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Credito: Thomas DeLuze

10 meses de uma pandemia que tomou o mundo de assalto, revirou nossas vidas e não nos dá previsões concretas de quando, e se, chegará ao fim.  Novas regras, imposições, mudanças de comportamento e rotinas que já se arrastam por longos meses. O vírus, de diferentes maneiras, atingiu a todos, sem distinção de idade, profissão ou status social. Por óbvio que as pessoas que mais sentiram, e tiveram suas cargas de trabalho redobradas, foram aqueles profissionais que atuam na linha de frente no combate a doença, seja na área da saúde, como médicos, enfermeiros, cuidadores de idosos, ou aqueles que trabalham em setores essenciais, e que não pararam ou tem a possibilidade de exercer a atividade de maneira “online”, como funcionários de supermercados, farmácias, caminhoneiros, entregadores, entre tantos outros. 

Nessa edição nos propusemos a debater o que mudou na vida, pessoal e profissional, de pessoas que trabalham na linha de frente, que a equipa do Milénio Stadium já havia entrevistado na primeira vaga da pandemia, mas também ouvimos outros membros da comunidade lusófona para saber qual sua visão sobre a situação atual, qual a percepção que têm agora, passados tantos meses dessa nova realidade, sobre essa pandemia, e como enxergam o trabalho que vem sendo desempenhado pelos “front-line workers” e também pelo Governo. 

  • Antonio Marcos, 31 anos, Administrador

1. Como estás enfrentando a segunda vaga da pandemia? Do ponto de vista profissional e pessoal, está mais fácil, afinal nos adaptamos às mudanças, ou mais difícil, já que está a durar mais tempo do que o esperado?

Está mais difícil, pois já não pudemos fazer nada na primeira vaga, agora me sinto exausto psicologicamente pelo fato de não poder sair, comer fora, ver amigos, e ainda temos a pressão de saber que outro tipo do vírus já está circulando, então fica difícil manter o ânimo e a boa disposição. Sendo que o inverno já nos deixa mais para baixo, por causa dos dias cinzentos. Na área profissional, trabalho em uma excelente empresa que me dá segurança em manter nossos trabalhos, e isto já se torna um problema a menos, sendo que nos deram a possibilidade de trabalhar de casa ou do escritório, para ajudar a nos sentirmos melhores e motivados.

2. Qual profissão, na sua opinião, simboliza os trabalhadores da linha de frente no combate à pandemia? Quais outras profissões considera também fundamentais nesse combate?

Todos os trabalhadores que lidam com o público estão na linha de frente; todas as pessoas que precisam sair de suas casas para trabalhar, de uma forma ou de outra estão na linha de frente, pois estão mais expostas. Então, acho que todos tem a responsabilidade de tomar medidas de precaução para que o vírus não se espalhe. O combate depende de todos, não adianta somente uma parte fazer o que é certo e a outra parte não fazer, senão é trabalho em vão.

3. Em relação às autoridades políticas e as ações que vêm tomando. Achas que estão desempenhando bem seus papeis?

Sei que não é fácil tomar decisões que agradam a todos e nem sempre é fácil acertar em todas, mas não acho certo fecharem locais que supostamente podem ter mais controle como, por exemplo, restaurantes, comércio, etc. Pois é possível controlar quantas pessoas estão dentro do local, controlar a distância social, enquanto os grandes mercados estão abertos e nem sempre, quando estamos lá dentro, as pessoas mantêm a distância social, muita gente segue viajando para fora do país e quando volta, nem sempre fazem a quarentena, não sei, mas é a minha opinião.

4. Acreditas que agora, com a chegada das vacinas em diferentes países, estamos perto do fim da pandemia? 

Até grande parte das pessoas serem vacinadas a ponto de conter o vírus, acho que ainda vai demorar, infelizmente.


  • Carolina Araújo, 40 anos, gerente de projeto

1. Como estás enfrentando a segunda vaga da pandemia? Do ponto de vista profissional e pessoal, está mais fácil, afinal nos adaptamos às mudanças, ou mais difícil, já que está a durar mais tempo do que o esperado?

A pandemia está durando mais tempo que todos imaginávamos, não há dúvidas! Há dias melhores, e outros nem tanto. Atualmente estou trabalhando em home-office, o que acho bom pela segurança da minha família. Ao mesmo tempo a carga de trabalho é ainda maior, afinal, todas pessoas que têm filhos em idade escolar viraram “professores” também, então conciliar os deveres profissionais com a supervisão das crianças em home-schooling não é fácil. Acho que todos já estamos exaustos com essa situação. 

2. Na sua opinião qual profissão simboliza os trabalhadores da linha de frente, no combate a pandemia? Que outras também considera essenciais nesse combate?

Acho que são muitas. Claro, as primeiras pessoas que vem em mente são os profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, e também os cientistas, pesquisadores, que trabalham na criação dessas vacinas que esperamos que nos salve. Mas todos aqueles que tiveram que continuar indo às empresas, lidando com o público, como quem trabalha em supermercados, entregadores, construção, todos estão de parabéns, por continuarem fazendo o mundo “girar”. 

3. Em relação às autoridades políticas e as ações que vêm tomando. Achas que estão desempenhando bem seus papeis? 

Acho que estão tentando. Claro, existiram erros, mas acho que é comum, afinal essa situação e inédita na história atual, e são decisões muito difíceis e com grandes impactos. Só não concordo em porque manter as grandes redes de lojas e supermercados abertas e não fazer o mesmo com os pequenos comércios. Esse tipo de decisão está a falir com muitas empresas, todas as pequenas. 

