O uso da bicicleta e de outros transportes alternativos é visível. Um movimento que tem ganhado um espaço significativo em vários países do mundo, em especial nas grandes cidades. Além das questões de saúde, a busca na redução de emissões de combustíveis fósseis, também fazem parte destas mudanças coletivas. Governos e instituições têm incentivado novos meios de transporte criando diversos investimentos nos setores de transporte público e construção de mais infraestruturas.
Uma das grandes apostas é a construção de um maior número de ciclovias que ofereçam uma separação do tráfego, proporcionando aos ciclistas um espaço seguro e protegido especialmente em áreas urbanas congestionadas. No entanto, requerem mais espaço e podem criar conflitos com outros utentes da estrada, como peões e veículos. O jornal Milénio queria ouvir de alguns utentes sobre este tópico.
Francisco Pegado/MS
Sílvia Albuquerque – 41 anos, condutora e ciclista
1. Qual é a sua opinião sobre o aumento das ciclovias?
Acho interessante! Um aumento um pouco tardio a meu ver. O governo tem a obrigação de garantir aos cidadãos além de ciclovias, um transporte público viável financeiramente à população, não só aqui em Toronto mas no mundo. É preciso ter qualidade de vida nas grandes cidades. Pessoas que se mudaram da baixa de Toronto, podem encontrar soluções no transporte público e também nas ciclovias, facilitando a deslocação para ir ao trabalho ou até mesmo para recreação. Agora é preciso fazer uma educação para com os ciclistas e com os motoristas em Toronto.
2. Será que é possível um convívio saudável entre os condutores e os ciclistas nas estradas de Toronto?
Atualmente o convívio é desastroso. Os condutores ainda não perceberam que a cidade encolheu, devido ao acúmulo de bloqueios nas estradas com sinalização de construções e o acréscimo de ciclovias. Um planejamento urbano é necessário na cidade. Condutores de táxis ao meu ver na cidade quebram regras básicas na lei e isso ajuda em nada. Ciclistas “deliveries” aumentam a cada dia na baixa para além dos patinetes motorizados. Educação e limitar acessos aos carros em determinadas vias será necessário.
3. Já teve alguma experiência boa ou má como motorista ou como ciclista?
Sim, todas as vezes que decido erroneamente ir a baixa com meu carro. Os táxis nesta cidade me deixam nervosa. Não vejo os ciclistas na baixa com má conduta, mas os que usam as estradas para esporte me deixa confusa. Já tive situações em que um grupo de ciclistas ocuparam toda a estrada para o esporte. Isso não é correto ou é? A falta de ciclovias pode fazer com que isso aconteça.
Dillon Daniel – 27 anos, Ciclista
1. Qual é a sua opinião sobre o aumento das ciclovias?
Acho uma ótima ideia. Porque outros lugares no mundo com boa infraestrutura para bicicletas e uma alta taxa de ciclismo são lugares mais agradáveis para se viver.
2. Será que é possível um convívio saudável entre os condutores e os ciclistas nas estradas de Toronto?
Sim. Se você realmente acredita que os ciclistas causam mais problemas nas estradas do que os motoristas, não se esforçaria ao máximo para fornecer a eles uma infraestrutura separada para que fiquem fora do caminho?
3. Já teve alguma experiência boa ou má como motorista ou como ciclista?
Muitas experiências más. Os motoristas precisam aprender e compreender que o futuro será sem muitos carros nas baixas das grandes cidades.
Marie Claire – 39 anos, Condutora e Ciclista
1. Qual é a sua opinião sobre o aumento das ciclovias?
Os defensores do ciclismo reconhecem-no como uma forma barata de melhorar o trânsito, reduzindo o número de condutores nas estradas que fazem viagens desnecessárias de curta distância. Temos vários exemplos de cidades amigas da bicicleta, como Amesterdão e Vancouver, e está tudo bem. O aumento das ciclovias na nossa cidade não é um desperdício de espaço. Eu reconheço que é muito difícil andar de bicicleta no inverno quando a infraestrutura não suporta isso. Em lugares que possuem infraestrutura adequada, como a Escandinávia, as pessoas usam as bicicletas.
2. Será que é possível um convívio saudável entre os condutores e os ciclistas nas estradas de Toronto?
Sim, os nossos representantes políticos e organizações voltadas para este efeito, devem criar e exigir regras claras e também positivas para que tudo funcione
3. Já teve alguma experiência boa ou má como motorista ou como ciclista?
Sim, como motorista, fico frustrada como alguns ciclistas não respeitam as normas básicas de como dirigir uma bicicleta. Como ciclista quase fui morto por um motorista distraído.
Paulo Silva – 29, Ciclista
1. Qual é a sua opinião sobre o aumento das ciclovias?
É uma situação que precisaria de muita reflexão. Não quero ser injusto com uns envolvidos, que inclui eu e minha família. Nós caminhamos e andamos de bicicleta em família quase todo o verão. Exploramos a cidade e outros parques fora de Toronto. Posso dizer que somos ciclistas e pedestres.
2. Será que é possível um convívio saudável entre os condutores e os ciclistas nas estradas de Toronto?
Muito motorista não respeita o ciclista, porém mais ciclistas ainda não respeitam o pedestre e motoristas. Acredito que toda mudança que desejamos, começa em nós mesmos. A experiência deixou claro que algumas iniciativas abrem caminho para uma boa relação entre os envolvidos. Vamos exigir regras claras para todos os usuários das ruas da nossa querida cidade.
3. Já teve alguma experiência boa ou má como motorista ou como ciclista?
Muitas vezes. Já fui hospitalizado por culpa de um motorista que estava embriagado e, para ele, eu era invisível. Apesar de tudo isso, eu aconselharia a experimentar o sentimento de liberdade e o senso de explorador quando andamos de bicicletas ou caminhamos para descobrirmos lugares novos e históricos.
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