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AMAURA reinventa o R&B português

 

 

AMAURA, nome artístico de Maura Magarinhos, lança agora o seu segundo álbum, “Subespécie”, Este disco marca a posição da artista no cenário musical português como uma das mais potentes vozes do R&B atual.

Com uma musicalidade com letras que misturam poder, dor e amor, AMAURA não apenas entrega um trabalho bem feito, mas também um disco que toca profundamente a quem o ouve, oferecendo uma experiência de amadurecimento e viagem a um passado recente que se torna por vezes muito pessoal. “Subespécie” tem no início a faixa-título, que nos leva para um universo rico em paissagens sonoras e poéticas. O disco traz consigo uma profunda influência do hip-hop português, mas com um toque moderno e com o soul e o R&B único. Essa escolha de gêneros não é meramente casual; é uma afirmação de quem AMAURA é e do que representa, trazendo à tona temas de auto afirmação e independência que se escutam nas frases diretas das letras.”Subespécie” representa uma evolução não apenas para AMAURA, mas para o próprio R&B nacional.

No primeiro álbum, “Em Contraste” (2019), já se sentia a capacidade de explorar sentimentos e experiências por meio dos beats e dos arranjos. No entanto, “Subespécie” tem dinâmica e uma profundidade sonora que mostra o crescimento artístico da cantora. AMAURA revela-se aqui não apenas como uma intérprete, mas como uma visionária do gênero, alguém que entende a importância da originalidade e que explora todas as suas potencialidades em disco ou nos concertos. A escolha cuidadosa de instrumentos e arranjos, como o baixo e o saxofone suave que abrem o álbum, mostra compreensão sonora e inspiração noutros artistas, como Sam The Kid. Não é por acaso que AMAURA participa do projeto com orquestra de Sam The Kid; com uma capacidade de transmitir emoções e contar histórias através da música é, de fato, digna de uma grande composição orquestral. Em “Subespécie”, ela cria essa orquestra, com batidas modernas e elementos clássicos que se transformam numa experiência única.

Um dos temas recorrentes do álbum é a força feminina. AMAURA explora a autonomia feminina de maneira certa, refletindo o papel das mulheres que assumem o controle das suas próprias narrativas. “Subespécie”, é um álbum que não apenas celebra o poder feminino, mas também nos lembra da força que existe na vulnerabilidade e na honestidade. A última faixa, “Útero”, é uma música, que encerra o álbum de maneira sublime, é uma amostra de como AMAURA é capaz de transformar a dor em arte, usando a música para eternizar sentimentos que palavras sozinhas não conseguiriam transmitir. “Subespécie” é mais do que um álbum; é uma declaração de princípios e um marco no R&B português.

AMAURA mostra que o gênero pode ser mais do que apenas uma expressão de amor ou sofrimento; pode ser uma ferramenta para reflexão, para fortalecimento e para a celebração da vida em todas as suas facetas. Com letras que exploram a complexidade das relações humanas e arranjos que demonstram um domínio técnico e estético notável, o álbum estabelece AMAURA como uma das grandes vozes da música portuguesa contemporânea.Com uma carreira ainda em ascensão, AMAURA tem provado que veio para ficar e que seu impacto na música portuguesa está apenas a começar. Com capacidade de inovar e de se reinventar, sem perder a essência e o respeito pelas suas raízes, é o que a torna uma artista tão única e promissora. “Subespécie” é uma prova viva de que o R&B nacional tem, sim, espaço para crescer e evoluir, e que AMAURA é uma das principais figuras a conduzir essa transformação.

Paulo Perdiz/MS

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