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Portugal registou mais de 1800 casos de infeção por VIH em dois anos

Teste rápido da sida - milenio stadium
Porto, 25/11/2014 – Reportagem com alunos da Universidade Lusiada que foram convidados a fazer o teste rápido de detecção do VIH/ sida.
(Pedro Correia/ Global Imagens)

 

A infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), que pode causar a SIDA, manteve a tendência decrescente nos anos de 2020 e 2021, em Portugal. De acordo com um relatório divulgado esta terça-feira, pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA), foram diagnosticados 1 803 novos casos. A maioria são adolescentes com mais de 15 anos e adultos do sexo masculino (71,8%).

Do total de casos diagnosticados nos dois anos (1803), “870 foram diagnosticados em 2020 e 933 em 2021”, aponta o mesmo documento. Neste período, houve ainda quatro crianças com diagnóstico positivo ao VIH. Os números revelam “uma redução de 44% no número de novos casos de infeção por VIH e de 66% em novos casos de SIDA entre 2012 e 2021”. Há dez anos, havia 17,5 de novos casos de VIH por 100 mil habitantes, em comparação com as nove infeções por 100 mil habitantes registadas no ano passado.

Apesar da tendência crescente, “a taxa anual de novos diagnósticos em Portugal mantém-se como uma das mais elevadas na União Europeia”, alertam a DGS e o INSA. Face às taxas calculadas pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês), os valores no território português correspondem a “aproximadamente ao dobro” da média europeia. A título de exemplo, em 2020, a taxa do ECDC estava nos 3,6 casos de infeção por VIH (100 mil habitantes). Enquanto em Portugal, o número estava nos 8,4 diagnósticos positivos no mesmo ano.

É possível perceber ainda pelos dados da DGS e do INSA, que houve um aumento no número de casos diagnosticados de 2020 para 2021. Na cerimónia de apresentação do relatório sobre a evolução do VIH em Portugal, esta terça-feira, Ricardo Fernandes, presidente do European AIDS Treatment Group, afirma haver uma “necessidade de repensar estratégias”, já que há pessoas a “infetar-se cada vez mais cedo”.

O contágio por via sexual foi referido em 92% dos casos com diagnóstico positivo em 2020 e 2021, “sendo a transmissão heterossexual [com parceiros do sexo oposto] a mais frequente (51,8%)” na totalidade de casos (inclui homens e mulheres). Já os casos em HSH [homens que têm sexo com homens] “constituíram 56,0% dos novos diagnósticos” registados em pessoas do sexo masculino.

Morte após diagnóstico

Durante os anos de 2020 e 2021, foram diagnosticados 415 novos casos de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), isto é, pessoas que tinham o vírus da imunodeficiência humana e cuja infeção evoluiu para a doença. Em 76,6% destes casos, “o diagnóstico de SIDA foi concomitante com o diagnóstico de infeção por VIH”, ou seja, 318 pessoas souberam simultaneamente que tinham VIH e estavam já com sintomas e sinais de deficiência do sistema imunitário. As pessoas seropositivas, infetadas com VIH, podem ou não desenvolver SIDA.

Ainda de acordo com a DGS e o INSA, 298 pessoas morreram com VIH nos anos de 2020 e 2021 em Portugal, sendo que 139 estavam no estádio SIDA. Os óbitos ocorreram maioritariamente em homens (72,1%) e a “idade mediana à data de óbito foi de 58 anos”. As duas instituições destacam que “o tempo decorrido entre o diagnóstico de infeção por VIH e a morte foi superior a 20 anos em 24,5% dos óbitos” nos dois anos.

No ano passado, foram realizados 45 012 testes rápidos de deteção do VIH nos Centros de Aconselhamento e Deteção Precoce do VIH (CAD), nos centros de saúde e nas organizações não-governamentais e de base comunitária. “Verificou-se, comparativamente aos anos 2020 (43 090) e 2019 (43 691), um aumento de 5% e de 4%, respetivamente”, lê-se no relatório.

JN/MS

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