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Que Terra queremos?

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Créditos: DR

Os últimos relatórios e avaliações indicam que a natureza na Europa se encontra em declínio acentuado e continuado.

“As espécies e os habitats protegidos continuam em declínio, devido principalmente à agricultura intensiva, à urbanização, à exploração florestal não sustentável e às alterações dos habitats de água doce. A poluição do ar, da água e do solo, bem como as alterações climáticas e a sobre-exploração dos animais através da captura ilegal e de uma caça e pesca insustentáveis, também afetam os habitats. Se não for contrariado, este declínio resultará inevitavelmente na erosão contínua da nossa biodiversidade e dos serviços vitais que proporciona, colocando em risco a saúde e a prosperidade humanas.”

O parágrafo acima é o primeiro do comunicado de imprensa da apresentação do relatório de “Avaliação do Estado da Natureza na União Europeia” publicado no final de 2020, pela Comissão Europeia. No mesmo momento a Agência Europeia para o Ambiente (AEA) publicou também o relatório “Estado da Natureza na UE”, onde se podem verificar as mesmas conclusões.

Resumindo a informação apresentada nos dois documentos, verifica-se que 81% dos habitats se encontram em mau estado, (sendo os habitats dunares, prados e turfeiras, os que apresentam maior deterioração), a quantidade de aves com estatuto de conservação deficiente ou mau aumentou 7 % nos últimos seis anos, atingindo um total de 39 %. Apenas 15% dos habitats apresentam um bom estado de conservação. Muitas regiões marinhas apresentam-se com avaliações de estado de conservação desconhecido, consequência de uma ausência generalizada de dados sobre as espécies.

Estou de viagem pela Renânia do Norte – Vestefália, Alemanha, há cerca de uma semana, e nalguns locais onde estive fiquei agradavelmente maravilhado com a quantidade e diversidade de árvores (Carvalhos, Bétulas, Abetos, Faias, Teixos, Choupos, etc. (este país tem uma floresta rica, que explora, sem um único eucalipto)), com a variedade de aves (Búteos, Corvos, Gralhas, Gaios, Melros, Chapins, Pica-Paus, Petos, Alvéolas, etc.), fiquei também contente com o vislumbre de Esquilos Vermelhos, Raposas, Veados e Corsos. 

Nestes dias, cingido às pequenas bolsas de bosques naturais e a zonas urbanas onde se preservam núcleos de ervas silvestres, gramíneas e outra vegetação espontânea, (não cortando tudo selvaticamente como na minha terra natal), onde verifiquei a instalação de colmeias em rotundas (imagine-se!), onde a população em geral promove, respeita e protege educadamente e civilizadamente, a natureza, tive, por muitos momentos, o otimismo e a esperança de que algo de bom estaria a acontecer na minha amada Europa. 

Ao ter conhecimento dos relatórios e avaliações que refiro acima, terminou este conto de fadas. Porém verifiquei “in loco” o que é possível fazer, que é possível viver sustentavelmente, que é possível desenvolvimento social e económico em equilíbrio com o ambiente, é apenas necessário domar a ganância e a usura.

Afinal que planeta queremos para os nossos descendentes?

Proteger recursos utilizando-os sustentavelmente ou permitir que a pressão produtiva para ganhos financeiros efémeros atropele e destrua cegamente a vida na Terra?

Paulo Gil Cardoso/MS


Leia outros artigos do ambientalista Paulo Gil Cardoso, clique aqui.


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