“Queria dizer que se trata de uma perda profunda para a comunidade portuguesa, para a que vive no Brasil e mais especificamente em São Paulo”, disse à Lusa José Luís Carneiro, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, adiantando que Roberto Leal era um símbolo da simbiose entre a música tradicional e popular portuguesas e as várias manifestações culturais existentes no Brasil.
A Folha de São Paulo avança que o velório do cantor será aberto ao público e terá lugar esta segunda-feira, das 7 às 14 horas, na Casa de Portugal, em São Paulo, Brasil, onde faleceu. Roberto Leal será enterrado no Cemitério de Congonhas, na Zona Sul da cidade paulista.
De Trás-os-Montes para o Brasil
Nascido António Joaquim Fernandes, a 27 de novembro de 1951 (67 anos), em Vale da Porca, no concelho de Macedo de Cavaleiros, emigrou para o Brasil, em 1962, com 11 anos (com os pais e nove irmãos), tendo adotado o nome artístico de Roberto Leal.
Depois de outros trabalhos, em São Paulo, afirmou-se na música como cantor de fados e de músicas românticas e fez da ligação ao cancioneiro português uma fonte de inspiração e a razão do sucesso. Ficou particularmente famoso por interpretar sucessos como “Arrebita”, “Uma Casa Portuguesa” e “Chora Carolina”.
Em São Paulo, após trabalhar como sapateiro, vendedor de doces e feirante, iniciou seu trabalho com a música e gravou o seu primeiro disco em 1970. Um ano depois, chegou o primeior grande sucesso, “Arrebenta a Festa” foi o último disco editado em 2016
Ao longo dos anos 70, 80 e 90, o cantor tornou-se no estereotipo da música portuguesa no Brasil. Foi buscar influências ao folclore português e criou uma relação forte com a comunidade portuguesa a viver no país irmão. E foi um dos elos de ligação entre os brasileiros e os portugueses E deu espetáculos em todas as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.
O repertório popular e romântico garantiu-lhe uma longa carreira, de mais de 40 anos, em que se tornou presença assídua nas rádios e nas televisões dos dois países.
Segundo a sua página oficial, Roberto Leal vendeu mais de 17 milhões de discos e arrecadou mais de 30 discos de ouro e cinco de platina. Gravou cerca de 400 canções.
Em 2011, Roberto Leal surpreendeu os portugueses e aceitou o convite para participar no programa de comédia da RTP, “Último a sair”, uma sátira aos “reality shows” do tipo “Big Brother”. Juntou-se a Bruno Nogueira, Luciana Abreu, Rui Unas ou Miguel Guilherme.
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