Ambiente

A Era do Polímeros

Terra Viva

Houve as idades do ferro, do cobre, do bronze, e outras…, a que vivemos atualmente é a idade do plástico, mais corretamente, a Idade dos Polímeros.

A imensa escala de produção de plásticos é aparentemente imparável.

A atual linha de desenvolvimento de objetos, para todo o tipo de usos, é o plástico.

Muito diferente de outras eras é a escala. A população humana é gigantesca, e por sua vez, os objetos que utiliza são de uma quantidade astronómica.

A poluição por plásticos aumentou 10 vezes desde 1980.

Existem mais de 100 milhões de toneladas de plásticos a flutuar nos oceanos.

São usados anualmente mais de 5 triliões de sacos plásticos. Além da poluição dos oceanos, os sacos plásticos potenciam a proliferação de doenças como a malária porque entopem os sistemas de esgotos.
Anualmente são utilizadas mais de 545 mil toneladas de filmes plásticos na agricultura.
Os plásticos usados na agricultura são de polietileno, um derivado do petróleo. Estes materiais podem demorar séculos a degradar-se, sendo que à medida que se vão fragmentando acabam por entrar na cadeia alimentar, também estes filmes usados nas explorações agrícolas contribuem para o aumento dos tão falados microplásticos. Os plásticos usados são um grande problema ambiental, nem todos lhes dão o tratamento devido. Já todos vimos montes de fitas de rega ou de plásticos usados na produção de morangos atirados em qualquer lado, desde à beira de caminhos passando pelas margens de rios. Mas há práticas ainda mais incorretas como a sua queima ou enterramento o que leva a uma poluição muito complicada dos solos.

Desde a simples garrafa ou saco de plástico, passando por todos os materiais (plásticos) que dão corpo a computadores, esferográficas, telemóveis, interiores de carros, cadeiras, mesas, um sem fim de objetos e construções…, vivemos rodeados de polímeros e aparentemente somos absolutamente dependentes destes materiais. A incomensurável produção resulta numa incomensurável quantidade de resíduos e desperdício, a falta de capacidade de reciclagem e reutilização, aliadas à irresponsabilidade e inconsciência humanas, levam ao descartar de qualquer maneira aquilo que já não serve ou não interessa. Apenas será possível inverter esta situação com cinco urgentes ações: educar, reduzir produção, aumentar reciclagem e reutilização, desenvolver materiais alternativos com menos impacto ambiental, recolher os resíduos que já foram despejados na natureza e reciclá-los.

A ganância e a hipocrisia não resolverão com certeza o problema de reciclarmos menos de 30% dos resíduos que produzimos. A ilusão de que enviando o lixo para longe a poluição não nos atingirá, é no mínimo uma imbecilidade.

As fronteiras só existem na mente do Homem. A chuva ácida cairá em qualquer lado, o lixo chegará a qualquer praia, o ar será irrespirável onde calhar, e depois, nenhum dinheiro sujo valerá alguma coisa.

Paulo Gil Cardoso/MS

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