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GNR Até podemos ser “sinónimos” de tripeiros

Paulo Perdiz

A banda de Rui Reininho, Jorge Romão e Tóli César Machado celebra este ano 36 anos de carreira dos GNR e contam com uma biografia chamada “Onde Nem a Beladona Cresce”, escrito pelo jornalista do Público Hugo Torres.

Derrubar barreiras
Se pensar nos anos 80 e no rock português, pensamos logo nos GNR. Uma música que era quase moda num país ainda a viver os primeiros dias da Revolução de 1974. Letras provocadoras e de difícil entendimento…talvez com uma mensagem para derrubar barreiras. A banda foi sempre fiel à bandeira do rock cantado em português, sentimos isso no café tomado com o emblemático Rui Manuel Reininho Braga mais conhecido por Rui Reininho.

Relembrar o Canadá
Com um ar sempre jovem mas com o passar do tempo já reflectido no rosto, falou da primeira ida ao Canadá com os GNR. Relembrou que foi uma tour com um patrocínio de uma padaria portuguesa e que sente saudades de ouvir Toronto dito por um português há muito radicado nessa bonita cidade.

Os GNR calaram aqueles que diziam e não ouviam rock português
Mesmo sendo um banda fora de Lisboa ou seja do Porto, os GNR calaram aqueles que diziam e não ouviam rock português, não falavam sobre rock português e que achavam pirosos muitos dos grupos da altura. Reininho afirma que o que a malta gostava era do new-wave e o punk. Isso sim era muito diferente e com maior consumo do que a maior parte das bandas que nasciam em Portugal. O estilo musical foi classificado no início da carreira como “new wave”, patente nos singles “Portugal na CEE” e “Sê Um GNR”, ambos de 1981, em que tiveram uma orientação amplamente provocadora e com um bom volume de vendas. Com a entrada de Rui Reininho, em 1981, a escrita das canções começou a conter um refinado humor e sarcasmo, complementadas por composições engenhosamente mirabolantes, que passaram a ser a imagem de marca da banda.

Pronúncia do Norte
Reininho recorda de novo a cidade de Toronto, voltando a brincar com os sotaques. Afirma que não quer morrer sem voltar ao Canadá. “Paulo nós queremos lá voltar. Pode ser com o mesmo patrocínio.” Depois de muitos risos e da cara de espanto do condutor da banda, Rui fala do seu Porto. «Até podemos ser “sinónimos “ de tripeiros, mas sim temos um elo importante com a cidade de onde somos: o Porto. Temos em nós toda a “Pronúncia do Norte”.

O nome GNR
O nome GNR. Afirmam que até tentaram que as autoridades policiais em Portugal com essa sigla mudassem o nome…a banda gostou tanto da sigla que sentiram que esta seria a sua identidade. Quebra-se o gelo quando afirmo que a Guarda Nacional Republicana, não ficou satisfeita ao ver os três jovens portuenses responderem por um nome que aqui ostentava outro significado Grupo Novo Rock. Numa ginástica para eu mudar de assunto, Rui e pela terceira vez volta a dizer Toronto com o sotaque de uma pessoa que reside no Canadá com os mesmos anos de existência da banda.

Não tocamos o Dunas ao vivo
O terceiro álbum Os Homens “Não Se Querem Bonitos “ foi editado em julho de 1985, obtendo sucesso nos temas “Dunas” e “Sete Naves”. O novo disco levou a banda a novas incursões por Espanha, conquistando grande admiração, e foi produzido um teledisco em Madrid para promover “Dunas”. Foi um dos maiores sucessos da banda- “nós agora quase ou nunca tocamos o Dunas”.

O reconhecimento
Em 2005, obtiveram o devido reconhecimento pelo trabalho de décadas, ao serem condecorados com a “Medalha de Mérito Cultural”, das mãos do Presidente da República Portuguesa Jorge Sampaio. Em 2015 foram galardoados pela Câmara Municipal de Matosinhos com a “Medalha de Mérito Dourada” e, em 2016, receberam da Sociedade Portuguesa de Autores a “Medalha de Honra”. O grupo realizou várias ações de sensibilização social e dedicou-se a causas filantrópicas. Em 2014 tornaram-se discograficamente independentes com a criação da editora própria e, em 2015, foi publicada a biografia oficial da banda.

O Futuro
Queremos ir ao Canadá e continuar a tocar..
Os GNR são uma referência incontornável da música feita em Portugal e do imaginário dos portugueses ao longo dos últimos 36 anos. Essa relação de proximidade é celebrada com 13 discos e muitos êxitos. As letras únicas de Rui Reininho, assim como o seu carácter singular em palco, aliadas às composições de Tóli César Machado e linhas de baixo de Jorge Romão são responsáveis por inúmeros singles que continuam a marcar várias gerações.
Depois dos primeiros singles “Portugal na CEE” e “Sê um GNR”, começa uma longa lista de êxitos como “Dunas”, “Efectivamente”, “Bellevue”, “Morte ao Sol”, “Video Maria”, “Sangue Oculto”, “Pronúncia do Norte”, “Ana Lee”, “Sub-16”, “Mais Vale Nunca”, “Tirana”, “Popless”, “Asas (eléctricas), “Sexta-Feira”, ou “Cadeira Eléctrica” do mais recente álbum Caixa Negra .
Não querem saber de prémios, não acreditam na venda de discos, não se sentem velhos…serão sempre o Grupo Novo Rock.

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