Sobem os combustíveis e tudo vai a reboque

Dá para começar a pensar seriamente para onde vamos e que direção estamos a tomar. Os custos, depois do início da pandemia que continua entre nós, subiram estrondosamente e dificilmente voltam ao normal. A começar pelos preços dos materiais para construção, além da falta de muitos, os aumentos acontecem com uma frequência assustadora.

Há determinados materiais que num espaço de duas semanas tiveram um aumento de 20%, engraçado seja, é que não se vê ninguém preocupado, podemos pensar que os materiais não afetam a população em geral, muitos podem pensar que só afeta os que se envolvem na remodelação das suas casas – engane-se quem quiser, na verdade tudo vai a reboque. Mas não nos podemos esquecer que no meio disto há sempre os que passaram a faturar mais que o habitual, houve subidas na ordem dos 100 e 50%, as mega empresas com entregas diretamente em casa das pessoas. Esses, como se diz em bom português, já estão a ficar sem pele nas mãos de tanto esfregar, mas não os podemos culpar – quem usa os serviços é que os ajudou a chegar a este ponto. E quem perdeu? O pequeno comércio, esse foi o mais afetado e, muitos dificilmente se vão conseguir levantar.

Em muitos produtos notou-se alguma falha por falta de matéria-prima para o fabrico. Deitava-se as culpas na pandemia. As coisas foram andando e piorando ao ponto de os preços começarem a subir, mas subidas gravíssimas que hoje afetam muitas famílias. Nos últimos três anos, os custos de uma ida ao supermercado encher o carrinho com os bens essenciais para uma família, mais que dobraram. Há famílias com muitas dificuldades, então reparem, quem paga uma renda, que não estão baratas, e atenção, quem não paga renda tem outras despesas que podem ser mais difíceis de conseguir gerir, depois pagar as compras para a semana, a creche dos filhos se tiverem, seguros entre outras coisas necessárias etc., muito rápido se pode chegar a temperaturas negativas na carteira. Muitos dos ordenados não acompanharam os aumentos do resto, e hoje é mais difícil gerir uma família do que nos anos 70 e 80. Até as próprias empresas onde as despesas triplicaram. As novas tecnologias ajudaram muito a isto que se está a passar, mas ninguém fala nisso porque é o futuro, só que 85% da população não está preparada, ainda falta muito para preparar o mundo, o facto é que vai ser uma realidade e pode mesmo levar a uma pobreza elevada a nível mundial. Como foi possível chegar a este ponto? Pergunta a que muito poucos saberão dar-nos uma resposta, que muito gostávamos de ter.

Há uma coisa muito importante que mexe com tudo e até pode levar a falências, muitas empresas não vão aguentar as subidas dos combustíveis, especialmente com os preços que se estão a praticar em Portugal, muitas das transportadoras dificilmente conseguirão aguentar. Com os contratos assinados e com os aumentos que se estão a verificar tudo pode acontecer pela negativa. Num país que tem um imposto de 60% nos combustíveis, como podem as empresas sobreviver? E tudo isto ajuda aos aumentos que se tem vindo a sentir, entre outras coisas, mas uma das grandes é o aumento dos combustíveis. Houve governos que gastaram sem saber onde ir buscar, agora há que aumentar impostos e por isso se recusam a descer os impostos nos combustíveis, como acontece em Portugal. Para piorar sobe a eletricidade e depois tudo vai de seguida, e quem sofre com tudo isto? Meus caros amigos são sempre os mesmos. É como na justiça, inventa-se alguma coisa para safar os que roubam em números grandes, porque os pobres pagam sempre. Se repararmos a classe média, a pouco e pouco, vai desaparecendo e isso não ajuda em nada o desenvolvimento de qualquer país. Estes aumentos vão trazer muito cidadão a nível mundial para uma classe empobrecida, com muitas dificuldades para continuar com o tipo de vida a que se habituou nas últimas décadas. Esperemos que não.

Bom fim de semana.

Augusto Bandeira/MS