactos com temas relacionados a esses felinos, desde joias a estátuas. Aliás, foi graças à adoração aos gatos que os antigos egípcios criaram o primeiro cemitério de animais, pelo menos são esses os primeiros dados registados. Com quase 2 mil anos, esse cemitério abriga na sua grande parte gatos adornados com contas e coleiras de ferro.

Mas por que razão o gato egípcio era assim tão valorizado? Por que, conforme disse o antigo historiador grego Heródoto, os egípcios rapavam as sobrancelhas como sinal de luto e respeito ao lamentar a perda de um gato da família?

História milenar

Há historiadores e arqueólogos que acreditam que os seres humanos começaram a envolver-se com esses animais no Antigo Egito a partir de 4.000 a.C., visto que as primeiras pinturas e hieróglifos a respeito datam dessa época.

É muito provável que os primeiros gatos que se relacionaram com os egípcios fossem de uma das duas espécies selvagens que existiam na região naquele tempo: o gato-selvagem-africano e o gato-da-selva.

Um facto interessante sobre a relação dos antigos egípcios com os gatos é que, embora conhecessem mais de uma espécie, eles possuíam apenas uma única palavra para o felino, mil ou miit, que significa literalmente ele ou ela que mia.

Mas ao contrário do que boa parte das pessoas pode pensar, o gato egípcio começou a fazer parte da cultura daquele povo mais por razões práticas do que religiosas: o desenvolvimento da agricultura e, por consequência, o armazenamento de grãos atraiu roedores que, por sua vez, chamaram atenção dos gatos selvagens. Logo, nada mais natural do que os humanos desenvolverem afeição e procurarem proteger essas criaturas que os ajudavam a manter os celeiros e campos livres de ratos e outros bichos parecidos.

Existem evidências arqueológicas que apontam que os felinos tinham vários papéis naquela época. Por exemplo, há representações antigas dos gatos a proteger as famílias dos seus donos contra cobras venenosas e roedores, sendo mimados ou retratados como ajudantes para caçadores de pássaros.

Alguns animais até foram enterrados com oferendas, o que sugere que alguém estava a planear a vida após a morte do animal.

Culto religioso

Com o passar do tempo, o gato egípcio começou a ter um impacto significativo na religião, apesar da sua adição ao panteão de deuses ser relativamente tardia, de entre 2.000 a.C. e 1.000 a.C.

A representação mais antiga de um ser semelhante a um felino na religião egípcia é do peludo Mafdet — uma divindade parecida com o gato (às vezes identificada com um guepardo, ou chita) e associada à execução e justiça.

Para os estudiosos do Antigo Egito, as pessoas daquele tempo começaram a atribuir características divinas aos gatos de forma gradual.

A forma quase sobrenatural, a sua discrição e a capacidade de ver bem durante a noite tornaram esses felinos altamente admirados, sendo que essas características podem ter contribuído para a ideia de que havia algo de sagrado neles. Além disso, a mania dos gatos de tirar uma sesta ao sol levou as primeiras associações entre o animal e Rá, o deus solar. Posterior a Mafdet surgiu Sekhmet, ou Sacmis, uma divindade com reputação de ser feroz, mas uma grande protetora dos animais e frequentemente ligada às leoas. Já Bastet, outra divindade venerada pelos antigos egípcios, é provavelmente a deusa com cabeça de gato mais famosa.

Associada ao lar, à feminilidade e à fertilidade, Bastet surge no panteão dos deuses como um ser mais moderado e racional que os seus antecessores felinos.

Contudo, a relação do gato com a sociedade do Antigo Egito nem sempre foi algo bom. Existem algumas pesquisas que sugerem um lado obscuro nesta história: o surgimento de uma indústria paralela para a criação de milhões de gatos que, posteriormente, seriam mortos e mumificados para que pessoas pudessem ser enterradas com eles.

Kika/MS

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