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A 90 segundos do fim: Relógio do Juízo Final

Terra Viva

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Conselho de Ciência e Segurança do Boletim dos Cientistas Atómicos coloca Relógio do Juízo Final a 90 segundos da meia-noite.

Em 1947, alguns cientistas que fizeram parte do Projeto Manhatan que desenvolveu as primeiras bombas atómicas, mas que foram contra a sua utilização contra populações, em conjunto com outros cientistas, decidiram fundar o Boletim dos Cientistas Atómicos, criando também o Relógio do Juízo Final (Doomsday Clock). A realidade da ameaça nuclear da Guerra Fria, um mundo em ebulição social, perigos tecnológicos, destruição ambiental, poluição, etc., estão na base da criação deste relógio, significando a meia-noite o apocalipse.

O Conselho de Ciência e Segurança reúne anualmente por duas vezes para avaliação das ameaças à existência, que incluem ameaça de destruição nuclear, alterações climáticas, ameaças biológicas, arsenais militares, guerras, tecnologias potencialmente perigosas, etc., estudando e tratando todos os dados globais por forma a ter uma perspetiva do ponto de situação das ameaças causadas pela humanidade à sua própria existência e a existência de vida na Terra.

O relógio é apenas um simbólico dispositivo de alerta, resultante das publicações dos dois relatórios (boletins) anuais, e esses devem ser lidos e conhecidos para perceber o porquê do ajuste do relógio.

Em 24 de janeiro de 2023 os ponteiros do relógio foram colocados a 90 segundos da hecatombe global, o mais próximo que alguma vez estivemos.

 

relogio apocalipse - milenio stadium

 

Resumo do boletim:

Armas nucleares
“O último tratado de armas nucleares remanescente entre a Rússia e os Estados Unidos, o Novo START, está em perigo. (…) capacidade nuclear da China é particularmente preocupante, (…) Pequim pode aumentar seu arsenal cinco vezes até 2035 (…) com consequências imprevisíveis para a estabilidade (…). A Coreia do Norte intensificou bastante seus testes de mísseis intermédios e de longo alcance (…) O Irão continua a aumentar sua capacidade de enriquecimento de urânio (…) A Índia continua a modernizar seu arsenal nuclear de cerca de 160 ogivas, com novos sistemas de lançamento em desenvolvimento (…) Os Estados Unidos, a Rússia e a China estão a desenvolver programas completos de modernização de armas nucleares, preparando o terreno para uma nova e perigosa “terceira era nuclear” (…)”

Crise climática
“Os efeitos da Guerra Rússia-Ucrânia não se limitam a um aumento do perigo nuclear; eles também minam os esforços globais para combater as alterações climáticas. (…) um aumento do investimento em gás natural exatamente quando tal investimento deveria estar a diminuir. (…) As emissões globais de dióxido de carbono da queima de combustíveis fósseis, depois de se recuperarem do declínio económico da COVID para um recorde histórico em 2021, continuaram a aumentar em 2022 e atingiram outro recorde.”

Ameaças Biológicas
“Eventos devastadores como a pandemia de COVID-19 não podem continuar a ser considerados ocorrências raras que acontecem uma vez por século. O número total e a diversidade de surtos de doenças infeciosas aumentaram significativamente desde 1980, sendo mais de metade causada por zoonoses (ou seja, doenças originárias de animais e transmitidas a humanos).
(…) é mais fácil do que nunca obter e modificar patógenos, aumentando as probabilidades de pandemias causadas por acidentes de laboratório.
(…) O risco de a Rússia se envolver em guerra biológica aumenta à medida que as condições na Ucrânia se tornam mais caóticas (…) guerra na Ucrânia apresenta muitas ameaças potencialmente existenciais à humanidade; um deles é biológico.
Desinformação e tecnologias perigosas
(…) a desinformação cibernética continua inabalável. Nos Estados Unidos, a oposição política a um “Conselho de Governança da Desinformação” proposto pelo Departamento de Segurança Interna foi fundamentada em deturpações deliberadas e na política de destruição pessoal.
(…) Enquanto isso, dentro da Rússia, o controlo governamental do sistema de informações bloqueou a ampla disseminação de informações verdadeiras sobre a guerra na Ucrânia. O uso chinês de tecnologia de vigilância continua em ritmo acelerado (…) o uso extensivo de tecnologias de vigilância tem implicações perturbadoras para os direitos humanos e representa uma ameaça para a sociedade civil.
(…) Vladimir Putin, ignora os acordos de comportamento no espaço, ameaçando publicamente usar armas antissatélites (…)”

Assim vai a implosão da humanidade… destravada, em roda livre…

Paulo Gil Cardoso/MS

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