Sociedade educada… ou nem por isso?

Olá, muito bom dia.
Espero que esta edição do jornal Milénio os encontre bem.

Cá estamos com o Natal à porta. Nem posso acreditar. Este ano voou mesmo a velocidades indescritíveis e a vários níveis.

Mas há que lidar da melhor forma que possamos. Esta semana e em cima da mesa coloca-se um tema preocupante. Algo que muitas pessoas especialmente os nossos políticos não gostam de debater. O sistema escolar, a violência. Os gangs. Os crimes entre jovens, por razões menos importantes para nós, são para eles de grande valor. Guerras territoriais que, quanto a mim, começam em casa. A educação vem do berço. Como dizia a minha mãe “educar, educo eu, na escola os meus filhos vão para aprender o que eu não lhes sou capaz de ensinar “. Não é?

Mas se em casa já se vem de mau ambiente, onde tudo vale, onde desde pequenos fazem o que querem porque os pais acham graça a tudo? A sério? Será assim que se educam as crianças? Achando graça e dando azo a que façam o que bem lhes vai na real gana?

Pessoalmente, acho um desplante esta geração ter tudo e algo mais e ser uma das mais carenciadas do último século. Muita informação. Nenhuma atividade física e mental. Pois cá está, sem julgar e quem sou eu, já presenciei uma e tantas vezes filhos de pessoas que conheço, quando os miúdos começam a ficar impacientes, ao invés de falar com eles, sair um pouco lá fora e explicar ou deixá-los com alguém que os possa colocar na cama na hora deles. Não, não… toma lá filhote. Um iPad ou um telemóvel e desenrasca-te que os papás estão ocupados. A sério? Nós como sociedade estamos a criar e a desenvolver estes pequenos “monstros“, no bom sentido, que sabem que controlam os mais velhos desde que começam a entender e a saber manipular. Ai a arte da manipulação… e depois não se pode alterar a voz com os meninos porque ficam traumatizados. A sério?
Nós que vivemos noutra geração, que brincámos na rua, rebolámos na terra e nos sujámos, com gritos e empurrões dos colegas e até não nos saímos mal. Trauma? Trauma tem esta sociedade de luvas brancas que não enxerga. Não quer enxergar. Já lá diz o velho ditado “mais cego é aquele que não quer ver”.

Chegam à escola e começam com esse jogo de poder. Intimidam os colegas, anexam-nos. Batem-lhes e depois faltam ao respeito aos professores. Sabendo de antemão que estes são impotentes e pouco ou nenhum poder têm sem sofrerem consequências. Chama-se a polícia. E? Que faz a polícia depois do mal estar feito? Falam. Aconselham, mas ao virar das costas e ao dobrar da esquina, pumba lá estão a ser chamados novamente.

Armas brancas aos 15/16 anos, usadas com intenção de matar? Que geração estamos nós a encorajar? Que líderes temos nós e a quem entregamos o nosso futuro? Assassinos e ladrões, seres humanos mal-educados? Desculpem, quem tem poder nada faz e quem quer fazer não pode. Mais não digo.

É o que é e vai valer sempre o que vale. Pensem duas vezes ou até três antes de acharem piada a tudo o que as crianças fazem e dizem em casa.

Até mais tarde no Roundtable às 6 horas da tarde (hora de Toronto).

Cristina DaCosta/MS