The Black Mamba: O veneno português que conquistou o mundo

Quando se fala de energia, paixão e entrega em palco, é impossível não pensar nos The Black Mamba, uma das bandas mais eletrizantes da música portuguesa. Com uma carreira que ultrapassa uma década, o grupo formado em 2010 tornou-se uma referência no panorama musical nacional e internacional, levando a sua música— uma fusão de blues, soul e funk — além-fronteiras, marcando cada atuação com intensidade e emoção contagiantes.
A história dos The Black Mambacomeçou em maio de 2010, fruto da união entre músicos experientes e apaixonados por sonoridades vintage, com raízes na alma afro-americana. O nome da banda, inspirado numa das cobras mais venenosas do mundo, simboliza precisamente o impacto que pretendem causar: uma picada certeira, intensa e inesquecível. Desde o início, mostraram ao que vinham. O seu álbum de estreia, em 2010, trouxe uma lufada de ar fresco à música portuguesa, com claras influências do soul dos anos 70, do blues clássico e do funk mais cru. A voz singular de Tatanka (Pedro Tatanka), aliada ao talento e carisma dos músicos, rapidamente conquistou uma base de fãs em constante crescimento.
Depois do sucesso do disco de estreia, os The Black Mamba consolidaram a sua identidade musical com Dirty Little Brother (2014) e The Mamba King (2018). Em cada novo trabalho, mantiveram a essência que os torna únicos, mas com novas sonoridades, provando que ousadia e autenticidade podem andar lado a lado. Em palco, a banda brilhou tanto em grandes festivais portugueses — como Rock in Rio, MEO Sudoeste, NOS Alive ou Casa da Música — quanto em digressões internacionais por Espanha, Brasil, Estados Unidos e Reino Unido. Esta dimensão global não surgiu por acaso: é resultado da universalidade da sua música e da entrega sincera com que a apresentam. Em 2021, viveram um dos momentos mais marcantes da carreira: venceram o Festival da Canção e representaram Portugal na Eurovisão, em Roterdão. O tema Love Is On My Side, interpretado integralmente em inglês — uma estreia na história portuguesa do certame — conquistou a Europa com a sua simplicidade desarmante, melodia envolvente e interpretação emocional. Inspirada numa história verídica ouvida durante uma viagem a Amesterdão, a canção fala de esperança e superação. Em pleno contexto pandémico, a sua mensagem de luz tocou corações em todo o continente, elevando ainda mais o estatuto da banda como embaixadora de uma nova música portuguesa: mais global, mais ousada, mais livre.
Agora, os The Black Mamba preparam o lançamento do quarto álbum de estúdio, Last Night in Amsterdam. Uma verdadeira viagem sensorial pelas ruas da capital holandesa nos anos 70, o disco mistura memórias, ficção e vivências reais da banda durante a sua estadia na cidade. O êxito dos The Black Mambanão é um acaso nem uma moda passageira, é o resultado de uma trajetória construída com talento, dedicação e coerência artística. Num mercado volátil, dominado por tendências fugazes, a banda prova que é possível manter identidade e integridade, sem perder relevância. A sua “picada” é poderosa, sim — mas sobretudo persistente. Um veneno bom, que deixa marca; The Black Mamba é promissor. A sua música, feita com alma e convicção, continuará a tocar corações e a fazer dançar tudo e todos, em Portugal e pelo mundo fora.
Os The Black Mamba estão nomeados para a categoria de Canção do Ano nos International Portuguese Music Awards (IPMA) de 2025 com o tema “Boys Don’t Cry”. A cerimónia está agendada para 12 de abril de 2025 no Providence Performing Arts Center, em Rhode Island, EUA. Os IPMA celebram anualmente a música de artistas de ascendência portuguesa em todo o mundo, reconhecendo talentos em diversas categorias. Em 2023, os The Black Mamba já haviam sido distinguidos com o prémio de Melhor Performance Pop nos IPMA. Para quem ainda não teve o privilégio de os ver ao vivo, o convite está feito. Porque The Black Mambanão se ouve apenas — sente-se. E, uma vez sentida, a sua música é impossível de esquecer.
Paulo Perdiz
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