Ambiente

Terra Viva – Estado de Emergência Climática

O Reino Unido e a República da Irlanda declararam o Estado de Emergência Climática.

No dia 1 de maio o Parlamento Britânico aprovou uma moção de Emergência Climática para que o governo reforce medidas para contrariar as alterações climáticas. Na prática pretende-se refrear e diminuir, ainda mais que o previsto, as emissões de dióxido de carbono.

A República da Irlanda, no dia 9 de maio, foi a segunda nação a declarar também o Estado de Emergência Climática. A Câmara dos Deputados em Dublin aprovou uma emenda nesse sentido, juntando oposição e conservadores na sua aprovação. O Ministro Irlandês do Ambiente afirmou que este é o maior desafio que a humanidade enfrenta e que estamos a atingir o limite da deterioração ambiental.

Estas posições destes dois parlamentos surgem na sequência da “Sexta-Feira para o Futuro” que foi o culminar de um desafio colocado pela adolescente sueca Greta Thunberg para que os jovens se manifestassem pela necessidade de ações imediatas que preservem o nosso planeta de forma a garantir a vida das gerações futuras.

Espera-se que esta tomada de posições, por estes dois parlamentos, seja seguida por mais estados e que haja ações concretas e imediatas, não ficando mais uma vez as intenções apenas no papel.

É necessário também perceber e divulgar que a degradação ambiental não está só relacionada com o Aquecimento Global – o impacto no ambiente e na natureza, das atividades humanas irrefletidas, é muito mais vasto e diverso. Os exemplos são muitos, deixo aqui alguns para reflexão. 

Alterações de cursos de água, criação de monoculturas intensivas e em grandes extensões, eliminação de grandes áreas de floresta, podem contribuir para grandes alterações climáticas, seja localmente ou globalmente, porque provocam, entre outros variados impactos, a alteração dos índices de humidade levando a alterações na pluviosidade. 

Também as modificações geomorfológicas provocadas pela mineração, e/ou extração de materiais das montanhas, aplanando montes, altera toda a dinâmica climática local e possivelmente global, alterando correntes e fluxos de vento, formação de nuvens, provocando a mudança de locais de precipitação, e também a dinâmica térmica, alterando as temperaturas nesses locais e noutros.

Como referi no primeiro artigo de janeiro, aqui no jornal Milénio Stadium, o nosso planeta é um gigantesco puzzle. Todas as peças se ajustaram umas com as outras durante milhares ou milhões de anos. Ao mexermos e alterarmos peças, todo o puzzle tem de se reajustar e esse reajuste está completamente fora do nosso controlo devido à sua imensa complexidade. É impossível prevermos todas as implicâncias e alterações decorrentes das nossas ações.

A única possibilidade que detemos é tentar minimizar impactos. Claro que temos que continuar a produzir para alimentar toda a humanidade, claro que temos de continuar a buscar o conforto de todos e prosseguir o desenvolvimento social e tecnológico, temos é de descobrir formas diferentes de o fazer. Perceber que toda humanidade tem de se concentrar em resolver este imenso e vital problema é o mais difícil – é necessário que os nossos dirigentes entendam que para o clima não existem fronteiras, que estamos todos no mesmo barco, que este está a meter água e que não temos nem bóias nem salva-vidas – a Terra é a nossa única nau.

Teremos que trabalhar em equipa para podermos continuar a desfrutar da natureza com respeito e admiração.

Paulo Gil Cardoso

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