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Erosão Costeira: Ação urgente

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Cem milhões de pessoas já sofrem diretamente com o avanço dos oceanos, provocado pelo aumento do nível médio do mar, resultante do aquecimento global e consequentes alterações climáticas.

A dinâmica natural das zonas costeiras poder-se-ia dizer de dois tipos, aquele em que a costa recua pela erosão e aquele em que por diversos fatores a terra ganha espaço ao mar. Com as alterações climáticas e a subida do nível médio dos oceanos, esta dualidade desaparecerá, e apenas teremos erosão costeira e inundações das orlas por todo o planeta.

Os 100 milhões de pessoas, referidas no primeiro parágrafo deste texto, são aquelas que atualmente vivem apenas a um metro acima do atual nível médio dos oceanos. Com tempestades e marés-vivas estão constantemente em sobressalto, claro que esta situação é incomportável e terão de migrar, não o fazendo estarão a pôr a sua sobrevivência em risco. A cada dia, mês ou ano que passa, a situação irá piorar, é uma verdade incontestável a tendência do avanço dos oceanos.

Há já algumas décadas que a comunidade científica tem como adquirido que a erosão em praias de areia é à razão do dobro da subida do nível médio dos oceanos. Não se esperam, portanto, boas notícias sobre o recuo das orlas com esta tipologia.

A projeção atual é de que desapareçam globalmente metade das praias de areia até 2100, conforme conclusão do estudo sob o título Sandy coastlines under threat of erosion publicado em 2020 no jornal científico Nature Climate Change, e que teve, além de outros apoios, financiamento pela portuguesa Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) através da Universidade do Algarve. Este tipo de praias são mais de um terço de todas as orlas costeiras do planeta.

Nos últimos dias têm chegado notícias de desabamentos um pouco por toda a orla costeira atlântica dos E.U.A., havendo casas e edifícios destruídos pelo mar ou por derrocadas, com incidentes na Florida, Carolina do Norte (Outer Banks), Nova Jérsia, Delaware, etc.

A erosão costeira não se faz sentir só nas orlas marítimas, por exemplo na região dos Grandes Lagos, estima-se que os custos com a erosão serão de cerca de dois mil milhões de dólares nos próximos cinco anos.
Por todo o mundo se repete o mau cenário.

No dia 5 deste mês o Governo francês publicou um novo relatório listando 101 municípios no continente e 25 nos territórios além-mar com elevado risco de erosão costeira, vulneráveis a tempestades violentas, cheias e avanço do mar. Cerca de 1,5 milhões de pessoas vivem nas zonas identificadas. Com este documento o Governo francês reforça a necessidade dos municípios se adaptarem e cumprirem o estipulado na Lei do Clima e Resiliência, publicada em 22 de agosto de 2021. Vê-se, por aqui, que o perigo é real, e que é necessária ação imediata.

As alterações climáticas estão em marcha, a subida do nível dos oceanos também, não se conseguirá reverter esta tendência no imediato nem em muitas décadas, estamos ainda no início de algo que continuará a piorar durante muitos anos, e se não tomarmos ações imediatas e drásticas para reduzirmos poluentes o cenário será mesmo catastrófico.

É necessário que políticos, empresas e toda a sociedade se preparem, protejam populações e bens, recuem das linhas de costa onde não for possível a implementação de estruturas de proteção, e simultaneamente, imperativamente, se reduzam emissões de poluentes, se não não haverá estrutura ou plano de segurança que nos salve.

Paulo Gil Cardoso/MS

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