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Estudo indica que inflação nos produtos alimentares quase que duplicou

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Crédito: David Suzuki Foundation / DR

As alterações climáticas e a pandemia da COVID-19 estão a fazer subir os preços dos alimentos no Canadá, mas um novo estudo sugere que os dados oficiais estão a subestimar o aumento.

De acordo com o Statistics Canada, os preços dos alimentos subiram 2,7% nos últimos 12 meses. Mas, uma nova sondagem do Laboratório de Análise Agroalimentar da Universidade de Dalhousie publicada esta semana mostra que a taxa de inflação dos alimentos no Canadá está mais próxima dos cinco por cento.

A carne registou o maior aumento de preço, com dados de Statistics Canada a declarar que comprar carne agora custa mais dez por cento do que há seis meses. O laboratório de Dalhousie em parceria com a empresa canadiana Caddle ouviu 10.000 canadianos durante o verão para perceber como os consumidores estão a responder ao aumento da conta da mercearia. 

Estudo indica que inflação-canada-mileniostadium49% dos canadianos compra menos carne

Quase metade dos canadianos (49 por cento) disse que tinha começado a comprar menos carne nos últimos 6 meses por causa do preço elevado. Em Alberta, que é conhecida como a capital do bife no Canadá, a maioria dos consumidores (57%) reconheceu que também cortou no consumo de carne desde o início do ano.

 

Estudo indica que inflação-canada-mileniostadium40% dos canadianos compra produtos em promoção

Muitos canadianos estão também este ano a gastar mais tempo para escolher o supermercado mais económico. Esta sondagem revelou que 42% dos inquiridos leram o seu folheto semanal de mercearia com mais frequência este ano do que em 2020.

Quase tantos (40%) disseram que compravam produtos em promoção e com datas de validade mais curtas. Mais de um em cada quatro canadianos (26,9%) disse que agora comprava com mais frequência produtos alimentares com o rótulo “enjoy tonight”.

Cada vez mais “shrinkflation”

Os canadianos também notaram uma utilização crescente de uma estratégia conhecida como “shrinkflation”. As embalagens dos produtos são agora mais pequenas, mas o preço que o consumidor paga é o mesmo do que antes da pandemia. Quase três quartos dos inquiridos (73,5 por cento) garantiram que tinham notado que as embalagens estavam mais pequenas, apesar de os preços serem iguais ou ainda maiores.

Estudo indica que inflação-canada-mileniostadiumDesperdiçar menos é fundamental

Segundo o Laboratório de Análise Agroalimentar, os consumidores consideram que as embalagens mais pequenas vendidas ao mesmo preço ou ainda mais caras são uma estratégia pouco honesta. Ainda assim, o laboratório acredita que por outro lado agora há menos desperdício alimentar.  Segundo a Fundação David Suzuki, em média uma família canadiana desperdiça um em cada quatro produtos, o que significa que cada família coloca no lixo o equivalente a $600 por ano em produtos alimentares. A dica da Fundação canadiana é que compre apenas o que precisa, seja cuidadoso na forma como guarda os alimentos e poupe enquanto ajuda o meio ambiente.

Em termos dos fatores que determinam a tendência de aumento do preço dos alimentos, o estudo cita “choques macroeconómicos, causados tanto por padrões climáticos desfavoráveis no hemisfério norte como por desafios logísticos devido à pandemia global”. As perturbações na cadeia de abastecimento relacionadas com a pandemia de COVID-19 são vistas como transitórias e devem eventualmente vir a desaparecer. Mas em relação às alterações climáticas a história é bastante diferente. Os efeitos das vagas de calor e de frio no planeta podem fazer subir o preço dos alimentos a nível mundial durante várias décadas. No início do mês a Chatham House publicou um relatório onde sublinha que se as emissões não forem reduzidas drasticamente na próxima década, os rendimentos das explorações agrícolas podem diminuir até 2050 em quase um terço. A Chatham House avisa ainda nos próximos 30 anos os agricultores vão ter de produzir quase mais 50% de alimentos para satisfazer a crescente procura global.

Joana Leal/MS

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