4. Acreditas que agora, com a chegada das vacinas em diferentes países, como aqui no Canadá, estamos perto do fim da pandemia? 

Quero acreditar que sim! Espero que o plano de vacinação elaborado pelo Governo continue funcionando, e o mais rápido possível todos estejamos imunizados para voltarmos a “vida normal”. 


  • Josué Farias, 54 anos, contabilista

1. Como estás enfrentando a segunda vaga da pandemia? Do ponto de vista profissional e pessoal, está mais fácil, afinal nos adaptamos às mudanças, ou mais difícil, já que está a durar mais tempo do que o esperado?

Exausto, como imagino que todas as pessoas estejam. Privação de liberdade, economias destruídas, saúde mental de muitos em risco, e somos todos dias bombardeados com notícias nada positivas, ou seja, está difícil.

2. Na sua opinião qual profissão simboliza os trabalhadores da linha de frente, no combate a pandemia? Que outras também considera essenciais nesse combate?

Todos os que bravamente seguiram trabalhando. Tantas empresas que tiveram que se ajustar, num espaço de tempo muito curto, a entregas online, mudar todo sistema do seu negócio, no caso de restaurantes, bares…pequenos comerciantes, alguns há décadas na comunidade, e que de uma hora para outra tiveram que fechar as portas. Não acho justo. 

3. Em relação às autoridades políticas e as ações que vêm tomando. Achas que estão desempenhando bem seus papeis? 

Não. Há muito alarmismo e ações para “show off”, além de decisões precipitadas. Mudam de ideias conforme a direção do vento, e não calculam o impacto que isso tem na vida das pessoas, até maior que esse vírus em si, sei que pode ser um pouco extremo, mas é assim que penso.

4. Acreditas que agora, com a chegada das vacinas em diferentes países, como aqui no Canadá, estamos perto do fim da pandemia? 

Não acredito. Já estamos tendo problemas com o atraso da chegada de vacinas, o que acho que vai atrasar a vacinação de toda população. Acho que 2021 ainda será um ano de restrições e muito medo.  


  • Anna Júlia Atela, 20 anos Estudante da Ryerson

1. Como estás enfrentando a segunda vaga da pandemia? Do ponto de vista profissional e pessoal, está mais fácil, afinal nos adaptamos às mudanças, ou mais difícil, já que está a durar mais tempo do que o esperado?

Está mais difícil, não esperava que voltássemos ao lockdown após quase um ano. É difícil ver que todos estamos com medo, ansiosos, mas temos que pensar positivo e pensar que com o tempo tudo vai se ajeitando.

2. Qual profissão, na sua opinião, simboliza os trabalhadores da linha de frente no combate à pandemia? Quais outras profissões considera também fundamentais nesse combate?

Na minha opinião, os trabalhadores da linha de frente são os que tem mais contato direto com portadores do Covid-19, que seriam os trabalhadores de hospitais. Mas acho que todas outras pessoas que lidam com o público e outros trabalhadores essenciais também estão se colocando em risco.

3. Em relação às autoridades políticas e as ações que vêm tomando. Achas que estão desempenhando bem seus papeis?

Infelizmente não acredito que os atos tomados pelo Governo estão sendo efetivos.

Especialmente a decisão deles de fechar comércios. Essa decisão não só está encaminhando pessoas à falência mas também tem um grande impacto na saúde mental de todos, com perdas de emprego, aumento de estresse, etc.

4. Acreditas que agora, com a chegada das vacinas em diferentes países, estamos perto do fim da pandemia? 

É difícil dizer quando a pandemia vai acabar. A vacina pode dar muito certo, como pode não ser tão efetiva. Acredito que ela vá diminuir muito os casos, mas teremos que continuar a tomar certas precauções (como uso de máscaras e distanciamento social) até os casos diminuírem drasticamente.


  • Danielle Olimecha, 47 anos, Comerciante

1. Como estás enfrentando a segunda vaga da pandemia? Do ponto de vista profissional e pessoal, está mais fácil, afinal nos adaptamos às mudanças, ou mais difícil, já que está a durar mais tempo do que o esperado?

Acho que essa segunda onda de lockdown afetou bastante o comércio e acho que o pior foi o psicológico das pessoas. Não acho que está sendo fácil para ninguém a adaptação às mudanças.

2. Qual profissão, na sua opinião, simboliza os trabalhadores da linha de frente no combate à pandemia? Quais outras profissões considera também fundamentais nesse combate?

Eu acho que fundamental, na minha opinião, são as pessoas que cuidam da parte mental das pessoas, os médicos são essenciais, mas acho que psicólogos, terapeutas, as pessoas que de uma forma ou de outra trabalham no comércio, que não pode parar, acho também que são fundamentais!

3. Em relação às autoridades políticas e as ações que vêm tomando. Achas que estão desempenhando bem seus papeis?

Não acho que estão desempenhando bem seus papéis não. Não acho que obrigar as pessoas a ficarem em casa mas deixar grandes mercados, escolas e empresas trabalhando normalmente resolve algo, já que os pequenos empresários têm que fazer “curbiside”, os grandes deveriam ter que fazer o mesmo!

4. Acreditas que agora, com a chegada das vacinas em diferentes países, estamos perto do fim da pandemia? 

Eu não sei, tenho muitas dúvidas se logo mais não aparece mais uma variação desse vírus.

Enfim, pode ser controverso o que vou falar, mas acho que isso é uma guerra química e só tem um lado que está ganhando até agora.

Lizandra Ongaratto/MS

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