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Conferência da Biodiversidade em Montreal

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Realiza-se em Montreal a 15ª Cimeira da Biodiversidade, entre os dias 7 e 19 de dezembro.

Apenas um mês depois da COP27 sobre Alterações Climáticas, realiza-se a COP15 sobre Biodiversidade.
Começo por comentar estas nomenclaturas, na minha perspetiva, e por aquilo que me chega das pessoas comuns, chamar COP às duas conferências, e a 15 ser depois da 27, só baralha e banaliza. Mesmo em termos mediáticos, as publicações sobre esta Conferência da Biodiversidade, terão com certeza menos espaço e destaque. Penso que não se deveriam separar as duas temáticas, nem dar mais importância a uma em detrimento da outra. Comunidade científica e responsáveis políticos deveriam assumir e tratar todos os impactos, causados pela atual civilização humana, como um todo, como um único e gigantesco problema.

As Nações Unidas tentam com mais esta conferência despertar os líderes políticos e comunidade mundial em geral para a necessidade premente e urgente de se alterarem comportamentos – tarefa ingrata, todos abanamos as cabeças, mas as ações e resultados são insuficientes ou inexistentes. Salvar o planeta e a própria existência humana não parece ser o foco desta espécie que vive toldada pelo lucro imediato, pelo luxo, pela sede de poder e pelo exercício da guerra.

Citando Jen Hacking, diretora de Conservação da WWF;

“Há o imperativo de conservar os habitats que temos na natureza. E o objetivo é conservar 30% da terra, da água doce e dos oceanos e restaurar os ecossistemas globais até 2030.” (Objetivos conhecidos como “30 por 30”). “Isso está apenas a oito anos de distância. É um grande objetivo.”

“Pode pensar que isto não salva um elefante em África, mas se reduzir o seu desperdício alimentar: então, compramos demasiado? Deitamos fora demasiadas coisas? Será que os restaurantes deitam demasiado fora? Há algumas provas de que provavelmente poderíamos reduzir o nosso desperdício alimentar para metade. Está a pensar como é que isso poderia salvar um elefante em África? Bem, significa que não precisamos de desflorestar outro hectar de terra para produzir óleo de palma.”

Não foi atingido qualquer objetivo proposto nas conferências anteriores, é por isso imperativo que haja compromissos efetivos nesta Conferência de Montreal por forma a inverter o descalabre atual. 2030 é já daqui a oito anos, e não me parece que se consiga cumprir aquilo que é uma exigência de sobrevivência da vida na Terra.
O último relatório publicado pela WWF (World Wildlife Fund) revela uma verdadeira catástrofe relativamente às populações de animais selvagens, desde 1970 existe uma redução em média de 69%. Atualmente existe mais de um milhão de espécies ameaçadas no mundo. Já não existem dúvidas sobre a extinção em curso, Extinção do Holoceno.

Holoceno é o atual período geológico que teve início após o término da última era glaciar, com as condições de temperaturas nesta era mais amena, esperava-se que este período fosse propício ao aumento de biodiversidade, mas eis que se desenvolve um ser que com a sua proliferação e desenvolvimento, provoca exatamente o inverso, e promove a destruição da vida na Terra, esse tal ser que se autointitula Sapiens.

Paulo Cardoso/MS

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