Ambiente

Mapa de Poluição da Guerra

ambiente - mapa - milenio stadium (1)

 

A Greenpeace e a ucraniana Ecoaction publicaram um mapa que assinala os locais de maior impacto ambiental provocado pela guerra.

Na edição de 18 de fevereiro de 2022 do Milénio Stadium com o artigo “O enorme impacto das guerras” e com reposição do tema em 29 de julho do mesmo ano, debrucei-me sobre este terrível assunto. Esta semana a Greenpeace e a Ecoaction publicaram um mapa interativo com o ponto de situação do impacto ambiental da guerra na Ucrânia.

(https://maps.greenpeace.org/maps/gpcee/ukraine_damage_2022/)

Recupero uma passagem do meu anterior artigo:

“Desde a poluição provocada pela intensa e maciça movimentação de veículos militares, terrestres, marítimos ou aéreos, passando por bombardeamentos, minas, produtos químicos, radioatividade, substâncias tóxicas, metais pesados, destruição de habitats, destruição de instalações industriais, etc.; testes com armas de toda a espécie, desde nucleares a químicas ou biológicas, fazem da atividade bélica um verdadeiro flagelo seja para o Homem ou para a natureza em geral.”

Apresentando apenas quatro exemplos da informação (mais dados, ver mapa interativo) que se pode constatar no mapa de impactos ambientais na Ucrânia confirma-se o pior dos pesadelos ambientais:

Radioatividade – os bombardeamentos de instalações anexas ao reator de Chernobyl, a movimentação de milhares de tropas e veículos militares, a escavação de trincheiras em solos contaminados, etc., levantam enormes dúvidas sobre os níveis de radiação atuais nessa zona e que terão de ser revistos e estudados. Também os combates nas imediações e infraestruturas conexas com a Central Nuclear de Zaporijía levantam enormes preocupações, em caso de fuga de radioatividade, esta pode chegar ao Mar Negro.
Poluição aquática – referindo apenas um exemplo: Reserva de Água de Oskil – “Após a destruição do reservatório, 9.000 hectares do fundo ficaram expostos e o nível da água baixou seis vezes. Quase 2 milhões de peixes morreram, a flora e a fauna aquáticas foram destruídas e têm de ser restauradas. Os danos só no parque paisagístico ascenderam a quase 90 milhões de euros, mas é impossível calcular totalmente os danos, porque parte do território continua minado.”

Destruição de florestas – “Como resultado dos incêndios causados pela agressão russa, 17 mil hectares de florestas foram destruídos em Luhansk Oblast. O Parque Natural Nacional “Florestas do Kremin” e partes da Reserva Natural de Luhansk “Estepe Triokhizbensky” foram afetados. A estimativa preliminar de danos é de quase um bilhão de euros, embora seja impossível calcular totalmente os danos enquanto o território estiver sob ocupação ou na zona de guerra ativa. “Tryochizbensky Steppe” é uma das últimas grandes áreas na Ucrânia onde um ecossistema único de estepe foi preservado sem pinheiros plantados à força. Espécies raras de plantas crescem aqui, incluindo sete espécies do Livro Vermelho da Ucrânia, três espécies da Lista Vermelha Europeia e um espécime protegido pela Convenção de Berna. É também o lar de uma das raras espécies de roedores que conseguiram sobreviver aqui no raro local de terra não cultivada. Hoje em dia, na Ucrânia, este espécime só pode ser encontrado aqui e na Crimeia.”

Poluição Atmosférica e dos Solos – “Em Donetsk temporariamente ocupada, ocorreu um incêndio num depósito de petróleo. (…) Incêndios em depósitos de petróleo causam enormes emissões perigosas no ar. O monóxido de carbono, venenoso para os seres humanos, é libertado em grandes volumes, benzopireno, monóxido de carbono (IV), óxidos de nitrogénio e outros produtos da combustão de combustível também são libertados na atmosfera. (…) Eles prejudicam não apenas os seres humanos, mas o meio ambiente, poluindo o solo e a água. Uma alta concentração de poluentes na atmosfera pode levar a chuvas ácidas, que são prejudiciais à vegetação. (…)”.

Repito o que disse anteriormente: “Muito aguenta este planeta com a atividade irracional de uma espécie que se autointitula de Sapiens Sapiens, mas de sapiência não parece ter nada, e que não percebe que vai comprometendo a sua própria existência e de toda a vida na Terra. Admirar e respeitar a vida dos semelhantes será com certeza um primeiro passo para conseguir um dia fazê-lo também com a natureza, e usufruir com harmonia da nossa casa, do nosso berço, da nossa Terra.”

Paulo Gil Cardoso/MS

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