Artesonora

DJ Branko: “Soma e Segue”

Photo: @copyright

DJ Branko é um dos produtores mais inovadores da cena musical portuguesa e tem motivos para celebrar. Recentemente, foi nomeado para um prêmio de Melhor Canção na categoria de Rap Hip-Hop e Dance nos IPMA Awards, uma notícia que recebeu com surpresa e entusiasmo: “Não estava a contar e, de repente, apareceu uma notificação nas redes sociais”, disse o artista, visivelmente feliz com o reconhecimento. A sua música atravessou fronteiras e continua a ganhar destaque para lá do Atlântico. O novo álbum do DJ Branko, intitulado Soma, é uma mistura de todas as experiências e influências que moldaram o seu processo criativo. 

O projeto começou com sessões de improviso entre músicos de Lisboa, algumas delas em formato de jam session, onde a liberdade criativa foi o fio condutor. Mais tarde, essas gravações foram trabalhadas no estúdio, delineadas e transformadas em canções, unindo o digital ao orgânico: “Comecei a levar tudo para casa, a fazer uma espécie de corte e costura musical, dando um formato mais pop às canções”, explicou. A composição do álbum não foi um trabalho solitário pelo contrário, envolveu uma série de colaborações que ajudaram a dar vida ao projeto. DJ Branko destacou a importância de encontrar as vozes certas para cada tema, artistas que pudessem trazer a emoção e as energias necessárias. Entre os músicos e técnicos envolvidos, a cidade de Lisboa foi uma das suas maiores inspirações: “É uma cidade que representa essa soma de influências, que se reflete na música que faço”, afirmou. Com uma abordagem menos digital e mais orgânica, o disco traz uma nova sonoridade, um equilíbrio entre o eletrônico e o acústico: “Foi um processo diferente e muito enriquecedor. No final, senti que precisava de levar esse lado mais orgânico também para as apresentações ao vivo”, explicou DJ Branko, que agora se faz acompanhar por músicos no palco, trazendo teclados, guitarra e voz para enriquecer as suas atuações. 

Lisboa, Londres e Rio de Janeiro são cidades que marcaram o caminho do produtor; as suas viagens e ligações com diferentes culturas musicais foram fundamentais para a construção do álbum. Para DJ Branko, a lusofonia é um universo musical riquíssimo, onde cada país contribui com a sua sonoridade e identidade: “Acho impossível não sentir essa influência quando falamos da música que se faz dentro do espaço lusófono”, afirmou. A música eletrônica sempre teve um caráter independente e acessível, algo que influenciou a sua forma de trabalhar: “É um meio onde podes simplesmente pegar num computador e criar sem precisar de pedir autorização a ninguém. Isso é muito poderoso”, disse. Essa liberdade criativa permitiu-lhe explorar novos caminhos e aproximar-se de um público mais amplo, cruzando estilos e derrubando barreiras musicais. 

Um dos aspetos que mais caracteriza o trabalho de DJ Branko é a sua capacidade de colaboração; para ele, a música é um espaço de partilha, onde diferentes artistas se encontram para criar algo único: “Nem consigo pensar na minha música sem colaborações. O que eu faço tem sempre essa necessidade de envolver outras vozes, outros talentos”, contou. Neste álbum, trabalhou com nomes como Teresa Salgueiro, Jay Prince, Tuyo, Yeri & Yeni, Carlão, Dino d’Santiago e June Freedom, artistas que trouxeram um toque especial ao projeto: “Há pessoas que identificam as minhas produções mesmo sem eu estar listado como artista. Isso é algo muito gratificante”, revelou. Além da gravação do álbum, DJ Branko organizou um evento especial em Lisboa para apresentar Soma. Chamado “Soma House”, o evento reuniu músicos, produtores e fãs num espaço onde o processo criativo foi partilhado e explicado: “Foi um projeto que envolveu muitas pessoas, então quis dar um contexto a tudo isso e apresentar a cidade de Lisboa neste percurso”, explicou. Para além das apresentações musicais, houve espaço para conversas e troca de experiências, culminando sempre numa celebração ao final de cada dia. 

A aceitação de Soma tem sido muito positiva e DJ Branko não descarta a possibilidade de levar o conceito do evento para outras cidades: “Acho que este é um formato que pode ser replicado e adaptado a diferentes contextos”, afirmou. Com um percurso marcado pela inovação, DJ Branko continua a desafiar os limites da música portuguesa e internacional, o seu trabalho reflete uma visão aberta do mundo, onde a diversidade cultural é celebrada e transformada em arte. Soma é, sem dúvida, uma síntese do seu talento e das suas experiências, uma obra que mostra muita paixão.

Paulo Perdiz/MS

Redes Sociais - Comentários

Artigos relacionados

Back to top button

 

O Facebook/Instagram bloqueou os orgão de comunicação social no Canadá.

Quer receber a edição semanal e as newsletters editoriais no seu e-mail?

 

Mais próximo. Mais dinâmico. Mais atual.
www.mileniostadium.com
O mesmo de sempre, mas melhor!

 

SUBSCREVER