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Glaciar do Dia do Juízo Final

Terra Viva

polar sunset 1 - milenio stadium

 

 

O Glaciar Thwaites na costa oeste da Antártida, conhecido por Glaciar do Apocalipse ou Glaciar do Dia do Juízo Final “está preso por um fio”.

Estudo publicado na segunda-feira, dia 5 deste mês, na revista Nature Geoscience aponta para o possível colapso deste glaciar num futuro muito próximo, podendo acontecer nos próximos anos, bem mais cedo que o que até aqui se previa.

O principal autor da publicação científica, Alastair Graham, da Universidade do Sul da Florida, E.U.A., refere que pelas investigações efetuadas o Glaciar Thwaites no passado teve recuos mais rápidos do que o que se julgava até agora, e neste momento está numa fase de rápido recuo possivelmente potenciado ainda mais pelas alterações climáticas.

Estima-se que com o colapso deste glaciar antártico o nível médio dos oceanos terrestres possa aumentar entre 1m a 3m. A acontecer será uma imensa catástrofe global.

Mencionei este glaciar na edição do Milénio Stadium de 14 de abril deste ano, do qual transcrevo excerto:
“(…) O degelo das plataformas de gelo da Antártida que se encontram sobre o oceano não contribuem em muito para a subida do nível médio dos oceanos, no entanto servem como uma espécie de tampões de contenção para os glaciares que se encontram sobre o solo do continente. Teme-se que glaciares como o de Thwaites, também conhecido como o Doomsday Glacier (Glaciar do Juízo Final), se desprendam. Relativamente a este glaciar em concreto, recente publicação científica preconiza que se desprenda nos próximos três a cinco anos, podendo provocar um aumento de 65cm do nível dos oceanos, porém no pior dos cenários a subida do nível médio poderá chegar até aos 3m, isto se os glaciares confinantes também colapsarem.

É já irreversível, no imediato, o impacto do aquecimento global sobre o nível dos oceanos, resta-nos trabalhar com urgência para que não sejam ainda piores as alterações no nosso planeta, estes degelos são apenas um princípio de algo ainda mais cataclísmico se não acionarmos urgentemente todos os travões.

Além do enorme impacto destes eventos na civilização humana, que provocará elevados custos económicos e de vidas, também as espécies polares, que já estão ameaçadas, terão as suas existências em risco. Ursos polares, raposas polares, pinguins, focas, peixes, baleias e golfinhos, dezenas de espécies de aves, e tantos outros seres têm a sua sobrevivência por um fio.

Irresponsavelmente destruímos e destruímo-nos. (…)”

Paulo Cardoso/MS

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