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COP27: Puzzle da Vida – para além das alterações climáticas

Terra Viva

esfera terrestre - milenio stadium

 

 

A Terra é um imenso puzzle vivo autorregulado e a espécie humana manipula peças inconscientemente.
A intrincada e gigantesca dinâmica do nosso planeta está ainda muito para além da capacidade humana da sua gestão. Nas COP, o foco tem caído essencialmente nas emissões de gases de efeito estufa que provocam o aquecimento global e nas alterações climáticas, porém o problema da desregulação da Terra vai muito para além disso.

Nesta COP27 existem vozes que alertam para outras causas da degradação do equilíbrio do planeta, uma delas é Elizabeth Maruma Mrema, secretária-executiva da Convenção das Nações Unidas para a Diversidade Biológica.
Elizabeth, baseando-se nos relatórios da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES), afirma que “as alterações climáticas e a biodiversidade estão intrinsecamente ligadas, pelo que as soluções têm de ser desenvolvidas de forma integrada”. Chama à atenção ainda que as alterações climáticas são apenas uma das cinco grandes causas para a perda de biodiversidade.

A saber:

  • Alterações Climáticas
  • Poluição
  • Destruição de Habitats
  • Espécies Invasoras
  • Sobre-exploração do Ambiente Natural

Mrema reforça: “Mais de um milhão de espécies caminham para a extinção, devido ao uso insustentável da Terra, que, por sua vez, agravará as alterações climáticas”, acrescentando ainda que “a ciência diz-nos que a conservação da biodiversidade é um dos pilares vitais da mitigação das alterações climáticas. Para que possamos alcançar a meta de aquecimento médio global de 1,5 graus celsius, como estabelecido pelo Acordo de Paris de 2015, é fundamental proteger a diversidade de espécies que habitam o planeta com os humanos.”

Com tantas chamadas de atenção, com tantas conferências, inúmeros alertas de cientistas já há mais de 40 anos, com tantos dados e provas certificadas, como é que podemos continuar sem uma efetiva e capaz ação?
Mais do que as próprias populações, são os seus líderes os responsáveis pela inação. Os líderes mundiais atuais, e os dos últimos 40 anos, serão para sempre lembrados como irresponsáveis e até criminosos, por desprezarem e ignorarem a degradação do equilíbrio da Terra, e até de tomarem decisões de promoção de destruição.

É necessário que todos entendam que qualquer intervenção humana em larga escala provoca desequilíbrios gigantescos e muitos deles imprevisíveis, conversão de largas áreas de floresta em campos agrícolas, produção agropecuária massiva e intensiva, delapidação de montanhas para extração de minérios, pesca excessiva e com técnicas destruidoras, emissão descontrolada de poluentes na atmosfera, na água e nos solos, etc., etc., etc. Alteramos as peças do quadro, destruímos peças essenciais e criamos outras que nunca encaixarão. Assim, iremos destruir o quadro muito rapidamente.

Não será a continuidade da vida na Terra e da sobrevivência da espécie humana o principal objetivo de um líder mundial?

O que se verifica é que raros estão ou estiveram à altura da nobre função que é guiar os seus povos no sentido do progresso, respeitando todos os outros povos, respeitando todas as formas de vida e a própria Terra. Desprezar e ignorar o admirável puzzle vivo que é o nosso planeta não é opção.

Paulo Cardoso/MS

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