Ambiente

Rios Atmosféricos

Terra Viva

jato de agua - milenio stadium

 

Existem rios na atmosfera da Terra. Assim como no solo, também existem fluxos de água no ar.

A água dos rios atmosféricos é vapor de água, diferente das nuvens em que a água se apresenta em pequenas gotículas, a quantidade de água é imensa, deslocando-se ao sabor de ventos, massas de ar e diferentes pressões, formando fluxos que em tudo fazem lembrar rios. Essas correntes de água abraçam todo o planeta como os tentáculos dançantes de um polvo. Apenas há poucas décadas a comunidade científica se apercebeu da existência destes canais de água no ar e da imensa quantidade de água que neles se desloca. Os rios atmosféricos apenas foram descobertos na década de 1990. As novas tecnologias têm sido fundamentais para ter a perceção do fenómeno e para o seu estudo, essencialmente devido ao aumento de capacidade computacional aliada à enorme quantidade de informação proveniente de numerosos satélites dedicados ao estudo da atmosfera terrestre.

Poderá o leitor pensar que não é nada de novo, por ligar este fenómeno às nuvens, porém, estes fluxos são invisíveis, não nos sendo dados a ver pela existência de nuvens, muitos destes imensos rios aéreos não se revelam à vista, e quando se transformam em nuvens visíveis, geralmente significa a existência de grandes bátegas de água destruidoras. Quantidades colossais de vapor de água deslocam-se no ar e constituem potenciais inundações cataclísmicas.

Atualmente as deslocações e concentrações de vapor de água são seguidas em tempo real por cientistas, o que poderá permitir a antecipação de grandes inundações, criando a possibilidade de emissão de avisos a populações, desta forma poder-se-á preparar medidas de mitigação sobre o impacto de eventos extremos de precipitação.

As correntes de vapor de água deslocam-se milhares de quilómetros e equivalem a aproximadamente 20 vezes mais que o volume do Rio Amazonas. Exatamente por serem grandes quantidades de água que se deslocam por enormes distâncias se lhes chamam Rios Atmosféricos.

A perceção que temos do funcionamento do nosso planeta é ainda muito incipiente, o conhecimento de fenómenos e mecanismos da vida da Terra está ainda muito longe de ser sequer suficiente.

Nestes dias que correm, as alterações climáticas que o Homem provocou ou para as quais contribuiu, são ainda um terreno desconhecido, longínqua estará também a possibilidade de haver capacidade para correções de funcionamento da Terra, até lá teremos de nos precaver, estudar e preparar para enfrentar situações desfavoráveis à nossa existência ou à existência da própria vida no planeta tal a conhecemos. Não podemos reagir apenas quando a situação ou o problema já são efetivos. Teremos de poupar água enquanto existe e não quando ela escasseia, teremos de preparar as nossas estruturas urbanas, edifícios, produção agrícola, etc., para secas extremas ou inundações diluvianas, para ventos ciclónicos ou para a ausência total de vento, para temperaturas infernais ou polares…

A adaptação e capacidade inventiva do Homem são os vetores que permitiram ser a espécie mais desenvolvida e tecnológica, façamos valer esses atributos, sejamos sapientes, admiremos e respeitemos a natureza.

Paulo Cardoso/MS

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