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Salvar os Oceanos

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A humanidade enfrenta atualmente centenas de graves problemas, sendo todos provocados por comportamento irracional, teremos de resolver esta irracionalidade, de outra forma não conseguiremos salvar nada neste planeta, nem a nós próprios.

Não é por acaso que a Terra vista do espaço parece uma esfera de água, 70,8% da sua superfície é coberta pelos oceanos. Calcula-se que exista um total de cerca 8,7 milhões de espécies de seres vivos no planeta, dos quais 2,8 milhões vivam nos oceanos. Estima-se ainda que estarão por identificar 91% das espécies marinhas. O que conhecemos dos nossos oceanos e do nosso planeta é ainda uma pequena fração da sua totalidade.

Os oceanos são de uma crucial importância para a existência de vida na Terra e para o equilíbrio do planeta sendo por isso urgente a sua proteção e o conhecimento das suas dinâmicas, nesse sentido, as Nações Unidas têm promovido uma urgente atenção sobre os mares da Terra. No presente ano de 2022 estão planeadas mais de 30 reuniões, conferências, colóquios e encontros de trabalho. O evento mais mediático será a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas a realizar em Lisboa nos dias 27 de junho a 1 de julho.

A sustentabilidade dos nossos oceanos sofre atualmente severas ameaças, poluição marinha e plásticos, acidificação das águas, aquecimento, colapso de recursos piscícolas, destruição de zonas costeiras, eutrofização (processo resultante de poluição por fertilizantes que levam a um excesso de vida vegetal diminuindo a oxigenação da água e consequente morte de vida animal), as chamadas Zonas Mortas (Dead Zones), áreas sem oxigénio para permitir vida, aumentaram de cerca de 400 em 2008 para 700 em 2019, mais de metade das áreas vitais para a biodiversidade dos oceanos não está protegida. De notar que mais de 3 mil milhões de pessoas no planeta dependem diretamente dos mares para a sua sobrevivência.

Para se poderem proteger os oceanos têm de primeiramente ser estudados e conhecidos, e nem aqui os governos se comportam à altura, em média no mundo, apenas 1,2% dos orçamentos estatais para pesquisa científica são alocados aos oceanos.

As áreas de Reservas Marinhas são ainda muito poucas e com extensões muito reduzidas, de todos os oceanos, somadas, correspondem apenas a uma área equivalente ao território da África do Sul, manifestamente muito pouco.

Os oceanos são uma das mais importantes peças para o equilíbrio do grande ecossistema da Terra, a sua destruição ou alteração das suas dinâmicas, tem um impacto gigantesco na vida no planeta e por conseguinte na própria existência da espécie humana. É, portanto, imperativo a sua proteção e boa gestão. A Convenção da Lei dos Oceanos criada pelas Nações Unidas teve a sua força legal reconhecida apenas em 1994, quando foi atingido o número de 60 países a ratificá-la, no entanto a sua efetividade é ainda muito limitada, havendo países a não respeitarem ou a não reconhecerem o seu cumprimento ou legalidade.

Por favor, experimentemos ser racionais!

Paulo Gil Cardoso/MS

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